Riscos do Calor: Saiba mais sobre o perigo de incêndios em vegetações

Segunda reportagem da série aborda queimadas durante os meses de calor

Riscos do Calor: Saiba mais sobre o perigo de incêndios em vegetações

Segunda reportagem da série aborda queimadas durante os meses de calor

No período mais quente do ano, entre novembro de 2013 e março deste ano os bombeiros atenderam 77 incêndios em vegetação em Brusque, Guabiruba e Botuverá. O número é mais que o dobro do registrado no mesmo período da temporada de 2012-2013, quando foram 35. Diante disso, o comandante dos bombeiros, tenente Hugo Manfrin Dallossi, faz um apelo à população para que se conscientize.

Segundo o tenente, estes incêndios são reflexos de uma prática muito antiga na cidade de atear fogo na vegetação para limpar o terreno de casa. Isso aliado à vegetação muito seca durante os meses mais quentes no ano são a combinação perfeita para que a situação saia de controle. “A gente tem informações de que vidro no mato seco que causa fogo, mas isso é quase impossível. Praticamente 99% dos casos são alguém que foi lá e ateou fogo. Queria limpar o terreno e ateia fogo, mas, como está calor e a vegetação seca, ele perde o controle. Com isso, pode acontecer um incêndio de grandes proporções”, diz Manfrin.

Um caso emblemático aconteceu no dia 15 de novembro deste ano. Uma moradora da rua Pedro Fantoni, bairro Bateas, resolveu queimar o lixo que estava acumulado no terreno. Com o vento, as chamas logo se espalharam e atingiram uma área de reflorestamento de eucalipto. Aproximadamente 20 mil metros da área foram atingidos pelo fogo. Os quatro bombeiros que se deslocaram até o local levaram cerca de 1h30 para controlar as chamas. Não foi utilizada água, mas sim batedores e o fogo foi extinto por abafamento. Poucos dias antes a área de reflorestamento havia sido roçada e isso também facilitou para que o fogo se alastrasse.

Este tipo de atitude coloca a população em risco e drena os recursos dos bombeiros. “Teve um dia em fevereiro que teve 10 incêndios em vegetação, a guarnição não parava no quartel. Isso gera custo e atraso no atendimento de uma ocorrência. Por exemplo, a guarnição pode estar atendendo um incêndio e ter que atender outro. Aí temos que priorizar aquela que coloca vidas em risco”, afirma Manfrin.
Empresas

Outro tipo de ocorrência que foi registrada pelo Corpo de Bombeiros foram incêndios acidentais em edificações. Como muitas pessoas vão para outros municípios no fim de ano, as casas ficam desprotegidas e um curto pode tomar grandes proporções. No dia 3 de janeiro deste ano, a Lang Confecções, no bairro Bateas, foi completamente destruída pelo fogo. Uma série de fatores contribuiu para este resultado.

Para começar, não havia uma pessoa sequer com as chaves do local. Além disso, os proprietários estavam noutra cidade, por isso os bombeiros tiveram de arrombar as portas para controlar o fogo – que já estava grande na hora em que eles chegaram. No total, foram utilizados 200 mil litros de água e caminhões de Brusque, Guabiruba e Itajaí combateram o incêndio, que começou às 5h da madrugada e só foi totalmente controlado às 14h.

O tenente Manfrin diz que é importante que se deixe alguém “de olho” em casa ou na empresa. Embora não seja possível que esta pessoa combata um incêndio, ela pode avisar com mais rapidez.

Prevenção
Desligar os disjuntores para evitar curto-circuito;
Desligar os aparelhos da tomada, mesmo com o disjuntor desligado;
Fechar o registro do gás;
No caso de empresas, deixar alguém responsável, ou pelo menos um contato para avisar em caso de emergência;

77
incêndios em vegetação entre novembro de 2013 e março de 2014

35
incêndios em vegetação entre novembro de 2012 e março de 2013

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