Teleférico de Brusque não tem condições de segurança, afirma Ministério Público

Equipamento que liga os parques Zoobotânico e Leopoldo Moritz está desativado há cerca de um ano; prefeitura alega que custo é alto

Teleférico de Brusque não tem condições de segurança, afirma Ministério Público

Equipamento que liga os parques Zoobotânico e Leopoldo Moritz está desativado há cerca de um ano; prefeitura alega que custo é alto

Desativado há pelo menos um ano, o teleférico que liga o parque Zoobotânico ao parque Leopoldo Moritz deverá permanecer inativo por tempo indeterminado. O equipamento não oferece as medidas de segurança necessárias para o funcionamento, além de trazer prejuízo financeiro à Prefeitura de Brusque.

Conforme informações repassadas pelos funcionários da antiga gestão do Zoobotânico à 6ª Promotoria de Justiça de Brusque, por meio de um ofício assinado pela Defesa Civil, o teleférico, assim como o muro de escaladas, estão desativados. A justificativa é de que não há um responsável técnico pelos equipamentos, no caso um engenheiro mecânico, que ateste a segurança.

Como a decisão em deixar inativo os equipamentos partiu da prefeitura, não houve necessidade do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) requerer judicialmente a interdição do espaço. Para reativação, o governo municipal deverá garantir a segurança do equipamento, principalmente o acompanhamento de um responsável técnico.

No entanto, conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, João Beuting, não há previsão da reativação do funcionamento do teleférico, já que “em princípio traz prejuízo financeiro” ao parque.

Ele afirma que além de contratar um engenheiro mecânico para a realização de análise das condições de segurança do equipamento, ainda teria o gasto com funcionários que fariam horas extras nos fins de semana, além da manutenção – de custo elevado -, das cadeirinhas e do sistema de segurança.

“A decisão por mantermos o teleférico desativado é administrativa, e por um conjunto de fatores, relacionados à segurança. Essa é a orientação que temos e não vamos correr riscos”, diz Beuting.

O promotor de Justiça Alan Boettger, titular da 6ª Promotoria de Justiça, afirma que uma visita de inspeção foi feita ao Zoobotânico em setembro do ano passado, quando ele foi informado da desativação do teleférico e do muro de escaladas. Na ocasião, o promotor observou que havia a necessidade de uma reforma geral, desde adequação de jaulas, ampliação do espaço dos animais, qualidade da água, questão estrutural da cozinha, entre outras.

Boettger destaca que o parque estava “bem abandonado”, não por parte dos administradores, mas por falta de investimentos para conservação. Neste ano, algumas reuniões estão sendo realizadas com a atual administração para atualização das reformas solicitadas. Em março houve um encontro e nesta semana haverá outra reunião para ver se algumas das adequações já foram feitas.

“De forma geral, o município vem tomando algumas providências das adequações solicitadas no parque. Já o teleférico continuará desativado até que se tenha segurança absoluta do equipamento. É uma medida de segurança e precisa-se ter muita responsabilidade”, diz o promotor.

Teleférico ficou desativado por seis anos
Inaugurado em 1992, o teleférico com aproximadamente 700 metros de extensão e vaga para 45 pessoas já havia sido desativado em 2008 por questões de segurança. Após estudos, elaboração de projetos e diversas frentes de investimentos, a Prefeitura de Brusque restaurou o equipamento em 2014, no governo Paulo Eccel.

Na época, houve a revitalização do teleférico do parque Zoobotânico, do parque Leopoldo Moritz (Caixa d’Água) e a restauração do Avião North American T-6D. Para a execução das obras foram investidos mais de R$ 1,8 milhão, sendo R$ 300 mil oriundos do governo federal, por meio de emenda parlamentar do deputado Décio Lima, além do apoio financeiro das empresas ZZA e SC Convênios.

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