Vereador critica aprovação automática de alunos da rede municipal de Brusque
Segundo Secretaria de Educação, medida foi tomada por causa da pandemia
Segundo Secretaria de Educação, medida foi tomada por causa da pandemia
O vereador Rogério dos Santos (DEM) criticou na sessão de terça-feira, 14, instrução normativa publicada em 24 de novembro pela Secretaria de Educação de Brusque, feita, em caráter excepcional, para o período que dure a crise sanitária decorrente da pandemia da Covid-19.
Segundo o vereador, o principal ponto discordante é em relação ao artigo 14º da instrução normativa, que define que, em caráter de excepcionalidade, no contexto de pandemia e motivado pela adoção do currículo contínuo, “no ano de 2021, todos os estudantes de 1º a 9º ano, que não estejam em situação de abandono, serão promovidos [aprovados] e, no ano de 2022, participarão da recuperação de estudos [atividades suplementares], que serão organizadas pela unidade escolar”.
Rogério entende que a definição por parte da secretaria foi autoritária e feita sem discussão com o corpo docente municipal.
“Esse foi um expediente elaborado para justificar uma orientação de difícil digestão, para promover, no tapetão, alunos que não conseguiram rendimento escolar durante o ano letivo por meio remoto ou presencial. Vivo há quase 40 anos em sala de aula. Me alegro com quem segue em frente, e choro com a permanência dos alunos que precisam continuar na mesma série. Mesmo com a pandemia, os instrumentos para recuperar alunos são diversos”.
De acordo com o definido na instrução normativa, todos os alunos que não estão em situação de abandono seriam promovidos à próxima série e fariam a recuperação de conteúdos em 2022.
“É um absurdo, um contrassenso aprovar os alunos para depois recuperar. As escolas não têm espaço físico. Não há profissionais, pelo menos nesse momento, para acompanharem esses alunos”, diz o vereador.
Secretária de Educação de Brusque, Eliani Busnardo Buemo explica que essa é uma instrução nacional e que, por causa da pandemia, 2021 ainda é um ano de exceção.
“Essa instrução é a reunião do regramento para todo território nacional, através do Conjunto de Pareceres do Conselho Nacional de Educação e a Lei 14.218 [que prorrogou mudanças no calendário escolar até o fim de 2021]. Não criamos regras. Por orientação da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) organizamos e socializamos. O currículo contínuo de 2020 continuou em 2021, que por certo continuará em 2022”.
Segundo a secretária, neste ano, já foram realizadas atividades de reforço escolar em várias escolas.
“Os professores deverão fazer a recuperação paralela, prevista desde 1996 na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. As sondagens pedagógicas organizadas pela Secretaria de Educação de Brusque terão continuidade. O resultado será a base do planejamento do professor. Toda a tecnologia, refletida na inovação tecnológica servirá para equalizar as aprendizagens”, garante.
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