Diretora da Fundação Cultural terá que explicar sobre obra apagada para os vereadores de Brusque

Cacá Tavares, Jean Dalmolin e Marlina Oliveira se solidarizaram com o artista Douglas Leoni, que esteve presente na sessão

Diretora da Fundação Cultural terá que explicar sobre obra apagada para os vereadores de Brusque

Cacá Tavares, Jean Dalmolin e Marlina Oliveira se solidarizaram com o artista Douglas Leoni, que esteve presente na sessão

O apagamento da pintura “Povo de Dentro” do artista Douglas Leoni, localizada na Fundação Cultural de Brusque (FCB), repercutiu na sessão da Câmara de Vereadores de Brusque nesta terça-feira, 28. Cassiano Tavares, o Cacá (Podemos) se solidarizou com o artista, que compareceu à casa, e cobrou uma resposta clara do poder público.

“Quero também parabenizar o artista, porque a arte dele causou um debate. Douglas (Leoni, autor da obra) é uma figura, uma pessoa muito engraçada. Esse mural foi feito através da lei Aldir Blanc, autorizado pela Fundação Cultural. Quando me mandaram as fotos, pensei que a prefeitura teria comunicado o artista, o que não aconteceu. Arte é subjetiva. Pessoas podem gostar ou não, mas é a arte dele”, destacou.

“O que fica é a pergunta: por que essa obra foi apagada? Eu peço que a prefeitura traga explicações. A prefeitura tem que responder. Um pouco de respeito com a arte, com o cidadão e com qualquer ideologia. O que eu quero é que os vereadores reflitam comigo que estamos todos na busca pela liberdade. Esse pedido não pode ser seletivo”, completou.

Jean Dalmolin (Republicanos) também manifestou sua solidariedade com o artista. “Uma comissão analisou o projeto e autorizou a obra. Qualquer um de nós, ficaria sentido com o que aconteceu se fôssemos os autores”.

Requerimento da vereadora Marlina Oliveira (PT) foi aprovado para que a diretora da FCB, Zane Marcos, compareça ao plenário, em sessão ordinária, com o objetivo de falar sobre as providências que estão sendo adotadas a respeito do ato ocorrido. Ela cobrou também uma resposta do prefeito Ari Vequi e lamentou o que classificou como uma afronta às liberdades democráticas.

“Pontuo com todas as letras: foi um crime. O que ocorreu em Brusque, na calada do noite, foi um crime arquitetado com requinte de ódio, violência e de distorção daquilo que se entende por arte. A obra é um Patrimônio Artístico Cultural, já que foi financiada por recursos públicos. Tenho acompanhado todos os ataques que o artista vem sofrendo. Isso não atinge só o autor, mas toda a sociedade. O que é que está por trás disso, desse ódio? É o fato de estar associado a artistas LGBTQIA+?”, questionou.

O caso

A pintura foi apagada entre a noite de sexta-feira, 24, e a manhã de sábado, 25. Na tarde desta segunda-feira, 27, a FCB se manifestou sobre o assunto. De acordo com a nota, assinada pela diretora-geral Zane Marcos, será iniciado um processo investigatório administrativo. O objetivo é apurar se houve qualquer irregularidade neste ato.

O jornal O Município procurou a FCB para ter mais detalhes sobre o caso. Entretanto, a pasta não quis informar se determinou ou autorizou a pintura da parede. Também não quis informar se há câmeras de segurança no local. Contudo, há vigilância noturna no espaço, que é para toda a praça.

Ainda, segundo a fundação, estes detalhes não foram claramente divulgados, pois o caso deve ser apurado na investigação.


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