Quais os destaques da sabatina do Grupia com os candidatos a deputado estadual e federal de Brusque

Evento foi realizado nesta quinta-feira, 16, e marcou o início da campanha eleitoral no município

Quais os destaques da sabatina do Grupia com os candidatos a deputado estadual e federal de Brusque

Evento foi realizado nesta quinta-feira, 16, e marcou o início da campanha eleitoral no município

O primeiro dia de campanha eleitoral em Brusque foi marcado pela sabatina dos candidatos a deputado estadual e federal com domicílio eleitoral no município pelo Grupo de Proteção da Infância e Adolescência (Grupia).

Realizado na sede da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), o evento iniciou às 8h30, e teve duração de duas horas e meia. Dezesseis candidatos de Brusque foram convidados a participar da sabatina que foi dividida em duas etapas.

A primeira, realizada nesta quinta-feira, 16, contou com a participação dos candidatos a deputado estadual: Álisson Castro (PSOL), Serafim Venzon (PSDB), Guilherme Marchewsky (PPS), Jean Pirola (PP) e Jones Bosio (DEM) e a deputado federal: Ernani Godoy, o Banana (PSB) e Katia Costa (PSOL). Cleiton Bittelbrunn (PRP) candidato a deputado estadual, foi convidado a participar, entretanto, encaminhou ofício justificando ausência por compromissos previamente agendados no mesmo horário fora de Brusque.

Por ordem alfabética, os candidatos responderam a pergunta comum a todos: “Quais são as principais metas para seu mandato parlamentar e quais são as estratégias para ‘passar das palavras para a ação’, garantindo, na prática, o cumprimento do prometido na campanha?.”

Depois, os candidatos sorteavam uma das quatro perguntas pré-formuladas: “Por que os catarinenses e, em especial os brusquenses, devem votar no senhor e não em seus adversários?”, “O que fará para conquistar o voto dos eleitores desiludidos com a política e os políticos que, segundo as pesquisas eleitorais, chegam a 30%?”, “A crise das finanças do Estado e da União tem solução? Qual?” e, “Se eleito, qual será o primeiro ato após a posse?”.

Os candidatos também responderam a perguntas específicas feitas por membros do Grupia. Por fim, foi deixado espaço aberto para as considerações finais e para o candidato pedir o voto.

Um dos fundadores do Grupia e organizador da sabatina, Paulo Vendelino Kons classificou o evento como positivo. “Foi um espaço democrático. Os questionamentos vieram à tona de uma forma bastante respeitosa. Esta foi uma grande contribuição do Grupia ao processo democrático, auxiliando a comunidade e buscando um voto ético, consciente, com transparência e sempre que possível assegurando a representatividade do município de Brusque no contexto estadual e nacional”.

A próxima etapa da sabatina será no dia 13 de setembro, no mesmo horário e local. Foram convidados os candidatos a deputado estadual: Marcos Deichmann (Patriotas), Paulo Eccel (PT) e Shirlene Cecatto (Solidariedade) e a deputado federal: Michel Belli (PPS), Paulo Sestrem (PRP), Sabrina Avozani (Novo) e Sebastião Lima (PSDB).

Confira os principais pontos da sabatina

Joel Domingues Pereira Filho, pastor da Igreja Evangélica Ágape e vice-presidente do Conselho de Pastores de Brusque (Copab)
Está em tramitação no congresso nacional o projeto 5002/2013 que trata sobre identidade de gênero e no seu texto prevê alteração do gênero da pessoa através de intervenção cirúrgica pelo SUS e também a possibilidade de crianças terem seu gênero alterado através de uma autorização do Estado, caso os pais não concordem com isso. Diante disso, o senhor é contra ou a favor desse projeto de lei?

Álisson Castro, candidato a deputado estadual pelo PSOL

“Essa pergunta vem porque o PSOL é um dos partidos que endossa a discussão de gêneros nas escolas, porque ele visa a criança que sofre bullying, opressão. Ninguém está querendo fazer uma formação de homossexuais, é criado um bicho papão em torno deste assunto e tem gente que acredita. É um erro de interpretação da realidade, essa discussão de gênero, que reforça atitudes arbitrárias, atitudes de censura ao professor em sala de aula. Começa a partir de 2004 quando surge o projeto Escola Sem Homofobia, voltado a não discriminação dos adolescentes e se deturpou criando um bicho papão e aí se forma opinião com base em bicho papão e bicho papão não existe. A nossa candidatura, enquanto PSOL, é uma candidatura que vem colocar o dedo na ferida e discutir os tabus, então o meu posicionamento é favorável a esse projeto de lei”.

