Saque do FGTS impulsiona vendas em Brusque
Consumidores têm optado por adquirir novos produtos; CDL incentiva o pagamento de dívidas
Consumidores têm optado por adquirir novos produtos; CDL incentiva o pagamento de dívidas
Grande parte dos consumidores de Brusque estão utilizando o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), liberado pelo governo federal desde o dia 10 deste mês, para adquirir novos produtos nos mais diversos segmentos de lojas do município. Alguns também aproveitam o benefício para saldar dívidas, no entanto, apenas uma minoria tem feito isso, conforme levantamento realizado pela reportagem.
Na concessionária Uvel Veículos, as vendas foram viabilizadas mais facilmente após a liberação do FGTS. O gerente Jonathan Andrade diz que a empresa esperava que a procura fosse maior, mas que graças ao fundo de garantia novos clientes puderam adquirir o seu carro. “Teve um aumento desde o dia 10. Sabemos que o benefício dá fôlego ao mercado”.
Na loja J Canedo, a situação é similar. O vendedor Edemilson Bueno afirma que a movimentação na loja do Centro também está grande desde a liberação do primeiro lote do FGTS. Como a inadimplência é pequena na Morisa Móveis, os clientes estão utilizando o recurso para comprar itens – desde raques a mesas. A responsável pelo financeiro da empresa, Greice Moresco, diz que está satisfeita pela grande procura dos consumidores. “As pessoas estão optando em comprar mesmo”.
Já na concessionária Fiat Rivel, não se observa demanda de compras de veículos, porém, a financeiro Silvia Fischer Luvison acredita que uma parcela do movimento da loja neste mês se deva a revisões de carro e troca de óleo, motivadas pelo FGTS. “Como muitos dos valores são baixos, o cliente não consegue dar entrada num carro. Por outro lado, com esse dinheiro pode fazer uma revisão completa, o que muitas vezes era feito apenas pela metade”.
Duas situações são mais comuns na loja Berlanda após a liberação do FGTS, segundo o gerente Jaime Sevegnani. Ele diz que há consumidores que saldaram dívidas e os que estão renovando a casa comprando à vista. “Tudo depende do valor recebido. Têm os clientes que optam por mais itens e os que mantêm o valor de compra para não gastar muito e não se endividar. Também há clientes que não têm o valor suficiente para saldar a dívida e fazem a renegociação, dando uma entrada e refinanciando o restante”, explica o gerente.
Para ele, o cenário é favorável, já que o consumo é maior e mais acelerado e injeta dinheiro no mercado, trazendo liquidez e faturamento, e impulsionando a receita das empresas, tanto com o recebimento das contas como em vendas.
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A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL-SC) afirma que esses valores devem ter impacto imediato e prolongado na economia do estado. Por isso, a entidade iniciou uma campanha para que o trabalhador possa destinar o recurso para o pagamento de dívidas.
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Brusque, Michel Belli, qualquer aumento de crédito ou liberação de dinheiro gera uma produtividade maior. “A FCDL está com essa campanha, de como esses valores liberados podem ser investidos e a recomendação é para que o consumidor utilize esses valores de forma consciente, já que estamos saindo de uma crise. Ou seja, a sugestão é para que os valores possam ser utilizados para a quitação de dívidas, para aplicação e posteriormente compra no comércio”.
Ele avalia ainda que o mercado brusquense está aquecido e que o cenário deverá continuar até o fim de 2017, já que o pagamento do benefício é gradativo. “Sem dúvida um bom dinheiro será injetado na economia da cidade até o fim do ano”.
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FGTS
Desde o dia 10 de março, os trabalhadores de todo o país podem sacar nas agências da Caixa Econômica Federal o primeiro lote do FGTS inativo, liberado pelo governo federal. De acordo com a Caixa Econômica, cerca de 500 mil catarinenses têm direito a sacar os recursos que, somados, chegam a R$ 2,2 bilhões. O saque do saldo das contas inativas atende ao calendário previamente estabelecido, conforme o mês de aniversário do trabalhador. O calendário pode ser consultado no site da Caixa.