Silvio Dreveck: PP trilha caminho para voltar ao comando do estado
Presidente da Assembleia Legislativa disputa comando do partido com Esperidião Amin
Presidente da Assembleia Legislativa disputa comando do partido com Esperidião Amin
O deputado estadual Silvio Dreveck (PP), presidente da Assembleia Legislativa, esteve ontem em Brusque, onde participou de encontros políticos e eventos empresariais. Ele também visitou o jornal O Município, onde concedeu entrevista sobre o cenário político estadual.
Dreveck, que é deputado da região de São Bento do Sul, no Norte do estado, é candidato a presidir o PP catarinense, disputa que está sendo travada com o ex-governador e hoje deputado federal Esperidião Amin.
Trata-se de uma disputa considerada acirrada pelos correligionários: enquanto Amin tem mais anos de estrada e alcance político, Dreveck é visto como um perfil para renovar o partido, mais conciliador.
Ao falar sobre o adversário, teceu diversos elogios a Amin. “É uma pessoa que não tem o que fazer reparos”, afirma. “Quero que esteja junto conosco”.
Ele afirma que sempre teve o desejo de concorrer à presidência do partido, mas desistiu nas últimas horas, para que houvesse consenso. Contudo, agora irá até o final, pelo que classificou como “apoio das bases”.
Seu objetivo, diz, é conduzir o partido de volta ao comando do governo de Santa Catarina. Questionado se o partido terá candidatura ao governo na próxima eleição, Dreveck afirma que é muito prematuro avaliar isso agora, já que falta um ano para as convenções.
O presidente da Alesc destaca o trabalho de redução de custos realizado no primeiro semestre, que segundo ele chegará a cerca de R$ 10 milhões. “Há um questionamento sempre muito forte aos Legislativos, sobre o porquê de tantas despesas e gastos”, avalia.
Ele informou que essa economia será obtida com enxugamento de gratificações, redução de cargos da área de segurança e alterações em contratos de locação.
Também destacou que foi dado prioridade à votação de projetos que estavam há muito tempo em tramitação e não eram deliberados. Foram, por exemplo, 80 vetos do Executivo votados nos primeiros seis meses do ano.
Ele destacou, dos projetos aprovados, o que regulamenta e autoriza concessões e parcerias público-privadas. “É notório para todos nós que os governos, de modo geral, não têm dinheiro para investimentos em infraestrutura”, avalia.
Dreveck cita a BR-470, que deve ser concedida pelo governo federal à iniciativa privada, e vê nisso a única forma da duplicação sair. “Se depender só do governo, talvez nossa geração não consiga ver [a obra concluída]”.
No entanto, ele vê também a necessidade de governo estadual embarcar na mesma toada. Para o deputado, uma vez que as rodovias federais estiverem com pedágio, haverá uma fuga em massa para as estaduais, o que as tornará intransitáveis. O pedágio, avalia, é um mal menor.
“O pedágio que se paga tem um custo menor do que o que você estraga de pneus, de rodas, do que perde em tempo”.
O deputado comentou a intenção de que a Câmara de Brusque utilize a estrutura da TV da Assembleia Legislativa para transmissão de conteúdo. “Isso permite um grande avanço no sentido de levar informações do Legislativo”, afirma.
“Os Legislativos têm uma dificuldade enorme junto à população. O trabalho que se faz não se resume apenas ao plenário”, diz o deputado, ao emendar que é importante que a população acompanhe também as discussões internas, como as reuniões das comissões.
Dreveck confirmou que o nome do presidente da Câmara de Vereadores, Jean Pirola, é cogitado para concorrer a deputado estadual pelo partido em 2016. Ponderou, no entanto, que o que se busca é uma candidatura que seja consenso também em outros partidos, para evitar que os votos se dissipem e a região fique sem representante.
“Há muito tempo o nosso partido não tem um deputado aqui da região. Hoje está no nosso mapa o presidente da Câmara, Jean Pirola. Para conseguir êxito, a aliança é fundamental. Sem aliança não conseguiremos atingir as metas”.
A aprovação da eleição no modelo “distritão” na comissão especial que analisa a reforma política da Câmara dos Deputados, ocorrida nesta terça-feira, 9, preocupa o deputado.
Hoje, por exemplo, os 40 deputados estaduais em Santa Catarina são eleitos no modelo no qual aquelas coligações ou partidos que conseguem mais votos indicam os deputados mais votados para ocuparem as vagas.
No distritão, seriam eleitos os 40 mais votados no estado todo, independente de partido ou coligação. Na avaliação de Dreveck, esse modelo, se aprovado, vai beneficiar quem já está no poder, porque larga em vantagem na corrida eleitoral.
“A população vai dizer que está correto eleger os mais votados, mas isso fragiliza a democracia e os partidos. É um projeto para dar uma maior oportunidade para quem está no mandato. No meu modo de ver não estimula a renovação”.
Para o deputado, também precisa ser melhor discutido pelo Congresso o modelo de financiamento de campanha eleitoral. Dreveck diz que o financiamento público, com R$ 3,6 bilhões, que é o carro-chefe da proposta, é possível, mas não nesta quantia de recursos.
É favorável, também, ao retorno das doações de empresas, mas com exceções. Ele afirma que empresas que prestam serviços ao setor público não poderiam doar, mas as outras, que não tem essa relação direta, deveriam ser autorizadas a fazê-lo.
O presidente da Alesc avalia que a doação eleitoral não é ilegal nesses casos, porque todas as empresas têm seus interesses envolvendo a legislação, e eles são “legítimos”.
“Todos têm seus interesses legítimos, se tem um projeto que vem a favorecer um meio, por que eu não posso falar com o deputado para pedir para ele aprovar? Isso funciona no mundo todo”, argumenta.