Tamanduás nas ruas: saiba os motivos por trás dos resgates do animal em Brusque

Em abril, três animais foram resgatados

Tamanduás nas ruas: saiba os motivos por trás dos resgates do animal em Brusque

Em abril, três animais foram resgatados

Em abril, três tamanduás-mirins foram resgatados em diferentes bairros de Brusque. Em dois dos casos, o Corpo de Bombeiros precisou intervir. A bióloga Mariana de Oliveira Martins, do parque Zoobotânico de Brusque, explicou ao jornal O Município o que pode estar por trás do aumento repentino dessas aparições.

Vale lembrar que os casos noticiados são apenas os que chegaram ao conhecimento da imprensa, podendo haver outros registros. O caso mais recente ocorreu no dia 29 de abril, quando um animal foi encontrado entre um muro e uma cerca de tela, em uma residência no bairro Cedro Alto.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e informou que o tamanduá estava saudável e aparentava ter cerca de um ano de idade. Após a captura, o animal foi solto na natureza.

Comum em bordas de florestas, o tamanduá-mirim possui ampla distribuição e não é considerado uma ameaça, conforme explica a bióloga.

Ela afirma que a espécie é classificada como “pouco preocupante” na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e que não representa risco à população, desde que não seja provocada.

Animais solitários

Mariana acredita que fatores ambientais e comportamentais estão relacionados ao aumento das aparições do animal nas ruas de Brusque. Segundo ela, quando seus habitats naturais são afetados, os tamanduás acabam migrando para outras áreas.

“Esses animais são naturalmente solitários e possuem grandes áreas de vida, o que exige que percorram longas distâncias em busca de alimento, parceiros ou território. Quando seus habitats naturais sofrem degradação, devido ao desmatamento, à expansão urbana ou às queimadas, eles acabam sendo empurrados para ambientes urbanos, onde podem se desorientar facilmente”, afirma.

A bióloga também destaca que o aumento da conscientização e o maior interesse da população em relatar os encontros, facilitados pelas redes sociais, contribuem para a maior divulgação dos resgates.

Em relação a questões climáticas, Mariana explica que, durante os meses mais quentes, os tamanduás costumam ficar mais ativos, devido à maior oferta de alimento, o que aumenta sua movimentação.

“Com as mudanças climáticas, as estações do ano podem ficar menos definidas, e os animais tendem a adaptar seus ciclos reprodutivos, estendendo ou retardando suas épocas de maior atividade. Isso também contribui para sua maior visibilidade”, diz.

O que fazer ao avistar um tamanduá

Mariana afirma que não é recomendado tentar segurar um tamanduá ao encontrá-lo na rua, pois eles são extremamente fortes e possuem garras nas patas dianteiras que podem perfurar ou até mesmo quebrar um dedo.

A orientação é que, ao avistar o animal, especialmente se estiver próximo à mata, a pessoa o deixe seguir seu caminho naturalmente.

Caso seja necessário removê-lo de algum local, o ideal é acionar o Corpo de Bombeiros ou a Fundema, para que o resgate seja feito com segurança e o animal possa ser devolvido ao seu habitat.

No dia 16 de abril, o morador Liniker Brito de Oliveira avistou um tamanduá no meio da pista, no bairro Souza Cruz. Era por volta da meia-noite, quando ele voltava do trabalho e viu o animal.

Liniker estacionou a moto e, com a ajuda de um casaco, segurou o tamanduá e o levou de volta à natureza. Ele ligou para os bombeiros e foi orientado a deixá-lo em uma área de mata. O ato foi registrado em vídeo.

Ainda em abril, no dia 4, um tamanduá entrou em uma casa no bairro Limeira. Os bombeiros foram até a rua Estrela Guia por volta das 11h e soltaram o animal na natureza.


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