Rio Vivo propõe tratamento de esgoto de parte do município sem custo para prefeitura

Administração municipal, no entanto, classificou a proposta da empresa como inviável na última semana

Rio Vivo propõe tratamento de esgoto de parte do município sem custo para prefeitura

Administração municipal, no entanto, classificou a proposta da empresa como inviável na última semana

O Município Dia a Dia teve acesso com exclusividade à proposta feita pela empresa Rio Vivo à Prefeitura de Brusque para o tratamento de esgoto sanitário do município. A proposta, que foi analisada pelos técnicos do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) e considerada inviável, prevê que 22% do município tenha o esgoto doméstico tratado dentro de um ano e com uma tarifa de cobrança inferior a que é cobrada pelo Samae para o tratamento da água.

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De acordo com o diretor da Rio Vivo, Guilherme Ennes, o projeto da empresa prevê a construção de seis novas elevatórias, a utilização da rede de esgoto já existente no município – cerca de 50 km construída em 1993 com recursos do Ministério do Bem-Estar Social, mas que nunca entrou em funcionamento – e a interligação na rede industrial da Rio Vivo. Com isso, o esgoto sanitário de todo o Centro da cidade e ainda dos bairros São Luiz, Azambuja e Jardim Maluche seria tratado na estação da empresa, que tem capacidade para atender 100% do município.

Diretor da empresa, Guilherme Ennes, afirma que é possível iniciar o tratamento do esgoto na cidade sem dinheiro público / Foto: Bárbara Sales
Diretor da empresa, Guilherme Ennes, afirma que é possível iniciar o tratamento do esgoto na cidade sem dinheiro público / Foto: Bárbara Sales

Inicialmente, a proposta apresentada à prefeitura é para atender apenas essa região, o que totalizaria um total de 28 mil habitantes. Todo o custo da construção das elevatórias, reparo da rede e interligação teria um custo de R$ 9 milhões, bancados exclusivamente pela Rio Vivo.

“O custo é todo da Rio Vivo, a prefeitura não precisaria entrar com nada, apenas com a fiscalização do serviço. Apresentamos o projeto com todo o estudo de viabilidade, cronograma de obras e o projeto básico prontos”, afirma.

Segundo ele, a proposta é totalmente viável tanto para a prefeitura quanto para a empresa. Ennes explica que, como já existe uma parte da rede e a empresa possui toda a estação de tratamento pronta, seria possível realizar o investimento sem precisar de contrapartida da prefeitura.

O fato de já existir alguns quilômetros de rede coletora de esgoto prontos no município também contribui para que a taxa de esgoto cobrada dos moradores seja mais baixa do que o comum. A proposta da empresa prevê uma tarifa de 80% do que é cobrada pelo Samae para o tratamento da água. Ou seja, se hoje a taxa residencial para água é R$ 26, a tarifa de esgoto seria R$ 20,80. “Aqui na região nenhuma empresa de saneamento cobra 80% do valor da água. A maioria cobra um para um, Blumenau cobra até mais. A ideia de utilizar essa infraestrutura existente justamente para cobrar menos do usuário, economizar e tratar o esgoto, sair do zero. É inadmissível uma cidade do porte de Brusque ainda não ter esgoto tratado”.

O diretor da empresa diz ainda que com a infraestrutura já existente, o município poderia chegar a mais de 20% do esgoto tratado em tempo recorde. “Em Blumenau, por exemplo, existe o contrato para fazer o esgoto há pelo menos cinco anos, e a cidade ainda não chegou a 20% [do esgoto tratado]. Brusque, se quiser fazer um sistema inteiramente novo também não vai conseguir fazer nada em menos de três anos. Com a nossa proposta, conseguiríamos atingir boa parte da cidade em um ano”, garante.

“Utilizaríamos toda uma estrutura que já existe, que com pequenas modificações e consertos poderia ser utilizada, evitando que o município tivesse que fazer novos investimentos e encarecer a tarifa”, completa.

Análise da prefeitura

Na semana passada, a prefeitura emitiu nota informando que a proposta da Rio Vivo para o tratamento de esgoto sanitário do município é inviável, principalmente por conta do investimento que precisaria ser feito pela prefeitura, na ordem de R$ 40 milhões.

O diretor da Rio Vivo, por sua vez, afirma que os técnicos da prefeitura fizeram uma análise equivocada da proposta, já que, segundo ele, em nenhum momento foi apresentado que a prefeitura teria que desembolsar R$ 40 milhões. “A avaliação foi completamente equivocada. Eles emitiram um parecer dizendo ser inviável a nossa proposta, mas nem quiseram conversar sobre o assunto. Da forma que foi colocada, deu-se a impressão que o município não tem interesse em fazer”.

Na quarta-feira, 6, a empresa levou a proposta novamente para a análise da prefeitura e agora aguarda uma manifestação sobre o assunto.

 

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