Quatro tentativas de homicídio serão julgadas neste mês em Brusque; saiba detalhes
Sessões dos tribunais de júri iniciam no dia 12 e acontecem até 26 de agosto
A Vara Criminal da Comarca de Brusque realizará três julgamentos referente a quatro tentativas de homicídios no decorrer de agosto. Os tribunais de júri acontecerão nos dias 12, 19 e 26, nas sextas-feiras. O juiz responsável pelos casos é Edemar Leopoldo Schlösser.
Crime duplo
O primeiro caso a ser julgado ocorreu em 27 de junho de 2021. Ederson dos Santos e Isaac Aparecido Nunes são acusados por duas tentativas de homicídio, sendo um deles qualificado pelo uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e o outro triplamente qualificado pelo motivo fútil, emprego de meio cruel e uso de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima.
O crime ocorreu na casa de Isaac, localizada no bairro Paquetá. A investigação apurou que as vítimas, cujos nomes não foram revelados, teriam ido até a residência onde Isaac e Ederson se encontravam.
Um dos homens passou a ser agredido pelos acusados com socos e chutes. Em determinado momento, Ederson teria se apossado de uma arma de fogo, que inicialmente estava na posse de Isaac. O comparsa teria determinado que atirasse e Ederson efetuou vários disparos contra as vítimas.
O homem que sofreu as agressões foi atingido por um tiro na cabeça e a outra vítima foi atingida no tórax e sofreu lesões que causaram risco de morte, sendo necessário passar por uma cirurgia para sobreviver.
Mesmo atingidos pelos tiros, as vítimas conseguiram escapar do local e foram socorridos na sequência. A investigação apurou que a motivação para o crime seria o fato de que o homem que sofreu as agressões e o tiro na cabeça, teria ficado com uma mulher, bem como por ele ter se negado a entregar dinheiro para ela.
Os acusados teriam praticado o crime contra a primeira vítima de forma cruel, visto que aumentaram o sofrimento através dos socos e chutes. Além disso, a investigação também determinou que as duas vítimas foram atacadas de maneira desprevenida, pois não esperavam a ação.
De acordo com a apuração, os homens foram até a casa de Isaac para resolver uma suposta dívida que tinham com ele, além da intenção de comprar entorpecentes. No entanto, eles foram extorquidos, agredidos e sofreram a tentativa de homicídio. O caso será julgado na sexta-feira, 12.
Briga entre irmãos
O segundo julgamento será de Helbio Delgado Gonçalves, que esfaqueou o irmão Cláudio Gonçalves após uma briga. O caso ocorreu em 21 de abril de 2021 durante uma confraternização entre a família na rua João Vanolli, no bairro Azambuja. Ele é acusado pela prática do crime de tentativa de homicídio duplamente qualificado pelo motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
De acordo com a investigação, os participantes da festa ingeriam bebidas alcoólicas, e, em determinado momento, os irmãos de Helbio solicitaram para ele parar de beber, visto que ele tinha problemas com alcoolismo. Neste momento, uma discussão se iniciou.
Helbio pediu para conversar com Cláudio, pois acreditava que o irmão estava ali para brigar e, novamente, eles discutiram. O autor entrou na residência e pegou uma faca. Os dois iniciaram uma série de xingamentos e entraram em luta corporal. Neste momento, Helbio desferiu uma facada no pescoço do irmão.
A Polícia Militar foi acionada, assim como o Corpo de Bombeiros, que encaminhou a vítima ao hospital. Claudio ainda passou por um procedimento cirúrgico. Em depoimento, Helbio confirmou a autoria do crime e alegou legítima defesa. Ele ainda informou que estava embriagado e que não recorda quantos golpes foram desferidos.
Cláudio informou no depoimento que deu um tapa no peito do irmão após ser xingado, momento em que Helbio teria pego a faca e desferido os golpes. A audiência será realizada no dia 19 de agosto.
Crime no albergue
A última audiência trata da tentativa de homicídio de André Perini, que ocorreu no Albergue Municipal em outubro de 2020. Rafael Borges Pereira será julgado por tentativa de homicídio duplamente qualificada, além do crime de coação durante o curso do processo. Os outros homens envolvidos no crime já foram julgados em março deste ano.
O caso ocorreu em 4 de outubro de 2020 após uma discussão com André. O fato da vítima ser homossexual teria motivado a briga, além dos suspeitos acreditarem que ele era “pedófilo”.
Rafael e os demais homens envolvidos no crime teriam agredido André com socos e chutes, além de terem introduzido um instrumento no ânus dele. Em determinado momento da discussão, o acusado teria utilizado uma faca para desferir vários golpes na vítima com o auxílio dos demais. Com isso, a vítima teve ferimentos nas mãos, no rosto e pescoço, causando uma lesão grave na traqueia.
Após a ação, Rafael e os demais envolvidos acreditavam que André estava morto. Eles teriam jogado o corpo da vítima no barranco situado atrás do albergue, com o intuito de evitar que ele fosse encontrado.
No entanto, um dos ocupantes do albergue foi informado sobre as agressões contra Andre e comunicou ao responsável pelo local. O Corpo de Bombeiros foi acionado para resgatar a vítima e conduzi-la ao hospital. Ele permaneceu internado por vários dias devido à gravidade das lesões.
A investigação do caso apurou que Rafael teria ameaçado os demais ocupantes do albergue e ainda teria dito que “aqui ninguém sabe de nada”. A suposta ameaça teria sido compreendida por todos, pois durante os depoimentos, as testemunhas se esquivaram de relatar os fatos aos policiais, para não comprometerem os autores do crime. O tribunal de júri acontecerá no dia 26 de agosto.