25 anos, quando a década de 1980 começava a se despedir, começou uma onda de
mudanças no leste europeu, que levou ao colapso dos sistemas
socialistas/comunistas, da União Soviética à Alemanha Oriental. Desde 1917, os
tentáculos do regime soviético haviam se estendido pela Europa. Após a 2ª
Guerra Mundial, Stálin exigiu o controle dos países libertados do nazismo pelo
exército soviético. Começou o drama da Alemanha, dividida em duas, com a parte
leste sob o domínio dos comunistas. Com as constantes fugas para o lado
capitalista, o governo oriental construiu o famigerado muro de Berlim, símbolo
do modo como os regimes socialistas tratam a liberdade dos seus cidadãos. Quem
ainda não viu, procure assistir a algum documentário sobre a construção desse
muro, sobre as tentativas de fuga e a repressão aos fugitivos nos 28 anos de
sua existência e sobre sua queda em 1989.
Pois
bem, depois que Mikail Gorbachev assumiu o governo da União Soviética,
começaram as reformas e mudanças que trouxeram os “ventos da mudança” para a
região. Retirei o título do artigo da mais bela música popular da década de
1990, “Wind of Change”, da banda alemã Scorpions: “… na noite de verão em
agosto, soldados passeiam, ouvindo os ventos da mudança” (…) “leve-me à magia
do momento, numa noite de glória, na qual as crianças de amanhã partilham seus
sonhos, nos ventos da mudança”. Outra canção legendária sobre o tema é “Nikita”,
de 1985, do pop star inglês Elton John. A música fala da moça do lado oriental
da Alemanha, vigiada por soldados “com olhos de gelo no fogo”.
Essas
lembranças reaparecem por conta dos médicos cubanos recém-chegados ao Brasil,
para o programa “Mais Médicos”, do governo federal. São vários os testemunhos
da vigilância que é exercida sobre eles, para que não desertem, assim como
também são muitos os rumores sobre a função ideológica dessa estratégia cubana
de exportar médicos. A vigilância mostra
que os países socialistas são tão bons, que não permitem que os cidadãos saiam
de lá. E ignorando totalmente a história, são muitos os que ainda sonham com o
socialismo para o Brasil, e tentam implementá-lo através de estratégias
governamentais e da disseminação das ideias socialistas nas várias instâncias
da cultura. Os ventos da mudança não os atingiram.
Por
isso é importante relembrar, ver ou rever os episódios recentes da história
mundial. Talvez assim, personagens como Fidel Castro, Che Guevara & Cia
sejam vistos sem o olhar romântico da década de 1960, mas a partir da bizarra
tirania que eles realmente representam.