Um exemplo deplorável
O Brasil e o mundo assistiram, via mídia, na sexta e no sábado passados, o início da nova Legislatura do Senado: tomada de posse dos novos Senadores, a eleição da Presidência e demais componentes da mesa-diretora. É a 56ª Legislatura do Senado. Vai ficar na história da República como um péssimo exemplo dado no plenário […]
O Brasil e o mundo assistiram, via mídia, na sexta e no sábado passados, o início da nova Legislatura do Senado: tomada de posse dos novos Senadores, a eleição da Presidência e demais componentes da mesa-diretora. É a 56ª Legislatura do Senado. Vai ficar na história da República como um péssimo exemplo dado no plenário do Senado. Que vexame!
Pensava ao assistir, em parte, enquanto fazia outro trabalho, nos familiares e, sobretudo, nos filhos presentes desses novos Senadores eleitos (muitos certamente têm filhos crianças e adolescentes) e nos adolescentes e jovens de todo o Brasil, como estão “vendo” esse espetáculo deprimente. Que ideia, que “conteúdo” vão tirar desse comportamento ridículo para qualquer cidadão, imagine de um senado, menos “civilizado” do que um “encontro” de estudantes, em sala de aula, sem a presença do professor (a).
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Aconteceu um pouco de tudo, a meu ver, menos o que devia ocorrer naquela data e naquele recinto republicano. Quase tudo foi afrontado: Constituição da República, Regimento Interno do Senado, decisões do Supremo Tribunal Federal, tudo aquilo que aprendi em casa e na escola como “boas maneiras, boa educação, civilidade, respeito”…
Mas, a maior afronta foi aos eleitores, ao povo brasileiro, que na sua imensa maioria quis e quer uma “política nova”, mas o que se viu e se sentiu, em todo o clima reinante, foi a “política velha”, dando as cartas e a comandar o “espetáculo circense”, com lances pueris e ignóbeis, que jamais um senador da República deveria tomar, em qualquer ambiente, menos ainda, “ao vivo” no Senado.
Sem dúvida, uma boa coisa aconteceu, ao menos, não foi reconduzido à presidência do Senado o notório senador Renan Calheiros. Notório por muitos fatos já conhecidos de longas datas, mas principalmente pelas quase duas dezenas de processos que correm na Justiça contra sua pessoa e seus comportamentos, nem sempre tão republicanos assim.
No Senado, praticamente, só ele, por sua habilidade ou esperteza política, conseguiu sobreviver à “varredura”, feita pelas eleições de outubro de 2018 no Senado, das “velhas raposas políticas” do MDB e de outras siglas políticas. Esses políticos estiveram presentes e atuantes em todos os governos que se instalaram em Brasília.
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Quando estive na Itália, no período que passei lá para perfazer o caminho para o doutorado em Filosofia, aprendi uma expressão interessante para designar esse “tipo de político”. Lá denominavam “político rolha”. Isto é, assim como a rolha (de cortiça) nunca afunda, não importa o líquido (água, óleo, álcool…) onde estiver colocado, do mesmo modo esses políticos não importa o governo, sempre “estão lá e por cima”. Esse senador remanescente desse tipo de político, dessa vez, foi alijado do Senado, embora tenha renunciado, antes de ser sacramentada a derrota.
Embora o “fim” seja bom (renovação da mesa-diretora do Senado e, sobretudo, o afastamento do senador Renan da presidência do Senado), “os meios” aplicados não foram éticos. Não dá para saudar e cumprimentar esse comportamento de um Senador da República. Em Ética, não há possibilidade de maioria, nem opinião pública. Os valores éticos e a consciência pessoal, não estão no âmbito de “números”, “estatísticas”, “opinião pública”… Estão acima desse nível. Inclusive de posições políticas. Valem por si mesmos!