 


Jean Dalmolin, coordenador do Fórum de Entidades Sindicais de Brusque
O candidato está no poder há alguns mandatos e vimos que nesses governos a educação não foi prioridade, pelo menos foi o que vimos em Brusque e região, onde temos escolas estaduais em situações deprimentes: Araújo Brusque, João Boos, e outras tantas. Quais as formas e caminhos para se conseguir melhorar as estruturas físicas das nossas escolas e o que fazer para que os professores sejam verdadeiramente reconhecidos?

Serafim Venzon, candidato a deputado estadual pelo PSDB

“Hoje o estado tem 1,2 mil colégios estaduais como os que conhecemos em Brusque. Nos últimos oito anos, autorizamos o governo a buscar mais de R$ 2 bilhões para fazer essas reformas. Foram feitas muitas, porém várias ficaram para trás. Acredito que o próximo governador deverá fazer essas reformas. Sobre valorização dos colégios em si, recentemente o governo queria diminuir o número de assessores de direção, houve grande manifestação por parte dos deputados e conseguimos reverter isso. Outra questão importante para a educação é que neste mandato aprovamos uma lei que somava todos os benefícios diretos, que não estavam no salário dos professores, mas na hora da aposentadoria, os benefícios não eram agregados. Agora transformamos todos esses benefícios em salário. É um direito do professor. Não pode diminuir e quando se aposenta, leva junto”.


Jean Dalmolin, coordenador do Fórum de Entidades Sindicais de Brusque
Na reforma trabalhista o seu partido, o PSB, se dividiu, foram 14 favoráveis à reforma e 16 contra, com quatro abstenções. Os dados estatísticos apontam que a reforma trabalhista tem afetado a vida do trabalhador e de sua família. Caso eleito, o candidato pretende trabalhar para revogar a reforma trabalhista ou algumas cláusulas prejudiciais aos trabalhadores? O que pensa sobre a reforma previdenciária?

Ernani Godoy, o Banana, candidato a deputado federal pelo PSB

“Ninguém mexe nos auxílios paletós, ninguém abre conta de deputado federal, estadual, ninguém se preocupa em saber a transparência desse dinheiro. Para que tanta ajuda? Temos políticos que ganham subvenções e é nos direitos do trabalhador que mexem. Eu sou contra. Estou no voluntariado há 29 anos, tem gente lutando para manter instituições. Não temos dinheiro para saúde, educação, o corporativismo tomou conta do nosso país. Eu, como deputado federal, vejo que temos que quebrar o corporativismo, honrar os trabalhadores e os empresários que investem e lutam para se manter vivos com tanto imposto, dinheiro direcionado. Em contrapartida, se discutem reformas para mexer nos direitos dos trabalhadores”.


Paulo Kons, fundador do Grupia e organizador da sabatina com os candidatos
Por que postula uma cadeira na Assembleia Legislativa, quais as principais metas para seu mandato parlamentar e as estratégias para garantir, na prática, o cumprimento no prometido na campanha?

Guilherme Marchewsky, candidato a deputado estadual pelo PPS

“Minha decisão foi complexa. Eu queria ficar fora da política, mas o desafio de muitas pessoas me troux de volta. Estou aqui pelos meus filhos, pelo meu neto que acabou de nascer. As pessoas que lá estão não merecem mais nosso voto. A minha responsabilidade é com o meu neto. Quem vai fazer, se os que estavam aqui até agora não fizeram. Um deputado estadual ganha mais de R$ 25 mil de salário, mais R$ 4 mil de auxílio-moradia. Esse auxílio, se for eleito, será devolvido todo mês pra sociedade. Me comprometo a trazer todo mês o dinheiro para uma instituição. Não admito um deputado ganhar auxílio-moradia. Os deputados gastam por ano R$ 13 mil de almoxarifado, R$ 17 mil de combustível, R$ 90 mil de correspondência, R$ 79 mil de diária. Isso não é possível. Aí está o rombo do nosso estado. Não é preciso essas regalias, é possível cortar todas”.


