Realeza da Fenarreco se encaminha para terceiro ano de reinado, o maior desde o início da festa
Durante a pandemia, rainha e princesas precisaram se reinventar para continuar divulgando o evento e a cidade
Durante a pandemia, rainha e princesas precisaram se reinventar para continuar divulgando o evento e a cidade
Eleitas em 2019 para a 35ª Fenarreco, que aconteceria em 2020, a realeza da festa seguirá para o terceiro ano no reinado. Devido à pandemia de Covid-19, a festa precisou ser adiada por dois anos seguidos. No entanto, a Secretaria de Turismo de Brusque tem expectativa de que a festa acontecerá em 2022.
O título de 35ª edição não será abandonado, assim como a realeza que permanecerá por mais um ano. Ao longo dos últimos dois anos, Thuany Schlindwein Kroetz, 26 anos, eleita rainha da festa, Ana Luiza Merisio, 20, a primeira princesa, e Tainara Cristina Pereira Graf, 24, a segunda princesa, trabalharam na divulgação da cidade, já que a festa estava adiada.
Apenas na primeira edição da festa, em 1986, a primeira realeza permaneceu por dois anos no cargo. Indo para o terceiro ano, a realeza da 35ª edição da Fenarreco entra para história como o reinado mais longo.
Nos últimos dois anos, as meninas participaram de poucos eventos. Antes da pandemia, elas puderam atuar em algumas festas, mas a divulgação mais intensa foi realizada pela internet em 2020. Por meio das redes sociais, elas divulgaram fotos de anos anteriores para lembrar e fortalecer a história da festa. Já neste ano, elas começaram a participar de eventos ao ar livre quando eram chamadas, sendo a maioria eventos esportivos.
“Elas trabalharam muito a identidade da cidade de Brusque e pouco sobre a Fenarreco, pois não tínhamos o que falar de um evento que não tínhamos certeza se aconteceria na época”, pontua o turismólogo da Secretaria de Turismo, Ademir Moraes.
Com o longo período em que representam a festa, as meninas criaram fortes laços de amizade e afinidade. Apesar de não se encontrarem com a mesma frequência, elas trocavam ideias constantemente visando divulgar a história da festa.
Ele salienta que a beleza da realeza sempre foi um ponto forte para divulgação da festa, além, é claro, da simpatia. “Com o uso de máscara nós tivemos que esconder a beleza da realeza. Ficou difícil para elas dançarem ou falarem de máscara. Elas usavam a máscara, mas cobriam aquilo que queríamos mostrar: o sorriso, a simpatia e a beleza”.
O diretor-geral da Secretaria de Turismo, Ivan Jasper afirma que a realeza soube lidar com o período e cumprir a principal função.
“A Fenarreco é o símbolo, o momento em que fazemos a festa, mas o proposito da realeza é justamente representar a cidade em todas as situações. Quando falamos em turismo, as pessoas só pensam em Fenarreco, mais Brusque é muito mais que isso. Elas já estiveram conosco em vários locais promovendo a cidade e assim será feito até a próxima festa”, salienta.
Atuando na área de marketing, Thuany relata que ficou triste com a notícia do adiamento da festa. “Não esperávamos que fosse ocorrer uma pandemia. Nossa maior vontade era continuarmos na Fenarreco e por isso conversamos com a organização para continuar. Não tivemos essa experiência, esse momento nosso que era ser realeza”.
Apesar das dificuldades no início, a rainha comenta que ela e as princesas souberam se adaptar ao momento. “Tivemos que ter paciência e cautela para aguardar o que aconteceria. Penso que foi uma motivação para nos unirmo mais”, conta a moradora do bairro Rio Branco.
No entanto, a rainha da 35ª edição tem esperanças de que a festa acontecerá em 2022. Ela espera que seja possível realizar a divulgação da festa em outras cidades do país, assim como era feito em anos anteriores, além de explorar a cultura da cidade.
