Que cidade é essa que possuiu rico manancial de águas límpidas? Que tem grande parte de seu território protegido pela Reserva do Parque Nacional da Serra do Itajaí? Que conserva tradições alemãs como o Maibaum, Pelsinikel e casas construídas no legítimo estilo enxaimel? Que conserva sua cultura secular através da dança e da alimentação? Que ensina a língua alemã pelo canto? Que lugar é esse “onde a gente se sente em casa”? Se você pensou em Guabiruba, acertou!
Criada como município em 1962, a história de Guabiruba caminha par e passo com a história de Brusque. Sua colonização teve início na segunda metade do século XIX, quando alemães imigrantes começaram a receber seus lotes e a se estabelecer. O trabalho de ocupação das terras era feito em mutirão, com grupos de homens abrindo picadas, delimitando os lotes e neles construindo um casebre que tinha as paredes fechadas com troncos de palmito e o telhado coberto com palha. E assim, de forma comunitária, os espaços eram preparados para que as famílias dos imigrantes se instalassem provisoriamente. Durante o tempo de preparação do espaço que receberia a família, mulheres e crianças ficavam instalados no Barracão dos Imigrantes.
Colonizada por alemães que confessavam predominantemente a religião Católica, Guabiruba também recebeu colonos italianos e na maioria dos bairros existe no mínimo um templo. A religiosidade foi fundamental para manter a união e a força do povo em inúmeros momentos de provação. Como resultado dessa religiosidade tem-se, por exemplo, o Morro de São José – o Caminho da Fé, ponto turístico da cidade que recém completou 50 anos, e que em seu cume sustenta uma grande cruz que pode ser avistada de muitos pontos da cidade. Quem se aventurar a subir até o topo do morro, pode se maravilhar com uma vista maravilhosa em todas as direções, seja Guabiruba, Brusque ou Botuverá.
Com forte veia empreendedora, Guabiruba se desenvolve a passos largos. Ao mesmo tempo em que as indústrias se expandem, atraindo migrantes que a cidade acolhe como filhos, preserva traços da sua cultura. Ainda é comum se receber um caloroso “bom dia!” ao adentrar a um estabelecimento comercial. A identidade política claramente definida não impede que, após o costumeiro desgaste natural ocorrido no período eleitoral, as animosidades se desfaçam e a vida volte ao normal em prol do bem comum. Mas como está o cuidado em relação a transmissão das tradições às novas gerações? Como está a PAIXÃO PELO QUE SOMOS?
E ai vem a pergunta: qual é a visão de futuro, para onde caminha Guabiruba? Alimentação típica, festas bem prestigiadas, religiosidade acentuada, grupos de dança, arte retratada em peças como “Paixão e Morte de um Homem Livre”, produção de chocolate, cerveja, cachaça e feira de produtos artesanais, jardins primorosos, beleza natural, educação esmerada, espírito comunitário e visão de futuro para novos empreendimentos, quanta coisa boa em um só lugar! Da somatória destas características, constata-se que Guabiruba apresenta condições que favorecem a implantação de uma nova fonte de renda: o turismo. No entanto, para que o “negócio” turismo seja implantado com êxito, passa por três pilares básicos: políticas públicas, investimento privado e educação. O bom observador verá que os primeiros passos foram dados…Quem mais se habilita?