Relembre os serviços do Telecentro de Brusque, o primeiro da América Latina
Local foi inaugurado em 1992 e seguiu em atividade até o início dos anos 2000
Local foi inaugurado em 1992 e seguiu em atividade até o início dos anos 2000
Há 30 anos, em 1992, era inaugurado em Brusque o primeiro Telecentro da América Latina. O local funcionava na rua Conselheiro Rui Barbosa, no Centro, no prédio onde hoje está a loja Beagle.
O Centro de Telesserviços Comunitários de Brusque era uma realização da Telesc, operadora de telefonia de Santa Catarina na época. No local, a população tinha disponíveis uma série de serviços. O objetivo do Telecentro era facilitar a vida dos moradores.
Segundo reportagem do jornal O Município publicada na época da inauguração, em outubro de 1992, o Telecentro de Brusque era uma continuação do Serviço de Atendimento ao Cidadão (Saci), reunindo os serviços da Telesc, Celesc, Samae, Correios, Detran, Secretaria de Segurança e Prefeitura. Mais tarde, também foi implantado um balcão do Sebrae no local.
Além desses serviços, o Telecentro contava com um “Telescritório”, com fax, xerox, máquina de escrever e computadores à disposição da população.
Servidor aposentado da prefeitura, Jorge Francisco Ochoa foi o coordenador do Telecentro de Brusque durante alguns anos. Ele recorda que antes dele, coordenaram o serviço Luiz Reis e Nei Bina.
“Eu era o responsável pelo Procon, que funcionava na prefeitura, e então apresentei a proposta de levar o Procon também para o Telecentro, porque era mais acessível para a população. A proposta foi aceita e então acabei virando o coordenador do espaço”, conta.
Jorge lembra que o Telecentro ficou com sede no Centro de Brusque durante alguns anos. Depois, foi para a rua Azambuja, depois mudou para a um prédio no bairro Santa Rita e, posteriormente, ocupou uma sala no Terminal, onde ficou até o fim das atividades.
O ex-coordenador destaca que o Telecentro funcionou até o início dos anos 2000. “Foi uma pena que decidiram encerrar. Nós tentamos muito continuar com o Telecentro, mas não foi possível. Era um projeto do governo do estado, que decidiu fechar as unidades”.
Durante os anos em que ficou ativo, Jorge destaca que o Telecentro serviu bem à população. “Foi algo muito interessante para a época. Não tínhamos essa facilidade que temos hoje, então o Telecentro ajudou muito. Era muito semelhante ao Poupatempo, que existe no estado de São Paulo”.
Além dos serviços, a população também podia utilizar os computadores disponíveis no Telecentro, popularizando o acesso à informática para todos.
“Podemos dizer que a filosofia de trabalho do Telecentro ainda existe. Naquela época, tínhamos o MAPE como parceiro do Telecentro, que atualmente é o Centro Municipal de Inclusão Digital (CMID), que funciona na Arena Brusque”, destaca Rogério Pedroso, coordenador do CMID.
Ele atuava no módulo de aplicações educacionais do Telecentro, que oferecia o acesso aos computadores e também aulas de informática para a população.
Na edição do dia 8 de dezembro de 1995, o jornal O Município publicou uma reportagem sobre uma parceria entre a prefeitura, Telesc e UFSC, que disponibilizava o acesso à internet para toda população, no prédio do Telecentro.
Com o local, Brusque se tornou o único município catarinense ligado à internet fora de uma universidade.
No NET Brusque, a população tinha acesso aos computadores com internet ao preço de R$ 5 por um período de 20 horas.
Além das pesquisas em sites de outras universidades do país, o usuário tinha a oportunidade de acessar sites de grandes jornais e também se divertir com entretenimento.
“Em alguns minutos é possível ‘ligar-se’ com o endereço eletrônico do jornal Folha de São Paulo, por exemplo e ler na tela do computador as principais notícias do dia. Outro endereço interessante, é o da Rede Globo de Televisão, onde pode-se acompanhar a programação de TV. No intervalo, pode-se aproveitar e mandar um recadinho para artistas famosos como a cantora Marisa Monte, que também tem um endereço exclusivo na internet”, dizia um trecho da reportagem.
De acordo com reportagem de O Município da época, o Telecentro tinha uma proposta pedagógica voltada aos estudantes do 1º grau, baseada em noções de informática.
“O módulo é equipado com microcomputadores e professores com conhecimentos da linguagem básica da Informática para incentivar o raciocínio lógico dos estudantes e melhorar o rendimento de alunos fracos em determinadas disciplinas, tudo isso através do computador”, explica reportagem da época.
O MAPE teve várias nomenclaturas até se transformar em CMID a partir de 2011. No local, são realizados cursos gratuitos de informática e também capacitações. No CMID também são realizadas as atividades de robótica da rede municipal de ensino de Brusque.
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