A modelo e talhadora Ana Luiza comenta que também ficou entristecida devido à pandemia, e todas as vidas perdidas. “Essa doença não foi fácil. Mas restou para nós a esperança de que tudo acontecerá conforme o planejado”.
Apesar de realizar o sonho de integrar a realeza da festa, a jovem não sabe se continuará como primeira princesa da Fenarreco no próximo ano. Ela tem planos de morar fora, situação proibida pelo contrato.
No entanto, a moradora do bairro Souza Cruz ressalta que fez o melhor para levar a festa além da pandemia.
“Eu consegui demonstrar o que a Fenarreco é. Acredito muito nas meninas. Não foram muitas datas que conseguirmos divulgar a festa, mas o pouco que conseguimos já foi incrível. Adorei todas as experiências de ir nas festas, antes da pandemia, e sermos reconhecidas”.
Tainara, que trabalha na área de vendas, comenta que esse período foi um momento difícil para todas, que precisaram se adaptar.
“Foi triste quando fomos informadas do adiamento da festa, não sabíamos se ficaríamos ou não, não tínhamos certeza de nada. Pensávamos na festa, mas também tinha todas as pessoas morrendo”, salienta.
Assim como as colegas de reinado, a moradora do bairro Poço Fundo tem esperanças de que o evento será realizado em 2022. “Vamos levar a alegria da festa depois de todo esse caos que foi a pandemia. Nossa festa sempre foi muito alegre e teve muito diversão”, diz.
Ivan comenta que a Fenarreco chegou a ser planejada para acontecer em 2021. No entanto, devido à onda de novos casos, a pasta precisou repensar a realização da festa.
“Começamos a trabalhar com o pensamento de uma Fenarreco Gastronômica. Tudo que tinha sido feito de licitação, nós mudamos. E o custo dessa Fenarreco Gastronômica seria tão grande quanto da Fenarreco normal, devido toda questão de contingenciamento que nós deveríamos ter”.
Em julho deste ano, a ideia foi anulada, levando em consideração o cenário atual da época. “Se soubéssemos como estaria hoje, teríamos feito. Mas naquele momento não tínhamos certeza. Agora nós temos os eventos paralelos e que bom que estão acontecendo, como o Festival Alemão do Schmidt, o Festival da Primavera, e a Esquentarreco. Que bom, pois isso continua dando força para a Fenarreco”, diz
Ademir diz que quando um evento é realizado pela iniciativa privada, a tendência é a organização ser mais ágil. No entanto, quando o setor público organiza uma festa, a situação se torna mais morosa, já que é preciso realizar licitações, conforme determina a lei.
Ele também comenta que as realezas das festas da região também permanecem na função. “Em Blumenau e Jaraguá do Sul, parece que há um consenso por parte das Secretarias de Turismo de que as realezas devem permanecer. Elas foram eleitas para aquele ano de Fenarreco, se não aconteceu, não foi culpa delas nem nossa. Por isso vamos manter a 35ª edição”.
O turismólogo salienta que o objetivo da pasta é preservar a edição, mesmo que atrasada. “A história não parou de ser contada, ela só teve uma interrupção e nesse momento nós tivemos que nos adequar a realidade, pois ninguém tinha passado por isso”.
“Sempre digo que não existe ex-rainha ou ex-princesa. Elas são a rainha e princesas daquele ano de festa. Acredito que elas terão a chance de executar ao que se propuseram quando se inscreveram para compor a realeza da festa, que é fazer a divulgação da Fenarreco e da cidade”, pontua Ademir.
O diretor-geral antecipa que foi aprovado pela Lei Rouanet um livro que contará a história dos 35 anos da Fenarreco. No entanto, ainda não há informações sobre a data de publicação.
A pasta ainda verifica como ficará a situação da realeza mirim, que atuaria na 35ª Fenarreco. Segundo Ademir, umas das meninas já passou dos 10 anos, idade permitida pelo regulamento.
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