Em 04 de agosto comemoramos a colonização de nossa cidade. A data marca a chegada dos colonos alemães à “Colônia Itajahy” que, quando aqui pisaram, encontraram a área ocupada e tiveram que disputar espaço com os Xokleng que habitavam a região. Além dos “bugres”, a colônia já vinha sendo explorada por outros imigrantes, dentre eles Pedro Werner, e pelo lendário “Vicente Só”, um dos que aqui primeiro se estabeleceu. De forma diversa à algumas cidades vizinhas, desde sua origem Brusque foi sendo delineada por “múltiplos atores’.

Oficialmente, a colonização teve início com a chegada do Barão von Schneeburg no ano de 1860, acompanhado de 54 imigrantes alemães, aos quais, em seguida, somaram-se novos grupos de imigrantes de diversas regiões da atual Alemanha. Entre os primeiros registros de casamento, encontramos sobrenomes que ainda são referência na cidade, tais como: Haubitzreuter, Graf e Baumgärtner. De igual modo, dentre os primeiros batizados de Brusque estão listados sobrenomes que, mesmo passados 155 da fundação, continuam atuais. A título de exemplo, citamos os batizados de Francisco Mathias Riffel e de Emma Hoffmann, ambos nascido em 1861.

Nos anos de 1869 e 1870 foi a vez dos poloneses desembarcaram em Brusque pela primeira vez. Totalizavam 30 famílias, mas como aqui não se adaptaram, a maioria deles deixou a região em 1871, transmigrando principalmente para o Paraná. Só alguns anos mais tarde os poloneses voltaram a morar em Brusque e dentre os sobrenomes que aqui fixaram raízes podemos mencionar os Buettner, os Schloesser e os Walendowsky.

Finalmente, em 1875 começaram a chegar os imigrantes italianos. Vieram da região Bergamo e mais tarde de Trento. A população duplicou em um ano e, em 1876, o número de imigrantes italianos entrados era 300% maior que o de alemães introduzidos em 15 anos de imigração. Dentre os primeiros registros de casamento de italianos podemos citar sobrenomes como Gamba, Motta e Benvenutti. A partir da chegada dos imigrantes italianos, a população Católica expandiu-se e a população Luterana passou a representar apenas 20% do todo.

Embora alemães, italianos e poloneses tenham, originalmente, representado as três principais etnias que colonizaram a região, Brusque também recebeu influência de luso-brasileiros, afrodescendentes e bugres. Os imigrantes trouxeram consigo suas tradições, costumes e culinária, mas a cidade que temos em 2015 é reflexo das diversas etnias.

Basta olhar, refletir, analisar e concluir. Se quisermos consumir um prato típico da culinária alemã como o “Eisbein” ou o “Marreco com Repolho Roxo”, vamos encontrar em Guabiruba. Se quisermos apreciar uma comida típica italiana, encontraremos opções em Botuverá e Nova Trento. Em “Bruchque” é mais fácil encontrar um gostoso “Cachorro Quente” preparado com a linguicinha de carne suína ou um delicioso “Pirão com Linguiça”. Outro exemplo que podemos citar são as mídias comumente produzidas para divulgar a Fenarreco: as lindas construções da técnica enxaimel que constituem o cenário da propaganda, assim como os integrantes de grupo de dança alemã, são de Guabiruba! Brusque não possui grupo de dança típica e as poucas construções históricas que ainda sobrevivem estão sendo demolidas uma após outra para dar lugar a construções modernas. No entanto, a cidade tem a Rota 66 e o Parque das Esculturas, representação concreta da nossa diversidade e que transformou Brusque em uma verdadeira galeria de arte a céu aberto.

Para finalizar, compartilho uma antiga sabedoria que ensina: “Quem não conhece o seu passado, as suas raízes, a história de seus ancestrais, não está qualificado para viver bem o presente e muito menos para moldar um futuro promissor”. Pois é…o que você conhece?