Réplica de escultura polaco-brasileira será exposta em Brusque
Obra de arte é marco das comemorações dos 150 anos da imigração polonesa ao Brasil
Réplica de escultura polaco-brasileira será exposta em Brusque
Obra de arte é marco das comemorações dos 150 anos da imigração polonesa ao Brasil
- 17/05/2019
- 5:10
A famosa escultura intitulada O Semeador está reproduzida em Brusque para as comemorações dos 150 anos da imigração polonesa no Brasil. A obra de arte original, de João Zaco Paraná, foi inaugurada em 15 de fevereiro de 1925 na praça Eufrásio Correia, onde se encontra até hoje, em Curitiba. O escultor que fará a réplica é o paranaense David Rodrigues.
O Semeador é uma obra que homenageia a contribuição polonesa ao Brasil e a relação entre os dois países. A maioria dos descendentes de poloneses estão no Paraná, principal centro da imigração. O movimento teve seu início em Brusque, mas poucos poloneses permaneceram onde hoje é o município. Por este contexto, O Semeador foi a obra escolhida para marcar, em Brusque, os 150 anos da imigração. A iniciativa é da Fundação José Walendowsky.
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O escultor contratado para fazer a réplica, David Rodrigues, já tem outros trabalhos expostos em Brusque e afirma que tem em mãos uma grande responsabilidade. A versão de O Semeador que ficará exposta na praça do Maluche está sendo esculpida em granito, técnica que não permite a correção de falhas.
“A estátua original é em bronze, permite modelar melhor a escultura, fazer aperfeiçoamento. O granito é diferente, é mais duro, não permite erros, é mais durável. É um trabalho difícil. Fico feliz pela confiança e outros trabalhos ainda deverão ser feitos em Brusque”, explica.
O idealizador da Fundação José Walendowsky, Ivan José Walendowsky, afirma que a obra deve ser concluída em breve. “O trabalho está bem avançado, a parte mais bruta já praticamente terminou, faltam acabamentos de superfície.”
Para Walendowsky, a obra também é uma forma de intercâmbio cultural entre os descendentes de poloneses em Brusque, onde a imigração começou, com os paranaenses, onde os descendentes estão mais concentrados. “Nós reproduzindo aqui uma escultura de um artista polonês que é marco em uma praça de Curitiba nos torna de alguma forma mais próximos.”
Jan Zak
Nascido em 3 de julho de 1884 na pequena cidade interiorana de Brzeżany, Jan Zak imigrou ao Brasil ainda aos três anos e passou a morar no Paraná. A partir dos anos 20, passou a assinar suas obras como João Zaco Paraná. Estudou na Escola de Belas Artes de Paris, e lá se especializou em pintura e escultura. É o autor da obra Amor Materno, presente no Jardim Botânico de Curitiba. Faleceu em 10 de julho de 1961, no Rio de Janeiro, onde viveu por boa parte de sua vida.
Vivendo na Europa no início do Século XX, o escultor conheceu e conviveu com grandes artistas de sua época, como os franceses Marc Chagall, Aristide Maillol e Antoine Bourdelle, os espanhóis Pablo Picasso e Juan Gris, o italiano Amadeo Modigliani e o romeno Constantin Brâncuși.
Atração internacional
A banda Wolosatki, da cidade polonesa da Kielce, realizará dois shows em Brusque como parte das comemorações dos 150 anos da Imigração Polonesa no Brasil. O grupo é formado por estudantes da Universidade Politécnica de Kielce.
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A primeira apresentação será realizada em 24 de agosto, às 20h30, no anfiteatro da Paróquia São Luiz Gonzaga. No dia seguinte, ao meio-dia, a Wolosatki se apresenta na Sociedade Santos Dumont. A vinda do grupo foi possível graças a uma parceria com a Congregação Sociedade de Cristo. O padre Kazimierz Duglosz intermediou as negociações com o Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba.
A cidade de onde vem a banda, Kielce é uma cidade localizada no centro-sul da Polônia, na voivodia de Świętokrzyskie (literalmente Santa Cruz), com pouco menos de 200 mil habitantes. Fica a 116 km da capital, Cracóvia.