Um ano após enchente, obra para conserto de calçadas da margem esquerda da Beira Rio ainda não começou
Governo apresenta três justificativas para demora do início do conserto
Governo apresenta três justificativas para demora do início do conserto
As calçadas da margem esquerda da Beira Rio, em Brusque, seguem danificadas após um ano e dois meses da terceira maior enchente registrada na cidade. O governo municipal investiu recursos próprios para conserto da pista da avenida, mas a recuperação das calçadas ainda aguarda desfechos de entraves.
Um deles é a investigação aberta pela Prefeitura de Brusque para apurar as circunstâncias da destruição causada na avenida Governador Luiz Henrique da Silveira (margem esquerda) após a enchente de 2023.
O Executivo recebeu uma denúncia de possível irregularidade durante o processo de contratação da empresa e execução da obra. A construção foi realizada por consórcio formado pelas empresas Pacopedra, Freedom e Setorsul.
O prefeito de Brusque, André Vechi (PL), afirma que foi necessária a elaboração de laudos durante os trâmites da apuração das causas da destruição. Sendo assim, as análises precisaram ser feitas com as calçadas ainda destruídas. Outro entrave que, segundo o chefe do Executivo, gerou atraso no conserto das calçadas envolve a fonte do recurso.
O dinheiro para a obra será repassado pelo governo do estado. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o modelo de repasse de recursos do Executivo estadual sob argumento de inconstitucionalidade. O governo, então, precisou mudar o formato.
“São dois motivos: demora do repasse por causa da legislação, em que o estado precisou mudar para repassar, e o período eleitoral, em que havia vedação. Além disso, estamos apurando, por meio de laudo, a responsabilidade [pelos danos na Beira Rio]. Como há o laudo, não teria como mexer”, justifica o prefeito.
O governo municipal investiu recursos próprios emergenciais para restaurar a pista da margem esquerda da Beira Rio e garantir o fluxo de veículos, mas deixou as calçadas destruídas.
André Vechi espera que o processo de reconstrução dos pontos da avenida que seguem danificados desde a enchente seja viabilizado entre janeiro e fevereiro.
Os trabalhos de recuperação das calçadas da margem direita da Beira Rio e o conserto das calçadas da margem esquerda são obras distintas. Por meio de recursos do governo estadual, a prefeitura já atua nas recuperações dos pontos danificados na margem direita.
Especificamente para este serviço, o Executivo estadual repassou para a prefeitura os valores para aquisição de insumos, ou seja, as pedras que são colocadas nos trechos danificados, e para a contratação de máquinas terceirizadas, pagas por hora.
A reportagem de O Município esteve em um dos pontos em que a calçada está destruída. O local fica entre a ponte Mário Olinger (ponte dos bombeiros) e o supermercado Bistek, no Centro I. O trecho é sinalizado pela Defesa Civil. No entanto, algumas das fitas zebradas foram arrancadas, o que facilita o acesso de pedestres às partes danificadas.
O chefe de Operações e Assistência da Defesa Civil, Edevilson Cugiki, relata que o órgão manterá a sinalização enquanto necessário e afirma que realiza manutenções periódicas, normalmente a cada dois dias.
“O reforço com fita zebrada é mais para a noite, já que, durante o dia, o dano é bem visível para os transeuntes realizarem o desvio em segurança”, pontua. Cugiki disse ainda que solicitaria à equipe a verificação do ponto específico em que a fita zebrada foi arrancada.
Ainda enquanto a reportagem estava no local, um ciclista passou pelo trecho destruído. Ele optou por descer da calçada – que possui área para bicicletas – e passar pela pista, na contramão do tráfego de veículos, já que a calçada está destruída.
A destruição nas avenidas Beira Rio, que são três (Governador Luiz Henrique da Silveira, Bepe Roza e Arno Carlos Gracher), foi causada pela enchente de novembro de 2023. Trata-se da terceira maior enchente registrada em Brusque na história, atrás apenas de 1984 e 2011.
A enchente aconteceu no dia 17 de novembro, uma sexta-feira. O nível do rio Itajaí-Mirim chegou ao pico de 8,96 metros, durante a noite. A marca é 8 centímetros superior à enchente de 2008, quarta maior registrada em Brusque, ocasião em que o rio atingiu nível de 8,88 metros.
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