Taxistas de Brusque denunciam concorrência desleal

Sindicato afirma que táxis de Guabiruba e pessoas não habilitadas estão fazendo transporte de passageiros

Taxistas de Brusque denunciam concorrência desleal

Sindicato afirma que táxis de Guabiruba e pessoas não habilitadas estão fazendo transporte de passageiros

A Secretaria de Trânsito e Mobilidade (Setram) autuou três taxistas de Guabiruba que trabalhavam em Brusque ilegalmente no ano passado. Eles vinham para a cidade e transportavam passageiros como os profissionais locais. Todos receberam advertência, segundo o secretário de Trânsito e Mobilidade, Bruno Knihs, no entanto, o problema persiste, conforme o Sindicato dos Taxistas Autônomos de Brusque.

Modesto Bertoldi, presidente do sindicato, diz que taxistas da cidade vizinha vêm para Brusque e ficam por aqui, circulando em centros de compras e em outros pontos e “roubando” clientes dos profissionais brusquenses. “A pessoa não diferencia qual é o táxi habilitado aqui e qual é o de fora”, diz.

Este tipo de atividade é proibida por lei. É permitido que um taxista de outra cidade traga uma pessoa até Brusque e fique por aqui o tempo que for necessário, mas ele deve permanecer exclusivo daquele cliente, ou seja, não pode sair e trabalhar enquanto aguarda. Este tipo de serviço é comum, principalmente, em cidades com aeroporto, como Navegantes, destino de boa parte das viagens de profissionais brusquenses.
Fiscalização

A responsável pela autorização e fiscalização dos táxis em Brusque é a Setram. De acordo com o secretário Bruno Knihs – na função há cerca de quinze dias -, após os três taxistas guabirubenses serem autuados a pasta não teve mais conhecimento de reincidência. “Caso surjam outras situações [de transporte ilegal], vamos apurar”, diz.

Modesto Bertoldi diz que os 70 profissionais que compõem a entidade “estão sempre de olho” nestas situações e que o sindicato dos taxistas acompanha a situação. Ele quer marcar uma reunião com a Setram para tratar deste assunto.

A Coordenadoria Municipal de Trânsito e Transporte de Guabiruba é o setor responsável por regulamentar a atividade de táxi na cidade. No entanto, a pasta está sem titular, por isso o prefeito Matias Kohler é quem fala sobre o assunto. Segundo ele, o município irá reorganizar toda a sua conjuntura de trânsito. “No nosso plano de mobilidade, um capítulo será dedicado aos táxis”, afirma.

Sobre a reclamação atual de que táxis de Guabiruba estariam atuando em Brusque, o prefeito afirma que não tem o que fazer e que a fiscalização cabe ao poder público daqui, assim como se fosse ao contrário a responsabilidade seria dele.
Particulares como taxistas

Na reunião que pretende ter com a Setram, o presidente do sindicato dos taxistas afirma que também levará outras duas questões. A primeira delas é de particulares realizando o transporte remunerado de pessoas. Ele afirma que uma pessoa já foi identificada fazendo isso, o que não é permitido pela legislação de trânsito. “Temos 70 táxis novos, distribuídos em 22 pontos da cidade, com taxistas que fizeram o curso para prestar o melhor serviço”, diz.
A terceira situação levantada por Bertoldi tem relação com os hotéis da cidade. De acordo com ele, um estabelecimento está ofertando aos seus clientes o traslado de Brusque ao Aeroporto de Navegantes com um carro particular dirigido por alguém que não é taxista. “Brusque já tem este serviço de transporte”. Ele afirma que serão entregues documentos à Setram sobre esta ocorrência.
Prejuízo no bolso

Bertoldi alerta que utilizar o serviço de um particular pode representar não só um risco para o passageiro – porque o motorista não possui o curso de transporte de passageiros -, mas também para o bolso. Atualmente, a bandeirada custa R$ 4,50 o km rodado, R$ 3,24 na bandeira um, e R$ 3,82 na bandeira dois. Além disso, viagens são tabeladas. Por exemplo, para Blumenau e Balneário Camboriú custa R$ 110.

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