Samu de Brusque já custou quase R$ 500 mil neste ano
Valor é custeado pelas prefeituras da região e pelo Ministério da Saúde
O Serviço Autônomo Municipal de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do município custou R$ 444 mil apenas nos oito primeiros meses deste ano. Este montante é pago em sua maior parte pela Prefeitura de Brusque.
Segundo a Secretaria de Saúde, a pasta desembolsou aproximadamente R$ 257 mil neste ano. Enquanto que o governo federal repassou cerca de R$ 175 mil ao município para o custeio do serviço. Um pequeno valor é repassado por municípios vizinhos.
De acordo com o secretário Humberto Fornari, como o montante repassado pela União não cobre o custo do Samu, a prefeitura é obrigada a aplicar cada centavo na estrutura e também a complementar do caixa próprio.
Os números revelam que o Samu custa para Brusque, em média, R$ 55,5 mil mensais. Entretanto, há meses em que esse valor foi bem mais alto e chegou a R$ 72 mil em junho.
Em janeiro, outro mês no qual o valor foi mais elevado, o custo operacional foi de R$ 67 mil. No mês seguinte caiu para R$ 45 mil, e nos outros meses manteve-se na casa dos R$ 50 mil.
Abrangência regional
A análise das contas do Samu demonstra que o serviço, por vezes criticado, é oneroso para a prefeitura. Não só porque a demanda na cidade é alta, mas também por ser microrregional.
O Samu de Brusque atende também as pessoas que necessitam em Guabiruba e Botuverá. Entretanto, nem sempre as equipes estão disponíveis, e a distância a cobrir às vezes é grande. Isso faz a qualidade do atendimento cair, o que já foi tema de reportagens e de reclamações da população.
Guabiruba repassou para Brusque, nos últimos quatro meses de 2016, cerca de R$ 14,9 mil. Botuverá, por sua vez, aproximadamente R$ 3,3 mil. Não há informação sobre os repasses de 2017.
No caso de Botuverá, em 2015 a prefeitura chegou a parar de pagar a Brusque o valor devido sob a alegação de que o Samu não atendia na cidade vizinha ou, pelo menos, não era informado o número de pessoas socorridas.
Na época, a Secretaria de Saúde já informava de que a estrutura do Samu era dispendiosa. Neste ano, o serviço esteve sem uma ambulância, que estava no conserto. A manutenção é um dos principais gastos do órgão de resposta.
No mesmo local
Conforme já noticiado por O Município, o Samu passou a funcionar no mesmo do prédio do Corpo de Bombeiros no início de setembro. A medida ocorreu principalmente porque o serviço ocupava o edifício da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 Horas, no Santa Terezinha.
De acordo com Fornari, a mudança para o quartel dos bombeiros no Centro tem o objetivo de melhorar o atendimento, já que por vezes Samu e Bombeiros são chamados para a mesma ocorrência.
Apesar de estarem no mesmo endereço, não existe unificação, tampouco centralização do telefone de emergência. O secretário de Saúde explica que o Samu já ocupou o quartel dos bombeiros no Águas Claras no passado, ou seja, a iniciativa não é inédita.
Questionado pela Câmara de Vereadores, Fornari respondeu que as escalas de plantão dos servidores foi readequada à lei. Antes, era 24 horas de trabalho intercaladas por 72 horas de descanso, ou até, às vezes, 96 horas. Mudou para 12h por 36h por força de lei, segundo Fornari.