Rodovia Antônio Heil: governo do estado não realizará mais obras no trevo da BR-101
Novo trevo completo que estava previsto no projeto da duplicação não está mais nos planos do estado
Novo trevo completo que estava previsto no projeto da duplicação não está mais nos planos do estado
A Secretaria de Estado de Infraestrutura de Santa Catarina informou a O Município que não haverá obras no trevo da rodovia Antônio Heil com a BR-101.
No ano passado, o então secretário de Infraestrutura, Carlos Hassler, anunciou que o governo estadual não executaria as obras no trevo como estava previsto inicialmente, mas faria obras paliativas para aliviar o fluxo na região.
Porém, questionada por O Município sobre o início dessas obras, a assessoria de comunicação da Secretaria de Infraestrutura apenas afirmou “que não há previsão de mais intervenções na rodovia”.
O vice-prefeito de Brusque, Ari Vequi, lamenta a decisão do governo do estado. “Vamos ter que iniciar uma batalha para ver o que faremos. É decepcionante. Não tem condições de manter o trevo da forma que está. É muito prejudicial para a região”.
Vequi destaca que o principal problema para o governo do estado é a indenização daquele trecho, orçada em cerca de R$ 30 milhões. Já a obra propriamente dita custaria mais R$ 40 milhões. “O BID não financia as desapropriações, por isso, o governo do estado teria que arcar e isso complicou”.
O ex-assessor de planejamento da Prefeitura de Itajaí, Auri Pavoni, destaca que o principal gargalo da ligação Brusque-Itajaí é o trevo da BR-101. “Aumentaram a captação do funil e deixaram a mesma saída. As pessoas vão chegar mais rápido até o trevo, mas vão demorar mais para sair. O estado tinha o projeto financiado pelo BID, só faltavam as desapropriações”.
De acordo com ele, o prejuízo econômico anual da região com o atual trevo da BR-101 é de R$ 18 milhões. “Seria um investimento que com quatro anos se pagava, além de potencializar a economia. Mais empresas iriam se instalar. A mercadoria ficaria até mais barata para sair e chegar em Brusque”.
Pavoni afirma que no ano passado a Prefeitura de Itajaí chegou a mandar um projeto de solução paliativa para o governo do estado, que melhoraria em torno de 25% a trafegabilidade no trevo.
“Essa obra paliativa que apresentamos pro estado teria um custo bem barato, não seria o ideal, mas já daria uma boa melhora. O governo não se pronunciou sobre o assunto, o que só prejudica a economia do estado”.
No ano passado, o Foro Metropolitano da Foz do Itajaí-Açu entrou com uma ação civil pública pedindo a conclusão imediata da rodovia Antônio Heil e também a construção do trevo completo da BR-101.
No processo, as partes envolvidas foram instadas a se manifestar e ninguém respondeu objetivamente quem fará a obra do trevo e como. O governo catarinense alegou que o processo deveria ser remetido à Justiça Estadual, pois a duplicação ocorre em rodovia do estado.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) argumentou que não deveria ser ré, pois não tem competência para atender aos pedidos formulados na ação.
A Auto Pista Litoral Sul, concessionária da BR-101, alegou que não é de sua competência realizar tal obra em interseção com rodovia estadual.
A ação foi remetida à Justiça Estadual em julho deste ano. O processo foi remetido para a comarca de Itajaí, porém, o Foro optou por solicitar a remessa à Florianópolis. Hoje, o processo está com o juiz para análise dos pedidos de liminar.