Tradição do Jasc em Brusque é mantida mesmo sem o seu idealizador
Chama dos Jasc foi acesa em Brusque pela primeira vez sem Rubens Facchini
Chama dos Jasc foi acesa em Brusque pela primeira vez sem Rubens Facchini
A tocha e a pira dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) foram acesas na noite da última sexta-feira, na Arena Brusque. O fogo simbólico foi entregue para os representantes da cidade-sede do evento este ano, Itajaí. Na solenidade, a vice-prefeita de Itajaí, Dalva Maria Rhenius, recebeu a bandeira dos Jasc e a do fogo simbólico, que seguirão para a cidade vizinha e lá permanecerão durante os dez dias de evento.
O ritual, que começou em 1986, foi o primeiro sem a presença de seu idealizador, Rubens Facchini, falecido em abril deste ano vítima de um acidente automobilístico. Por este motivo, houve uma quebra no protocolo: No evento desta edição, ao receber a tocha, Elisa Schlösser Niebur, filha de seu Arthur Schlösser _ pai dos Jasc _ não passou a chama para o prefeito de Brusque como manda o costume. Ela entregou para os familiares de Facchini que estavam presentes. Eles passaram a tocha ao prefeito de Brusque, Paulo Eccel, que acendeu a pira olímpica junto com Dalva. O tradicional acendimento do fogo simbólico é sempre realizado em Brusque por ter sido o município berço dos Jasc.
Homenagem ao “amiguinho”
Antes do acendimento da tocha, uma homenagem foi realizada ao comendador do esporte catarinense. Em um telão, foram apresentadas fotografias da história de Facchini, sempre envolvido com atividades esportivas. Enquanto as imagens passavam, a música “Canção da América”, conhecida pelo famoso trecho “amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito” foi reproduzida. Facchini era conhecido como “amiguinho”, por muitas vezes usar esse termo ao falar com os colegas.
O prefeito Paulo Eccel destacou que conviveu com o ‘espírito dos Jasc’ em 2010, quando o Brusque foi sede do evento. Junto com Facchini, o chefe do executivo brusquense viajou por cerca de 14 municípios participantes para convidá-los a participar dos Jasc. “O que fizemos foi muito fácil comparado há décadas atrás, quando Facchini precisava convencer os prefeitos da importância do esporte. Ele incentivava a participação dos municípios em uma época em que o esporte não era tão valorizado pelos prefeitos”, explica.
Facchini foi um dos pais dos Jogos Abertos de Santa Catarina, além de ter sido atleta de vôlei, atletismo e o braço direito de Arthur Schlösser. Entusiasta do esporte catarinense, sempre prestigiou as competições. Nas últimas edições dos Jasc foi o grande guardião das tradições que envolvem a competição, principalmente com a organização da cerimônia do acendimento do fogo simbólico.
‘Melhor Jasc de todos’
No início do ano, o presidente da Comissão Central Organizadora (CCO) dos Jasc, Álvaro Provezi, havia anunciado que essa seria a melhor edição do evento. Com o primeiro dia de competições já no próximo sábado, Provezi, que esteve presente no acendimento do fogo simbólico, segue com a mesma opinião após os investimentos realizados por Itajaí. “Todo organizador quer que o seu município-sede seja o palco do melhor Jasc já feito. Toda edição quer ser melhor que a outra. Nós investimos onde tínhamos que investir e acreditamos que será sim o melhor Jasc de todos”, disse.
Dalva reforçou a afirmação de Provezi, destacando os investimentos do município voltados para o evento. “Estamos desde o começo do ano estruturando e criando novos espaços esportivos para os Jasc. Acreditamos que esse evento vai difundir ainda mais a importância que o esporte tem na vida das pessoas”.
Preparação
Representando a Fesporte, entidade que organiza os Jasc, o diretor administrativo Celso Doria ‘provocou’ o prefeito Eccel ao falar que Itajaí está se reforçando com bons atletas, para fazer grandes disputas contra Brusque. A contratação de atletas de fora, no entanto, acabou criticada pelo prefeito brusquense. “Hoje, Itajaí é o município que mais arrecada Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em Santa Catarina. Com isso, fica injusto comparar o poder econômico de Itajaí com Brusque. Eles podem contratar mais atletas, e com mais qualidade, por isso preferimos investir no esporte de base”.
Eccel foi além, ao ‘puxar a orelha’ da iniciativa privada que, segundo seu ponto de vista, poderia colaborar mais com o esporte brusquense. “Temos muitas empresas no município. Se houvesse mais participação dos empreendedores no esporte local, conseguiríamos resultados melhores nas competições”, explica.