Vencedoras do concurso de redação Brusque: Ontem e Hoje são premiadas
Kathleen Nigg, Fatima Tamires Cesari e Lisa de Souza foram as vencedoras e receberam vale-livros da Livraria Graf
Kathleen Nigg, Fatima Tamires Cesari e Lisa de Souza foram as vencedoras e receberam vale-livros da Livraria Graf
As três vencedoras do concurso de redação Brusque: Ontem e Hoje, do jornal O Município em parceria com a Livraria Graf e a Secretaria de Educação de Brusque, receberam a premiação na tarde desta terça-feira, 26, em solenidade realizada no Espaço Cultural Graf.
Kathleen Nigg, da Escola Georgina de Carvalho Ramos da Luz; Fatima Tamires Cesari, da Escola Padre Theodoro Becker e Lisa de Souza, da Escola Rio Branco, são as autoras das redações premiadas e levaram para casa vale-livros de R$ 300, R$ 200 e R$ 100, respectivamente. Os professores das alunas também foram premiados com crédito de livros no valor de R$ 100.
As três vencedoras participaram pela primeira vez de um concurso de redação e, a partir de agora, têm mais um estímulo para continuar lendo e escrevendo. “Nunca tinha participado de um concurso. Nunca imaginei que ia ganhar, estou muito feliz”, diz Kathleen, que ficou em primeiro lugar.
“Foi uma experiência nova e agradável. Foi bem difícil ter uma ideia para fazer, escolhi uma foto que mostrava as diferenças do bairro Santa Rita”, destacou Lisa de Souza, que ficou em terceiro lugar.
“Escolhi uma foto do Centro de Brusque e achei bem difícil fazer essa comparação. Não esperava ganhar, foi uma surpresa”, diz Fátima Cesari, segundo lugar no concurso.
Todas as alunas foram à solenidade acompanhadas pelos pais, professores e diretoras das escolas. “Acompanhei o processo de produção da redação e eu tinha esperança que ela poderia vencer. É uma aluna bastante esforçada”, diz Cristiane Hadwig, mãe de Kathleen.
O proprietário da livraria, Eleutério Graf, o Telo, destacou a importância de incentivar a cultura e a leitura nas escolas.
“A cultura tem que ser alimentada diariamente. O trabalho que o jornal fez foi muito importante, eu particularmente gosto mais da Brusque do passado, mas temos que viver o agora. E as redações trouxeram esse sentimento, o passado que deixou saudade, mas a importância de olharmos para frente e fazer o futuro”, diz.
O editor-chefe do jornal, Andrei Paloschi, ressalta a importância de despertar o espírito crítico nos estudantes. “Comparar a Brusque do passado com a do presente faz os jovens pensarem: em que avançamos? em que regredimos? é um exercício importante para pensarmos na cidade que queremos no futuro”.
Incentivo à leitura
A coordenadora pedagógica da Escola Rio Branco, Ivanete da Silva Mafra, afirma que a escola faz muita produção e que concursos como esse possibilitam que o trabalho dos alunos sejam vistos pela comunidade.
A diretora da Escola Padre Theodoro Becker, Maria Vanete Pieper, diz que ter uma aluna como uma das vencedoras do concurso é um orgulho grande para a escola. “É mais um incentivo à leitura. A Fátima é uma aluna que gosta muito de ler e se esmerou para participar do concurso. Isso vai fazer com que ela se interesse ainda mais e incentive os colegas”.
A diretora da Escola Georgina de Carvalho Ramos da Luz, Maria Ivone Crespi Noldin, diz que ter a aluna vencedora do concurso representa o reconhecimento do trabalho desenvolvido na escola.
“Sempre trabalhamos incentivando a leitura, a cultura. Nossos professores sempre incentivam a participação dos alunos em concursos e desde a educação infantil incentivamos o gosto pela leitura”.
Por ser a diretora da escola que teve a aluna vencedora do concurso, Maria Ivone recebeu um kit de livros que vão integrar o acervo da biblioteca da instituição.
Professora de Língua Portuguesa de Kathleen, Priscila Scalvim era só orgulho da aluna vencedora. “É um orgulho para mim, para a escola. Ela é uma excelente aluna. Concursos desse tipo valorizam o potencial que os estudantes nem imaginam que têm”.
Confira as vencedoras:
1º lugar
Kathleen Nigg, 14 anos
Escola Georgina de Carvalho Ramos da Luz
Redação: “Minha vida em Brusque”
Professora: Priscila Scalvim
2º lugar
Fátima Tamires Cesari, 14 anos
Escola Padre Theodoro Becker
Redação: “Brusque ontem e hoje: quanta diferença!”
Professora: Daniela Rodrigues
3º lugar
Lisa de Souza, 14 anos
Escola Rio Branco
Redação “Revivendo o passado de Brusque”
Professor: Ricardo André Bento
Escola de Ensino Fundamental Professora Georgina de Carvalho Ramos da Luz
Aluna: Kathleen Nigg
Professora: Priscila Scalvim
Minha vida em Brusque
Que saudade da minha velha Brusque. Você deve estar se perguntando: “A cidade mudou tanto assim de uns 60 anos para cá!?” Eu respondo que sim, e muito!
Lembro-me muito bem de quando eu meus 10 irmãos íamos para a igreja descalçados e só colocávamos os sapatos quando chegávamos na igreja. Você deve estar achando que era exagero ou bobagem, mas na verdade era uma demonstração de respeito, e honrávamos muito nossa cultura e tradições.
Na rua, as pessoas se cumprimentavam, caminhavam lentamente e com um sorriso no rosto. Hoje em dia, já não se vê mais isso. As pessoas estão cada vez mais voltadas para o celular. Não que a tecnologia não tenha ajudado a população, mas na minha época, nós não sabíamos o que era celular e nem dinheiro, mesmo assim éramos felizes.
