Um em cada 25 habitantes de Brusque convive com algum tipo de deficiência, aponta IBGE

Presidente do Comdef destaca que o maior desafio para essa população ainda é o preconceito e a falta de atitude inclusiva da sociedade

Um em cada 25 habitantes de Brusque convive com algum tipo de deficiência, aponta IBGE

Presidente do Comdef destaca que o maior desafio para essa população ainda é o preconceito e a falta de atitude inclusiva da sociedade

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que 3,9% da população de Brusque tem algum tipo de deficiência. Os dados são do Censo 2022 e foram divulgados na última semana.

A população de Brusque, segundo o Censo, é de mais de 141,3 mil pessoas. Portanto, são cerca de 5,5 mil pessoas com deficiência na cidade.

Em comparação, a proporção de pessoas com deficiência em Brusque está bem abaixo da média do Brasil, que é de 7,3%.

A porcentagem de mulheres residentes em Brusque com deficiência (4,5%) é um pouco maior que a de homens (3,1%).

Proporcionalmente, a grande maioria das pessoas com deficiência têm mais de 85 anos.

Guabiruba tem números similares aos de Brusque, com 3,7% da população com algum tipo de deficiência.

Já Botuverá tem um panorama diferente, mais próximo da média nacional, já que 6,9% dos moradores são pessoas com deficiência. Nas duas cidades, assim como Brusque, a porcentagem de mulheres com deficiência é ligeiramente maior que a dos homens.

Acessibilidade

Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Brusque (Comdef), Sidnei Pavesi destaca que a busca por melhores condições à esta população é constante, apesar dos avanços. Sidnei relata que, de acordo com a legislação vigente, as calçadas novas do Centro de Brusque precisam ter piso podotátil. Mas na sua opinião, falta, por exemplo, a instalação de semáforos sonoros.

“A gente tem discutido com o poder público e diversas entidades. O que estamos batendo bastante em cima são as vagas de emprego, libras para pessoas surdas e calçadas”, ressalta.

Brusque conta também com uma Central de Atendimento à Pessoa com Deficiência (Ceped), criada em 2013, que faz o atendimento a esse público para auxiliar na compra de carro com isenção, busca pelo passe livre e na busca pelos direitos que eles têm. “Dentro do possível, o poder público tem buscado garantir os direitos dessa população”, reforça.

O conselho, que é composto por entidades e por representantes do poder público, se reúne todo mês para debater as pautas ligadas à população com deficiência e tem atribuições deliberativa e fiscalizadora.

Para Sidnei, porém, o principal obstáculo é a atitude da sociedade em geral em relação às pessoas com deficiência.

“A acessibilidade atitudinal é o que acredito que precise melhorar na sociedade como um todo. Na questão da acessibilidade arquitetônica, a gente consegue “se virar”. Mas em relação à atitude das pessoas, o capacitismo e o preconceito precisamos mudar muito. É muito mais difícil para nós. Se, por exemplo, há uma calçada acessível com pista podotátil, mas os atendentes de uma loja não atendem bem a pessoa com deficiência, a situação não melhora”, exemplifica.

Segundo Sidnei, as atitudes melhoram a partir do momento que as pessoas conhecem e convivem com pessoas com deficiência. “O deficiente não é um coitado que precisa ser protegido pela família. A sociedade precisa nos ver como pessoas com capacidade e nos dar oportunidade para desenvolver nosso potencial. Precisamos de oportunidades para ser vistos, primeiro, como cidadãos e depois como uma pessoa com uma deficiência. Esta é apenas uma característica nossa, não nos resumimos a isso”.

Rosecler Ceratti Foletto, diretora administrativa da Apae de Brusque, destaca que um dos principais desafios atualmente é a acessibilidade arquitetônica e logística de transporte público para as pessoas com deficiência.

Ela destaca ainda a importância de incluir as pessoas com deficiência além dos espaços especializados.

Cita como exemplo o projeto “Apae Fora dos Muros”, que deste 2023 desenvolveu ações das mais variadas, envolvendo seus usuários, famílias e a comunidade, como a corrida, Apae na Rua, exposições de trabalhos itinerantes em locais públicos, a contribuição na qualificação de profissionais para atuar nas escolas com as pessoas com deficiência intelectual e autismo, entre outras ações.


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Desenvolvedor de Guiné-Bissau, na África, conheceu Brusque após contato no LinkedIn:


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