Saiba qual foi o impacto da pandemia de Covid-19 no programa Proerd em Brusque

Encontros foram paralisados em 2020 e retornaram neste ano no sistema híbrido

Saiba qual foi o impacto da pandemia de Covid-19 no programa Proerd em Brusque

Encontros foram paralisados em 2020 e retornaram neste ano no sistema híbrido

A pandemia atingiu diversos setores com as paralisações, especialmente as escolas que precisaram mudar as aulas para o formato on-line. Com isso, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), realizado pela Polícia Militar, também foi impactado. Os encontros semanais, que são realizados com os alunos do 5º ano, foram paralisados em 2020.

O programa retornou neste ano no formato presencial, on-line e híbrido, conforme explica o policial militar e instrutor Guilherme André Sedrez. “A prioridade do programa é nas escolas que permitem a presença do policial em sala, mas estamos com cinco turmas no modelo totalmente on-line”.

O policial militar explica que com o formato de aula on-line os pais precisam “se doar um pouco para que o filho tenha acesso, deixando o próprio celular para ele assistir as aulas”. Também é disponibilizada a gravação da aula para os estudantes que não conseguem assistir em tempo real.

Além de Sedrez, também atua como instrutor Julio Cesar Cristóvão. Os policiais militares Günter Teobaldo Gums e Eduardo José Duarte, que desenvolvem outras atividades, também auxiliam com algumas turmas.

Instrutor Guilherme André Sedrez durante uma aula on-line | Foto: Polícia Militar/Divulgação

Neste ano, o programa perdeu o policial militar e instrutor Valdeci Alexandre Pavesi, que foi transferido para Botuverá. O programa costuma ter entre três a quatro instrutores. Com isso, os policiais não conseguirão atender 100% da demanda e por isso estão priorizando as aulas presenciais.

Com a retomada das atividades, 37 escolas de Brusque, com aproximadamente 83 turmas, participam do projeto neste ano, totalizando cerca de 1.950 alunos.

“Dividimos em três períodos de atendimento ao longo do ano. Neste primeiro período estão sendo atendidas 24 turmas de escolas municipais e particulares, abrangendo os três municípios da região, com aproximadamente 530 alunos”, esclarece o instrutor Julio Cesar Cristóvão.

Sem reposição

Segundo o instrutor, o programa foi paralisado em 2020, pois o Proerd não tinha a autorização do DARE internacional, que regulamenta o programa no Brasil, para realizar aulas on-line. Conforme o policial, no ano passado foram realizadas algumas palestras virtuais com alunos e pais.

Sobre a reposição das aulas, Sedrez explica que não será possível, devido ao baixo efetivo de instrutores e o avanço dos alunos. “Hoje, os alunos do 5º ano já estão no 6º ano, onde as aulas são com vários professores em horários diferentes. Se o Proerd ficar no mesmo horário, todos os dias eu vou ter que pegar aula de algum professor, então mexe com toda estrutura escolar pois os alunos perdem muita matéria de alguma disciplina”.

Alunos realizam as atividades durante aula presencial do Proerd | Foto: Polícia Militar/Divulgação

Por esse motivo, o programa não será finalizado com as turmas de 2020. “Não teremos como repor as aulas de 2020. Estamos tentando atender o máximo de turmas neste ano, com os recursos humanos e materiais que temos”, lamenta.

Por causa da paralisação do projeto em 2020, até 2019 o programa formou 1.504.571 alunos em todo o estado de Santa Catarina.

Formatura

O instrutor acredita que neste ano a formatura, que encerra o programa com os alunos, deve acontecer de forma on-line, devido a situação da pandemia. “A formatura presencial requer muitos recursos e está escasso devido ao empenho com a saúde. Mas estamos programando uma live para que os alunos possam assistir com a família”.

Sedrez avalia que com o novo formato de aula a interação entre os alunos e instrutores é diferente. “Às vezes não conseguimos medir muito a efetividade e estar presente, pois o aluno que está direto no on-line nós não temos contato pessoalmente”.

Mesmo com as dificuldades e problemas técnicos que podem ocorrer, o instrutor afirma que o conteúdo é repassado. “É fundamental para eles passarem por esse momento. Eles se adaptam rápido, mas sentem bastante. Não falamos apenas sobre drogas no programa, falamos sobre assuntos emocionais que causam os transtornos hoje. Grande parte da violência hoje é por causa dos transtornos emocionais, de não saber lidar com a tensão do dia a dia, de não ter confiança e o bullying que é algo muito forte hoje”.

Polícia Militar/Divulgação

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