A internet é um meio abrangente e poderoso. Uma ferramenta multiuso, útil tanto para fins positivos, quanto para fins negativos e, que nas últimas décadas, revolucionou o modo de agir e pensar da humanidade. E quando fala-se em humanidade, o assunto é sério. Portanto, vamos prestar atenção!
Nos últimos dias, surgiram na rede alguns canais no YouTube, páginas no Facebook, blogs e afins comandados por pessoas portadoras de alguma deficiência ou doença. Os assuntos abordados são diversos. Superação, histórias e, muitas vezes, falam de coisas que não têm relação nenhuma com o “problema” (sim, entre aspas) que eles carregam. Alguns exemplos são: a Lorena (em tratamento de câncer), do canal CarecaTV, no YouTube; O Ítalo (autista), que é irmão do Otávio, do canal OtávioShow, também no YouTube; entre outros. Porém, não quero falar de específicos, pois são muitos, mas sim da iniciativa dessas pessoas e da polêmica gerada em cima disso.
Tudo que está público, por melhor ou pior que seja, está sujeito a elogios e críticas. Com eles não foi diferente. Muitos apoiaram, curtiram, seguiram e compartilharam os conteúdos, entretanto algumas pessoas não gostaram e atreveram-se a comentar o seguinte: “Eles só estão onde estão por causa do problema que eles têm”. Não vamos ter uma opinião única sobre a situação. Vamos analisar os dois lados e reconhecer que sim, a comoção do público internauta ao bater os olhos nessas crianças ajudou eles a atingirem o almejado sucesso, fama, etc. Todavia, sugiro que comecemos a enxergar a situação com olhos diferentes. Olhos mais humanos!
Ainda bem que existem pessoas que se comovem com situações assim (não, não é sentir pena! É ver amor onde muitos não o enxergam). Em que caos estaríamos se não houvesse comoção, minha gente? O mundo seria ainda mais rancoroso e egoísta. É necessário comover-se! Quando uma pessoa é envolta pela situação vivida pelas crianças citadas, com toda certeza, tudo parece mais triste, parece que as motivações para ficar alegre acabaram, porém eles estão dispostos a encontrar, em qualquer lugar que seja, um motivo para sorrir, um motivo para viver. E sobre a fama que eles alcançaram: que bom! Assim eles quebram parte do tabu que a sociedade impôs a eles, julgando como inúteis, incapazes ou qualquer outro adjetivo cruel.
Com os rostos estourados na mídia, certamente eles conseguem motivar muitas pessoas afundadas na cama, conseguem arrancar sorrisos e também conseguem mostrar para as pessoas que reclamar não é uma ação que deve fazer parte do nosso cotidiano com tanta frequência, pois as dificuldades podem (e devem!) ser superadas. Nenhuma pessoa queria estar nessa situação, muitos não sabem que estão nessa situação, mas a diferença é que ao invés de ver o lado ruim, alguns preferem enxergar os pontos positivos. Isso enche o pote da esperança até transbordar!
Veja as coisas com outros olhos. Troque de óculos. Eles não são famosos porque são doentes, eles não são famosos porque as pessoas têm pena. Eles são famosos porque em meio a um mundo onde pessoas como eles são taxadas como [NADA], eles tiveram coragem de buscar espaço. E vamos combinar que entre todas as coisas que essa atitude maravilhosa merece, fama é a menor delas!
Vitor Hochsprung – 17 anos – Letras – FURB
