Superlotação no Hospital Imigrantes: direção e governo do estado se manifestam sobre a situação
Problemas ocorrem quando diversos pacientes de outras cidades chegam ao mesmo tempo em Brusque
Problemas ocorrem quando diversos pacientes de outras cidades chegam ao mesmo tempo em Brusque
O Hospital Imigrantes passa por problemas de superlotação eventual desde o ano passado. A situação não acontece o tempo todo, mas quando há chegada de pacientes de outras cidades, atendidos via convênio com o governo do estado. Por virem a Brusque em grande quantidade e simultaneamente, eles acabam frequentemente aglomerados nos corredores da unidade e, às vezes, até mesmo do lado de fora.
No ano passado, o jornal O Município cobrou respostas do governo do estado, que prometeu monitorar melhor a situação. No entanto, a situação ainda se repete. A instituição se manifestou sobre o caso e atualizou a situação das prometidas melhorias.
Os casos mais recentes de superlotação no Hospital Imigrantes foram registrados nesta semana. Leitores enviaram fotos de diversos pacientes aguardando por atendimento dentro dos corredores do hospital. Nesta quarta-feira, várias pessoas foram vistas aguardando do lado de fora da unidade hospitalar.
O Conselho Municipal de Saúde (Comusa) é o órgão que fiscaliza instituições de saúde que recebem dinheiro público. Porém, o presidente do Conselho, Robson Zunino, conta que pelo fato dos recursos do Hospital Imigrantes não passarem pelo Fundo Municipal de Saúde, foi definido que o órgão não tem autoridade para fiscalizar o hospital.
Apesar de não ter recebido nenhuma denúncia formal sobre as superlotações no hospital, Zunino conta que o órgão tomou conhecimento dos casos no ano passado. Mas, até então, o órgão não tinha a definição se poderia fiscalizar as ações na instituição, logo, comunicou o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), ainda em 2024, que abriu uma investigação.
“Nós dissemos que não temos uma denúncia formal, mas chegou ao nosso conhecimento, por meio da imprensa, que tais problemas têm acontecido e, desde então, acho que o Ministério Público está analisando a situação e deve dar algum encaminhamento”.
“Isso acaba sendo um problema para a gente, porque nós temos um serviço de saúde sendo oferecido aqui dentro do nosso município, mas que nós não podemos ir lá e ver como é que está acontecendo”, afirma Robson.
Em contato com o Instituto Maria Schmitt, que administra o Hospital Imigrantes, o diretor Robson Schmidt relatou que não houve superlotação nas últimas semanas, apesar das imagens mostrarem pacientes aglomerados.
“Atendemos mais de 400 pessoas, foram feitas várias reformas estruturais, estamos terminando de colocar agora os últimos ares-condicionados. Hoje, por exemplo, é um dia que passam cerca de 600 pessoas por lá [pelo hospital]”. O ambulatório da instituição suporta capacidade de 600 pessoas, conforme Schmidt.
Ainda conforme o diretor, as obras que estavam programadas desde o ano passado foram finalizadas e o que resta são apenas serviços de elétrica no hospital, que devem ser finalizados na próxima semana.
“O problema não é a falta de estrutura do Imigrantes, pelo contrário, o problema é que a gente não atende só pacientes de Brusque, os nossos pacientes são do estado inteiro”, diz. E completa: “hoje eu tenho consultas de Xanxerê, Guarujá do Sul, São Lourenço do Oeste; há pessoas esperando sete anos por uma cirurgia. Isso é superlotação?”.
Em novembro de 2024, o secretário de Saúde do Estado, Diogo Demarchi Silva, disse que foi apresentado à pasta um cronograma de melhorias que seriam feitas pelo Hospital Imigrantes. Outra ação que seria feita pelo próprio estado é a melhoria nos agendamentos, para evitar a alta demanda em determinados dias ou horários.
Robson Schmidt confirmou que houve a conversa sobre a regulação dos atendimentos, porém, explica que justamente por conta do atendimento a pacientes de outras regiões, é uma situação “que não tem como resolver”.
Entretanto, como forma de melhorar o acolhimento aos pacientes de fora da cidade, o diretor menciona que uma área de convivência com cerca de 400 metros quadrados deve ficar pronta nas próximas semanas.
Outro apontamento do diretor é que existem as casas de apoio do hospital onde pacientes de fora da cidade podem ficar. “Com 16 lugares, que são custeados 100% por nós, sem ajuda de ninguém. Essa casa fica disponível para mães, para pessoas que não têm dinheiro para pagar um hotel, que não têm onde ficar e precisam de um apoio técnico. Lá serve alimentação, internet, TV, máquina de lavar e cozinha”, finaliza.
Em novo contato com a Secretaria de Estado da Saúde, foi esclarecido que a pasta monitora a situação do Hospital Imigrantes e que realiza reuniões frequentes com o Instituto Maria Schmitt. “Recentemente a unidade fez adequações nos espaços e está reavaliando as agendas ambulatoriais”, disse o governo.
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