Venda de motos é a que menos cai no mercado automotivo
Com a queda acentuada nas vendas de veículos comerciais e de passeio, segmento aumenta sua participação no mercado
Com a queda acentuada nas vendas de veículos comerciais e de passeio, segmento aumenta sua participação no mercado
Segundo dados divulgados recentemente pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a venda de motos é o único segmento que aumentou sua participação no mercado neste ano, em relação ao ano anterior.
Até agosto, a venda de motos correspondia a 31,5% do total de transações no país. Até o mesmo período do ano passado, as motocicletas correspondiam a 28,9% das vendas. Automóveis de passeio, veículos comerciais leves, caminhões e ônibus, por sua vez, tiveram queda na participação no mercado de automotores neste ano, em relação ao mesmo período de 2014.
No entanto, o mercado de motocicletas também começa a entrar em estado de alerta para queda nas vendas. Isso porque, embora ainda seja responsável por uma boa fatia do mercado, o comércio de motos também começa a cair.
Em julho deste ano, por exemplo, foram emplacadas 107,7 mil novas unidades, número que caiu para 99,9 mil em agosto, queda de 7,29%. Se compararmos a agosto de 2014, a queda é ainda mais acentuada: 10,26% a menos de motos novas vendidas.
Em 2015, até agosto, 849 mil motos foram emplacadas. No mesmo período do ano passado, haviam sido 950 mil, queda de mais de 10,5%. A venda de motos consegue se manter estável, ainda, porque os números registrados para veículos de passeio e comerciais leves são piores.
No acumulado de agosto de 2014 até agosto de 2015, por exemplo, a venda de carros de passeio caiu quase 20%, enquanto a de comerciais leves caiu quase 26%. Caminhões e ônibus tiveram quedas superiores a 40%, em um período de apenas 12 meses.
Com os demais veículos reduzindo drasticamente sua participação sobre o total de vendas, as motos, por terem uma redução menor (cerca de 10%), passam a aumentar sua participação no mercado automotivo, o que dá fôlego ao setor.
Opção pelas mais baratas
Para os vendedores, a crise obriga o brasileiro a optar pelo mais barato. Honório Bertolini, gerente da Mega Motos, concessionária Honda em Brusque, diz que as vendas tem se mantido estáveis, até com crescimento no índice de financiamentos na região.
“O preço do combustível é um fatores, o transporte coletivo da nossa cidade também colabora”, afirma Bertolini. Ele diz que as promoções feitas neste ano também atraem compradores. “Tem muita moto sendo oferecida com desconto que chega até R$ 2 mil”.
Jonatan Kuhnen, dono da JK Motos, reconhece que as vendas caíram um pouco neste ano, mas continuam razoáveis. “Motos são mais em conta, sempre vende, o pessoal precisa para trabalhar, e o gasto do carro é bem maior”, justifica.
Para ambos os vendedores, as linhas mais baratas, principalmente a Biz de 125 cilindradas, tem sido o carro-chefe das vendas. “Tanto o público feminino quanto o masculino tem muito gosto [por essa moto]”, afirma Bertolini. “A Biz é a que mais sai”, corrobora Kuhnen.
Os dados da Fenabrave afiançam a visão do mercado. Conforme a publicação mensal da federação, no segmento de motos menores (Scooter), a Biz responde por 55% das vendas no mês de agosto. Nos oito primeiros meses do ano 130,2 mil unidades deste modelo foram vendidas.