Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Uma festa histórica

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Uma festa histórica

Pe. Adilson José Colombi

No próximo dia 23 deste mês, acontecerá mais uma festa de São Luis Gonzaga. Disse “mais uma” festa. Na verdade, poder-se-ia dizer, com certa tranquilidade, a Festa de São Luis Gonzaga ou simplesmente a Festa da Paróquia de Brusque. Por que isso? Porque creio que por mais de um século foi assim denominada. Sim, a Festa de São Luis Gonzaga da paróquia com o mesmo nome foi a “festa” de Brusque por muitos anos. Esperada na paróquia, na região com muita ansiedade. Pois era algo diferente e era um evento todo particular.

Sim, a Festa de São Luis, como era denominada com carinho e verdadeira consideração causava um momento todo especial na comunidade católica e envolvia outros também. Era o momento de sair de casa, de participar, de comprar roupa nova, sapato novo, até bicicleta nova (era o meio mais comum de se mover pela cidade) … As moças saíam todas enfeitadas e bem arrumadas para conseguir algum namorado. Os rapazes também todos bem aprumados para impressionar as pretendentes.

Também, era um momento de reunir a família e de encontrar-se com os familiares ou conhecidos que tinham migrado para outras cidades que aproveitavam a festa da paróquia para fazer a visita e rever também os amigos que tinham deixado ao sair. Dessa forma, a Festa de São Luis era sempre um acontecimento esperado pela maioria da população. Porque tudo era bem planejado e executado com dedicação e empenho.

Na Festa, o grande responsável, de fato, era o pároco. Mas, não sozinho. Competia-lhe organizar a parte litúrgica, com a Novena ou Tríduo de preparação para a Festa. Era assessorado, na parte externa dos festejos, pelo chamado “os Fabriqueiros” (na verdade, era o conselho administrativo da paróquia), normalmente um grupo de homens, competentes e líderes em seus ambientes que auxiliam na administração da paróquia.

Para a Festa de São Luis, porém, havia também outro grupo assessor que era o grande agente da Festa. Eram os denominados “Festeiros da Festa de São Luis”. Eram quatro pessoas, dois homens e duas mulheres, escolhidas pelos festeiros anteriores. No dia da Festa eram anunciados, grande ênfase e expectativa, pelo pároco na Missa da Festa. Eram eles os responsáveis para a organização da Festa em conjunto com os “frabriqueiros” e pároco. Tinham que arrumar todas as “prendas” para a rifa, que tinha uma denominação especial “Tômbola”. Ajeitar e sobrevisionar dos todos preparativos de material humano e também de todo o ambiente da Festa, ornamentação e utensílios.

Ser “festeiro da Festa de S. Luis” era uma honra. Mais do que isso era agregar ao seu currículo algo significativo. Quando alguém era apresenta, era bom lembrar que “foi até festeiro ou festeira” da Festa S. Luis. Tinha o seu charme. Ser convidado (a) era uma distinção e um apreço especial pela pessoa.

A Paróquia S. Luis Gonzaga comemorou, no ano passado, 150 anos de sua fundação. Não tenho certeza, mas é possível que a ”Festa de São Luis” já existia, antes mesmo da fundação da paróquia, em 1873. Claro com outros moldes, mas já era festa da comunidade católica de Brusque e região. Por isso que é uma Festa que tem história e faz parte da História de Brusque e Região. Hoje, não tem mais aquele encanto e importância para a cidade. Mas, continua com os mesmos objetivos: cultivar a espiritualidade, tendo São Luis Gonzaga como um belo exemplo de discípulo seguidor do Mestre Jesus e a confraternização das pessoas e famílias. Faça parte você também dessa História, tão rica de belas e pitorescas recordações para muitas pessoas até hoje.

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