Taxistas estão preocupados com segurança
Sindicato da categoria está estudando medidas de prevenção para reduzir risco de vida
Sindicato da categoria está estudando medidas de prevenção para reduzir risco de vida
Depois que um taxista foi assaltado na semana passada, o Sindicato dos Taxistas Autônomos de Brusque (Sintab) está estudando medidas para melhorar a segurança da categoria. O presidente do Sintab, Modesto Bertoldi, afirma que está em contato com sindicatos de outros municípios para conhecer alternativas adotadas por lá para diminuir a criminalidade.
Bertoldi, que assumiu a presidência da entidade há pouco tempo, diz que a segurança preocupa os profissionais e o Sintab, que reúne 68 profissionais. O taxista Francisco da Silva, que tem um ponto na praça Barão de Schneeburg, sofreu uma tentativa de roubo por um jovem de 19 anos, numa corrida até a rodoviária. O caso foi amplamente divulgado nos últimos dias e causou frisson no meio dos taxistas.
Como medida emergencial, o presidente do sindicato afirma que foram espalhadas várias fotos do assaltante pelos pontos de táxi da cidade. Além disso, Bertoldi diz que já falou com outros sindicatos. Uma das ideias que deverão ir à votação é um pedido para que a Polícia Militar aborde os táxis na parte da noite – quando acontece a maioria dos assaltos. “Essa é uma forma de evitar assaltos. Não é a ideal, mas já é um começo, dá mais segurança para o motorista”, diz o sindicalista.
O Sintab também entrou em contato com a entidade de classe dos taxistas de Joinville, e Bertoldi diz que gostou da medida de segurança adotada por lá. Em cada carro, há uma câmera de segurança que capta o rosto do passageiro e envia a foto para uma central. “Há várias ideias para melhorar a segurança, alguma custam mais dinheiro do que a outra, mas nós estamos vendo as possibilidades”, afirma.
Embora tenha estas ideias, o presidente do Sintab diz que ainda não entrou em contato com a PM para falar da situação da segurança para a categoria em Brusque. Ele planeja levar as sugestões para a assembleia e então procurar os órgãos de segurança.
O comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Moacir Gomes Ribeiro, diz que a PM está aberta para o diálogo com os taxistas. “Nós convidamos o presidente do sindicato e outros representantes para fazermos uma reunião aqui para discutirmos a situação dos taxistas. Nós temos várias ideias e podemos trocar sugestões e impressões. É importante ouvir os taxistas”, diz Gomes.
O comandante vê com bons olhos a sugestão do presidente do Sintab de abordar os táxis à noite, contudo, ele pondera que esta deve ser uma decisão aceita por toda a categoria, para evitar mal-estar entre a polícia e os motoristas. “Na medida do possível nós já estamos fazendo isso, as nossas barreiras móveis e blitz param os motoristas e ficam de olho em atitudes suspeitas”, afirma o tenente-coronel Gomes.
Tentativa de assalto
Francisco da Silva, 57 anos, foi a última vítima da violência contra taxistas. No dia 24, um rapaz de 19 anos o chamou para fazer uma série de corridas. Perto da rodoviária, ele anunciou o assalto, com uma faca em punho. “Eu agarrei a faca e rezei para ter força o suficiente para conseguir desarmá-lo”, diz. Durante a luta, a faca caiu no banco do carona e Silva conseguiu colocar o assaltante para o lado de fora do carro. Ele foi novamente para cima do criminoso, mas ele já tinha fugido.
Segundo Silva, este mesmo jovem assaltou outros dois taxistas. “Lá no Steffen tem outro que assaltou oito taxistas, ficou preso por um tempo e agora está solto de novo”. Natural da Bahia, Silva diz que não tem mais vontade de ficar em Brusque e que não está conseguindo dormir à noite por conta da tentativa de assalto que sofreu. “Imagina você ter uma faca apontada contra si, é complicado”, afirma.