Padre Carlos Alberto Chiquim, pároco da paróquia São Judas Tadeu, Águas Claras
Quando exerce um cargo eletivo se está sujeito às vontades do partido, tem os interesses corporativos, que manipulam em defesas de seus próprios interesses, e tem ainda as tuas convicções pessoais. Como vai enfrentar esses lobbys e esses grupos de interesse?

Jean Pirola, candidato a deputado estadual pelo PP

“Quero mudar a política, mas não vou deixar a política me mudar. E é isso que fiz na minha vida, nunca deixei a política mudar a minha forma de pensar. Se assim fosse, votaria sempre conforme o partido ou o gestor ao qual faço parte do governo. No governo passado levou seis meses o meu apoio ao ex-prefeito, bastou eu discordar do primeiro projeto de lei para ocorrer a primeira desavença, eu jamais poderia aceitar que se tirasse o FGTS do professor ACT. Depois, veio a questão de um consórcio do lixo que tiraria de Brusque e levaria pra Timbó. Votei contra também um financiamento internacional que custaria R$ 34 milhões para construção de uma ponte em nosso município. Fomos taxados na época de antissociais. Imagine hoje como estaria a prefeitura se tivesse votado a favor desse projeto, se já não tem dinheiro pra educação, saúde, imagine com uma prestação de R$ 500 mil por mês. Eu jamais me dobrei ou me dobrarei a grupos políticos em detrimento daquilo que acho importante para a sociedade”.


Maritza Sartori Bohn, assistente social da Secretaria de Educação
Quero saber como vai se dar a continuidade e a melhoria dos investimentos na saúde da mulher, que é uma grande preocupação.

Jones Bosio, candidato a deputado estadual pelo DEM

“Mesmo não tendo mandato eletivo, para mim é satisfatório trabalhar em prol das mulheres, das entidades. Para mim, já é uma vitória estar participando dessas eleições com tantos bons candidatos. Precisamos nos unir. Perdi a eleição para prefeito em 2016, mas não sou inimigo da prefeitura porque perdi a eleição, sou parceiro, conseguimos recursos por meio de Brasilia, do estado. É uma parceria para ajudar a prefeitura. Não estou ajudando o prefeito, estou ajudando a cidade, as pessoas, são elas que constituem as cidades e vou continuar trabalhando nessa batida. Se ganhar a eleição, ótimo, se perder, vou continuar trabalhando, porque essas bandeiras nunca vão baixar do meu punho”.


Joel Domingues Pereira Filho, pastor da Igreja Evangélica Ágape e vice-presidente do Conselho de Pastores de Brusque (Copab)
Está em tramitação no congresso nacional o projeto 5002/2013, que trata sobre identidade de gênero, e no seu texto prevê alteração do gênero da pessoa através de intervenção cirúrgica pelo SUS e também a possibilidade de crianças terem seu gênero alterado através de uma autorização do estado, caso os pais não concordem com isso. Diante disso, a senhora é contra ou a favor desse projeto de lei?

Katia Costa, candidata a deputada federal pelo PSOL

“Não li o projeto na íntegra, então não posso dizer se sou contra ou a favor. O que eu sei é que até os 18 anos tem uma autorização dos pais. Vocês têm contato com pessoas trans ou que optam por outro sexo que não o biológico? Vocês sabem as mazelas que essas pessoas passam na vida deles? O tempo que eles passam sem encontrar emprego e muitas vezes precisam se prostituir? Vocês sabem de tudo isso pra ser contra ou a favor? Já conversaram com essas pessoas? Eu como mãe tenho que dizer que até os 18 anos a gente deve estar dentro do limite, do acompanhamento de pais. As pessoas modificam, ampliam, essas pessoas tem uma mudança, uma transformação dentro delas e tem que ser respeitado. Após os 18 anos, é uma questão de saúde pública, tem que ter acompanhamento de profissionais e se assim o quiser, ela pode fazer. O projeto tem que ser debatido, ouvida a sociedade”.

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