Quando íamos ao Centro, mal se via um carro. A maioria andava de bicicleta, e se não tinha, como nossa família, ia a pé. Também eram muito vistas nas ruas várias carroças.
As roupas eram como você vê nos filmes. Para as mulheres, vestidos mais longos, chapéus e sapatos sociais. E as roupas masculinas, eram ternos ou paletós e sapatos sociais. Alguns também usavam chapéu.
Ah, que saudade de minha velha casa! Você acha que havia prédios, assim como hoje? Não! As casas eram de tijolos à vista ou pintadas com cores claras e mais discretas. Não havia portões nas casas, só pequenas cercas. Mas nem todas as casas tinham, até porque não era necessário, pois havia poucos habitantes, e todos se conheciam.
Se haviam lojas de roupas? Não mesmo! Apenas lojas de tecidos, porque era tudo feito em casa ou por modistas. Hoje em dia é tudo muito mais fácil, pois tudo se consegue pronto nas lojas.
Sabe onde os casais se encontravam? Na casa dos pais da moça. É isso mesmo! Quando fui pedir a mão da mulher de quem eu gostava, tive que ir até a casa dela. Pense no medo! Meu sogro era muito bravo e me fez uma série de perguntas. Se eu estava envergonhado? Com certeza! Mas o que eu não faria pela mulher amada… Pena que ela não está mais aqui! Como queria voltar no tempo, só para conseguir dizer adeus à ela!
Do que mais sinto saudade? Ah, de tantas coisas… Mas uma delas é do ar puro das árvores. Ah, como era bom! As matas eram muito bem preservadas, até porque não havia muitas indústrias e nem prédios. Mas não pense que estou criticando, até porque, com os prédios, a cidade cresceu muito, e isso é necessário!
Minha vida também não era fácil, pois como eu era o filho mais velho, tinha que trabalhar duro para ajudar no sustento de minha família. Mas, mesmo assim, eu era feliz!
Brusque mudou muito desde meus tempos de menino. As casas já não são mais as mesmas, e os costumes mudaram muito. Mas o que seria desta cidade maravilhosa, minha terra natal, sem estas mudanças?! Se Brusque não tivesse mudado, como eu teria histórias para contar para meus filhos e netos?! Mudanças são necessárias para que a vida continue!
Escola de Ensino Fundamental Padre Theodoro Becker
Professora: Daniela Rodrigues
Aluna: Fatima Tamires Cesari
Brusque ontem e hoje: quanta diferença!
Quando olhamos para as imagens das fotos, logo nos impressionamos com tamanha diferença que elas têm entre si, apesar de serem exatamente o mesmo lugar.
Escolhi falar sobre a imagem do Centro de Brusque em 1951, pois me impressionei com suas versões: antiga e atual. A primeira coisa que notei foi a quantidade de automóveis que cada imagem possui, acredito que os carros da imagem sejam: Chevrolet ou Buick de 1951, os carros os quais custavam caro na época e somente pessoas de alta classe social os tinham.
Antigamente os carros eram usados para passeio. Hoje em dia quase todas as pessoas em uma família possuem um carro, ou seja, o que antigamente era raro e difícil, hoje é muito mais comum, as pessoas vão a qualquer lugar de carro, tanto para ir ao trabalho quanto para sair no final de semana.
Outra coisa bem visível nas fotos é a calmaria que a imagem antiga transmite, percebe-se visivelmente que antigamente era tudo menos movimentado já hoje em dia é tudo mais agitado, temos semáforos, muito mais carros, mais pessoas, enfim.
Pode ser impressão minha, mas parece que tudo aumentou, construções, ruas, a Igreja Luterana e até a Praça Barão de Schneeburg. Placas dificilmente eram vistas na imagem antiga, já atualmente placas são essenciais.
Acredito que o tempo de cada pessoa começou a ficar muito curto, pois a tranquilidade de Brusque depois de uns 66 anos não é a mesma de hoje, algo que para os mais velhos, acredito que faça falta, essa calmaria toda da cidade.
Posso dizer que fiquei satisfeita com tamanha evolução da cidade, e algo que me impressionou foi a quantidade de árvores de cada imagem, pois por incrível que pareça, com tanta poluição e desmatamento e todas essas construções de hoje em dia, as árvores vão cada vez mais perdendo o seu espaço, algo que não aconteceu com o nosso Centro pois hoje em dia é possível visualizar muito mais árvores, fico feliz e espero que continuem valorizando e dando essa importância para nossa natureza.
Escola de Ensino Fundamental Rio Branco
Professor: Ricardo André Bento
Aluna: Lisa de Souza
Revivendo o passado de Brusque
Observar fotos da antiga cidadezinha de Brusque, me faz ver como a cidade cresceu. De pequenas ruas de barro e tranquilas, poucas pessoas podiam ter carro; era um artigo de luxo na época. Hoje existem mais de cem mil carros em Brusque. Existia mais verdes, hoje os cinzas dos asfaltos predominam.
Minha mãe me conta que quando veio morar aqui em 1992, as pessoas conversavam, eram amigas. Ela até dormia com a janela aberta. Ela pescava em um riacho, onde hoje está um mercado.
Com toda certeza Brusque cresceu muito, empresas, casas, comércio, mas, enquanto essas coisas cresceram, muitas se perderam, o verde das matas, a tranquilidade, as pequenas nascentes. A vida das pessoas é tão corrida que nem os vizinhos se conhecem mais, nem bom dia as pessoas desejam as outras.
A cidade cresceu, as pessoas mudaram, o crescimento da cidade foi bom, a mudança das pessoas, nem tanto. Penso que todos podem voltar a ter companheirismo e amizade, mesmo nessa pequena grande cidade.