José Francisco dos Santos

Mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP, é professor na Faculdade São Luiz e Unifebe, em Brusque e Faculdade Sinergia, em Navegantes/SC e funcionário do TJSC, lotado no Forum de Itajaí/SC.

Sobre animais e criancinhas

José Francisco dos Santos

Mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP, é professor na Faculdade São Luiz e Unifebe, em Brusque e Faculdade Sinergia, em Navegantes/SC e funcionário do TJSC, lotado no Forum de Itajaí/SC.

Sobre animais e criancinhas

José Francisco dos Santos

Este jornal publicou, na semana passada, reportagem acerca da legislação contra maus tratos a animais. Esse tipo de legislação representa um grande avanço civilizatório, pois quem compreende a dignidade que tem a vida animal e a necessidade de preservação do meio ambiente, deve, ao menos em tese, ter compreendido a profunda dignidade da vida humana, e a necessidade de protegê-la, em qualquer circunstância. Quem chega a este ponto já deixou de ser brucutu, adquirindo refinamento espiritual. Francisco de Assis tinha isso no mais alto grau.

Mas digamos que eu ainda seja meio brucutu e resolva contestar, dizendo que os defensores dos animais deveriam apenas cuidar dos animais deles, e não quererem impor sua “teoria”, sua visão de mundo às outras pessoas, pois todos somos livres para fazermos nossas próprias escolhas.

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A resposta seria óbvia e imediata. Os defensores da vida animal não defendem opiniões, mas direitos objetivos de seres reconhecidos como dignos de cuidado, respeito e proteção. Então, o brucutu pode pensar o que quiser, mas o cachorro dele é outro ser, que tem dignidade, direitos, e é protegido pela lei, aliás, bem rigorosa.

Mas vejam que estranho: esse argumento é muito usado pelos defensores do aborto. Eles dizem que nós, defensores da vida, que somos carolas, beatos, obscurantistas, não deveríamos querer impor nosso ponto de vista às mulheres “descoladas” e evoluídas, que têm todo o direito de decidir de acordo com a sua própria opinião e matar o seu bebê ainda não nascido. Ora, os embriologistas do Conselho Federal de Medicina já definiram, de modo científico, que a vida humana começa na fecundação, quando a célula “zigoto” já adquire sua estrutura genética própria e é um ser independente da mãe, embora precise do seu útero para crescer e se desenvolver. Isso é óbvio, mas é bom que seja atestado por cientistas, porque o próprio Conselho, agindo politicamente, já se mostrou favorável ao aborto até a 12ª semana de gravidez. Ora, o leitor já viu como é um bebê com essa idade?

Já viu imagens de um aborto? Já viu o terrível sofrimento do bebê sendo despedaçado e sugado, ou queimado vivo por substância salina? Será que um bebê humano, geneticamente definido, que sente e reage de todo modo às agressões de todos os métodos abortistas, tem menos dignidade que um hamster, uma tartaruguinha de aquário, ou um pastor alemão? Como é possível que não se esclareça às mulheres os efeitos físicos e psíquicos monstruosos que o aborto deixa nelas? Como alguém pode, em sã consciência, afirmar que a defesa do aborto é pauta de direitos humanos? Que tipo de loucura se apossou de nós, a ponto de nos negarmos a reconhecer tamanha contradição?

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Há uma máquina financeira e ideológica mundial, movida para a aprovação do aborto. Sua tática principal é a propaganda, não o esclarecimento racional. E nós, que nos alegramos com a proteção de filhotes de gatos, temos que engolir não apenas a defesa da matança de bebês, mas a transformação de suas mães em assassinas. E ainda dizem que a idade das trevas foi no período medieval.

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