Muitas são as tradições natalinas pelo mundo, e as celebrações do dia de Santa Lucia (em sueco) ou Luzia (em português), em 13 de dezembro, são uma das mais tradicionais e emblemáticas da cultura sueca e seu significado está relacionado à vinda da luz para a humanidade. Etimologicamente, o nome Lúcia provém de luz ou Lúcifer e, nesta tradição, como em muitas outras, misturam-se mitos e histórias cristãs e pagãs. Na tradição sueca, ela seria a primeira mulher de Adão, mas Lucia também é considerada a Santa Luzia de Siracusa, uma mártir cristã morta no ano de 304, venerada pelos Católicos como a santa padroeira da visão e da luz.

Lucia, portadora da luz, do bem, das forças positivas

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 Lucia, antes de mais nada, é uma figura mítica que traz luz aos longos e escuros invernos. No antigo calendário sueco, a noite de 12 para 13 de dezembro era considerada a noite mais longa do ano, cheia de mistério, em que forças naturais estavam ativas na noite do solstício de inverno e as pessoas apelavam às forças do bem para que a luz regressasse depressa. Nas casas e aldeias suecas, o chamamento da luz passou a ser celebrado com procissões que tinham como figura principal Lucia – símbolo da luz -, e, no século XX, surgiu a atual tradição das procissões com mulheres e meninas com velas na cabeça.

A Lucia de nossos dias

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 Ser uma Lucia é uma honra para todas as jovens suecas. Em toda a Suécia existem concursos para eleger a Lucia na sua vila, cidade e também em nível nacional. Na seleção, critérios como beleza, cultura, ética, integridade, bondade e solidariedade são muito valorizados. A votação ocorre entre meados e fim de novembro, e a Lucia escolhida é apresentada ao público no primeiro domingo do Advento. A partir dali, até o dia 13 de dezembro, data em que Lucia é coroada com a coroa de velas acesas, é realizada uma ronda de visitas em empresas e casas e quem quiser poderá fazer ofertas para fins de solidariedade.

A coroa de velas

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 Só a Lucia pode usar a coroa de velas. Esta coroa atualmente costuma funcionar com pilhas, mas as originais, com velas verdadeiras, ainda são usadas. Como são selecionadas “Lúcias” em muitos lugares, é comum que no dia 13 de dezembro aconteçam procissões em todo o país, que se enche de velas acesas, quer na cabeça das Lúcias, quer nas bandejas que a Lucia de cada casa leva à cama do marido, do pai ou para o resto da família, com café e bolinhos de açafrão (os famosos Lussekatter), quer nos enfeites das mesas nas casas, nas empresas, nos hospitais, nos hotéis, nas escolas, nas fábricas e nos lares de terceira idade. É uma profusão de velas e aromas, numa luminosidade quente e acolhedora.

Lussekatter (ou Pretzel, na Alemanha)

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São pãezinhos semi-doces, em diversos formatos, preparados com açafrão que se comem no dia de Santa Lucia. Os Lussekatter chegaram na Suécia no século XIX, mas, na Alemanha, de onde a tradição foi importada, já no século XVI se dizia que Lúcifer, disfarçado de gato, aparecia para castigar as crianças malcomportadas. Jesus, por sua vez, tomava a forma de rapazinho e vinha à Terra oferecer bolos às crianças que se comportavam bem. Para manter Lúcifer afastado, os bolos eram iluminados com açafrão e assim os Lussekatter tornaram-se tradicionais nas comemorações de Santa Lucia.

 

Santa Lucia por aqui

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Em que pese ser uma tradição europeia, Lucia –  com sua coroa de velas –  também esteve representada na 3ª edição do Desfile de Natal de Guabiruba alegrando quem assistia o desfile, espalhando a luz do bem e forças positivas, numa celebração que chama para a união entre os povos em comemoração à chegada de Jesus.

E então é Natal…