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Tudo que você precisa saber sobre o Manaus, adversário do Brusque na final da Série D

Clube reuniu torcida apaixonada e carente por futebol competitivo no maior estado do Brasil

Tudo que você precisa saber sobre o Manaus, adversário do Brusque na final da Série D

Clube reuniu torcida apaixonada e carente por futebol competitivo no maior estado do Brasil

Depois de bater na trave em 2018, na sua estreia na Série D, o Manaus conquistou o acesso à terceira divisão do futebol brasileiro, eliminou o Jacuipense (BA) nas semifinais e agora enfrenta o Brusque na final sem suspensões. O centroavante Mateus Oliveira, vice-artilheiro da equipe, com sete gols, retorna. O Gavião Real foi abraçado pelo povo manauara na reta final da Série D, em um futebol que há anos não tinha bons resultados nas divisões do Campeonato Brasileiro.

Além de Mateus Oliveira, volta de suspensão o volante Panda. O zagueiro Patrick se recuperou de lesão muscular e deve estar à disposição do técnico Welington Fajardo. “O grupo fica mais reforçado com estes reforços. Quem entrou nos lugares deles entrou muito bem. Ninguém tem lugar cativo. Todos estão buscando seu espaço, e assim a gente ganha um reforço no grupo”, comenta o treinador.

As dúvidas são o lateral-direito Igor, com lesões musculares, e o veterano meia Rossini, de 34 anos, uma das principais peças no elenco de Fajardo. “Tivemos um período difícil, daqueles cinco jogos em 15 dias. Isto causa alguns danos, e são danos como estes. Eles estão fazendo de tudo para se recuperarem a tempo deste jogo decisivo.”

“Nós passamos a semana inteira falando do Brusque com os jogadores. Vamos explorar o que entendemos que pode nos trazer a vitória. O Brusque é uma equipe muito boa, os números dizem isso, e é o que posso dizer sobre o corpo do Brusque. A nível de célula, os detalhes, isto prefiro deixar para mim e para os jogadores”, desconversa.

Até o fechamento desta matéria a assessoria de imprensa afirmou que o Manaus ainda não havia definido sua logística para chegar a Brusque, em divergências com a proposta oferecida pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A entidade paga passagens aéreas, hospedagem e alimentação para delegações compostas por até 25 pessoas, entre jogadores, comissão técnica, diretoria e demais funcionários.

Torcida

Até o jogo do acesso contra o Caxias (RS), que levou mais de 44 mil pessoas à Arena da Amazônia, o melhor público havia sido registrado no jogo anterior, o de volta nas oitavas de final, contra o São Raimundo, de Santarém (PA): 3.621.

O Gavião do Norte só passou a utilizar a Arena da Amazônia nesta Série D para as fases de mata-mata. Antes disso, na fase de grupos, era mandante no Ismael Benigno, a popular Colina, com capacidade para cerca de 10 mil torcedores. O estádio é de propriedade do São Raimundo, de Manaus, mas atualmente é administrado pelo governo do estado do Amazonas.

A jornalista Camila Leonel, do jornal manauara A Crítica, explica que o time foi de fato abraçado com a derrota por 1 a 0 para o Caxias (RS), no Rio Grande do Sul, e até mesmo antes. Parte dos torcedores da equipe gaúcha protagonizou demonstrações fortes de xenofobia contra o Norte do país e o povo do Amazonas, e o episódio pauta na imprensa de Manaus.

“O pessoal dizia que o time era de índio, que a cidade era uma selva. O pessoal do Amazonas compra muito a briga quando é tratado com desdém desta forma. Foi algo que, sem dúvida, inflamou muito para o jogo contra o Caxias [na Arena da Amazônia].”

A resposta foi dada: o jogo de volta teve o segundo maior público da história da Arena da Amazônia, construída para a Copa do Mundo de 2014 sobre o antigo estádio Vivaldo Lima, o Vivaldão. E a vitória por 3 a 0 sobre o Caxias garantiu a vaga do clube à Série C.

Segunda final

A final da Série D é a segunda do Manaus em 2019. O clube conquistou o Campeonato Amazonense, o Barezão, em abril. Vitória sobre o Fast por 2 a 0 e empate sem gols na Colina, campo neutro, deram o título ao Gavião Real.

Seis anos de ascensão

Fundado em 2013 com a iniciativa de Luis Mitoso, então vereador e ex-presidente de um clube tradicional do Amazonas, o Nacional, o clube subiu da segundona amazonense já em seu primeiro ano.

Nos seis anos de existência, o clube acumula um tricampeonato estadual (2017-2018-2019). Em 2018, já havia lutado pelo acesso a Série C, mas caiu nas quartas de final da Série D em confronto contra o Imperatriz (MA). No mesmo ano, chegou às semifinais da Copa Verde, competição que reúne clubes do Norte e do Centro-Oeste.

 

Quebra de jejum

Se por um lado o Brusque tem a melhor campanha de um clube catarinense na Série D, o Manaus também trouxe marcas históricas no futebol de seu estado. A última vez que um clube amazonense subiu de divisão nacional foi em 1999, há 20 anos: o São Raimundo foi o vice-campeão da Série C, até então o último escalão do futebol nacional, perdendo a final para o Fluminense.

Na Série D de 2010, o América quase conseguiu quebrar a marca, mas perdeu a vaga para a Série C na Justiça. A equipe passou pelo Joinville nas quartas de final e teria o direito a disputar a terceira divisão em 2011. No entanto, o clube foi eliminado como punição à escalação irregular do jogador Amaral Capixaba e o JEC foi a equipe promovida.

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