Com distribuição de emendas, deputados fazem promoção pessoal com dinheiro do povo
Com distribuição de emendas, deputados fazem promoção pessoal com dinheiro do povo
- Por Raul Sartori
- 16/02/2021
- 13:00
É nosso
Tal como os demais farão, ou estão fazendo, o deputado estadual Marcos Vieira (PSDB) iniciou a entrega das emendas parlamentares impositivas de 2021 para mais de 60 municípios. Recursos que não são do parlamentar, bem entendido, mas do contribuinte catarinense. Aliás, estas questionáveis emendas impositivas resultarão, só neste ano, na fortuna de R$ 640 milhões para os 40 deputados estaduais distribuírem aos municípios, evidentemente que fazendo o que mais gostam: promoção pessoal, e induzindo o gaiato a pensar que é dinheiro do bolso deles.
Perigo
Pipocaram, ontem, manifestações acerca do autoelogio (“o povo está vibrando”) que Bolsonaro se deu, domingo, em São Francisco do Sul, sobre seus decretos ampliando a posse de armas. De forma direta ou indireta, foi possível ler alguns analistas (melhor qualifica-los como ativistas políticos) insinuando ou suspeitando que o presidente esteja criando um exército paralelo para acionar a qualquer hora se houver algum “descontrole” futuro. Vai que…
BR 280
Alguém pode até ter tido essa ideia, mas se teve, ela não vingou. Na sua nova vinda a SC, onde se encontra, Bolsonaro se deslocou de helicóptero entre Navegantes e São Francisco do Sul. Tivesse a comitiva feito o trajeto pela via terrestre certamente o drama da duplicação da BR 280, mais lenta do que nunca, ganharia outra perspectiva, pelo menos do ponto de vista do presidente e da comitiva que trouxe junto.
Infectado
O ministro catarinense do Superior Tribunal de Justiça, Marco Buzzi, 63 anos, está internado em Brasília após diagnóstico positivo para o covid-19. Foi hospitalizado junto com a esposa por precaução. Segundo a assessoria do STJ, os dois estão bem, com quadro estável.
Economia
O Ministério da Economia quer poupar R$ 500 milhões em gastos anuais com locação de imóveis neste ano. Uma das formas já em prática é o compartilhamento entre órgãos públicos. Em Florianópolis, por exemplo, a consultoria jurídica da União migrou para o imóvel da Procuradoria Geral da União, cortando gastos de R$ 560 mil por ano. E a Escola da Advocacia Geral da União passou a funcionar no imóvel ocupado pela Procuradoria Federal no Estado, evitando gasto anual de R$ 360 mil.
Insensibilidade 1
De dar raiva ler, ouvir e ver o noticiário em que a polícia teve que intervir, inclusive em várias cidades de SC, em festas clandestinas, com centenas de pessoas sem máscara e em um momento em que a covid-19 está mais aguda. É como se sambar sobre cadáveres. É irresponsabilidade e insensibilidade demais. No domingo, coincidentemente, o Brasil atingiu a maior média de mortes desde o início da pandemia, com 1.105 vítimas.
Insensibilidade 2
E o que dizer do que vem acontecendo em Criciúma? Mais de 30 pessoas, que fazem parte dos grupos prioritários para receber a vacina contra o covid-19, a recusaram. O município registra 255 óbitos desde o inicio da pandemia. Se forem infectados, que tal recusar internamento e atendimento hospitalar?
Homenagem
Lei estadual sancionada pelo governador Carlos Moises agora permite que delegacias da Policia Civil sejam homenageadas com nomes de policiais da corporação, escolhidos pelos respectivos comandos. Dentre as várias condições está uma proibição: não atribuir nome de policial vivo ou que tenha praticado ato de lesa-humanidade, tortura ou violação de direitos humanos.
Descrença
Cresce a descrença neste país quando se vê um claro movimento para anular as condenações da Lava Jato, com aval dos “supremos” do STF avalizando o acesso da defesa de Lula às mensagens roubadas por hackers. É muito desolador. Foi a ação mais importante contra a corrupção em toda nossa história, permitindo que se soubesse de desvios e a apropriação de dinheiro público, em bilhões, sob o comando de um presidente da República.
Hipocrisia
Tem razão o blogueiro Cláudio Humberto quando diz que a hipocrisia foi o tom adotado por prefeitos e governadores – inclusive de SC – para cancelar os pontos facultativos e ameaçar prender, multar e acusar de “crime contra a saúde pública” quem ousar se reunir no Carnaval. Isso porque quem agora ordena que todos fiquem em casa, são os mesmos que estimularam aglomeração em municípios durante a campanha eleitoral, com comícios, carreatas e as caminhadas.