Vereadores de Brusque opinam sobre projeto que proíbe vereador de assumir cargo na prefeitura
Reportagem entrou em contato com todos os vereadores; um não respondeu
Reportagem entrou em contato com todos os vereadores; um não respondeu
Vereadores da Câmara de Brusque já se movimentam antes do fim do recesso para articular a elaboração de um projeto de lei que proíbe vereadores de assumirem um cargo no Executivo municipal.
A reportagem entrou em contato por telefone e por mensagem com todos os 15 vereadores, pelos números registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Há pelo menos a opinião de um vereador de cada partido integrante do legislativo. Um vereador não atendeu as diversas ligações ou respondeu as mensagens enviadas pelo aplicativo de mensagens WhatsApp.
Os dois telefones do vereador Beto Piconha disponibilizados no sistema do TSE não pertenciam a ele. Um era do filho, que respondeu a mensagem enviada na quarta-feira, 13, nesta segunda-feira, 18, depois da publicação da notícia, informando que o telefone não pertencia ao vereador. Após o contato no telefone correto, o vereador respondeu.
Das respostas obtidas, sete são a favor do projeto, um contra e seis ainda não tem uma opinião formada.
Confira a opinião de cada vereador:
A DEFINIR. O presidente da Câmara de Vereadores, Alessandro Simas, diz que inicialmente tem uma posição contrária ao projeto, mas que está aberto à discussão. Responsável por pautar os assuntos das sessões, afirma que se o projeto for protocolado no início de fevereiro, será colocado em votação no mesmo mês. Porém, se a entrada for a partir da metade do mês, será votado em até 30 dias.
A FAVOR. O vereador Déco Batisti é a favor do projeto de lei. “Acho que é uma forma de não deixar a prefeitura ligada à Câmara. Com certeza vou lutar para que seja aprovada”.
A FAVOR. O vereador André Rezini é favorável ao projeto. No dia 1º de janeiro ele enviou pedido para protocolar o projeto. Nesta semana ele está recolhendo a assinatura dos parlamentares que subscreverão o projeto.
“Eu posso falar com propriedade, porque já fui suplente, e querendo ou não fica amarrado”, diz o vereador. “Acho que o vereador é eleito para exercer a função dentro da Câmara Municipal”, complementa.
Ele diz que incluirá no projeto que se o vereador quiser assumir um cargo no Executivo, deverá renunciar à cadeira no Legislativo.
A FAVOR. O vereador André Vechi é favorável ao projeto. A criação do projeto era uma das propostas de campanha dele. “Felizmente a gente teve a eleição de muitos vereadores que são simpáticos ao projeto”, afirma. Para ele, é dever do vereador eleito fiscalizar o Executivo, e não trabalhar lá.
Vechi explica que os vereadores já estão conversando para elaborar o projeto de uma forma constitucional para apresentar no início das atividades em fevereiro.
A FAVOR. O vereador Cassiano Tavares, o Cacá, é a favor do projeto. “Eu já deixei claro que sou contra o vereador assumir cargo no Executivo”. Ele argumenta que o vereador foi eleito democraticamente para representar a população no Legislativo e, se quiser assumir um cargo na prefeitura, deve renunciar. “Se quer ir para o Executivo é simples, abre mão”.
A DEFINIR. O vereador Deivis da Silva não tem um posicionamento sobre o tema. “Prefiro aguardar se o projeto de lei será mesmo apresentado. Se isso ocorrer, vou analisar e ter uma noção mais exata da redação e conteúdo da proposta para depois me manifestar”.
A DEFINIR. O vereador Ivan Martins diz que irá decidir se o projeto for apresentado.
A FAVOR. O vereador Jean Dalmolin se manifestou a favor do projeto. “Houve o clamor da sociedade por renovação na postura das pessoas públicas e temos o entendimento de ser uma política nova. O vereador pediu voto para ser vereador e foi nessa intenção que os eleitores votaram”, comenta.
A DEFINIR. O vereador Jean Pirola não tem um posicionamento definido sobre o assunto. Ele recorda que no passado fez um projeto semelhante e não foi aprovado. Pirola afirma que agora tem uma outra visão sobre o tema, mas que vai analisar o projeto antes de manifestar uma opinião.
A FAVOR. A vereadora Marlina Oliveira se manifesta favorável ao projeto. Ela diz que o papel do Legislativo precisa ser resguardado e que, se a permanência no cargo não ocorrer pelo compromisso com o eleitor, que seja pela intervenção da lei.
NÃO RESPONDEU. O vereador Natal Carlos Lira, suplente que assumiu a cadeira no legislativo depois de Jocimar dos Santos (DC) ser anunciado como secretário de Assistência Social, não atendeu às ligações ou respondeu a mensagem enviada pela reportagem por meio do WhatsApp.
CONTRA. O vereador Norberto Laurindo, o Beto Piconha, é contra o projeto. Ele acredita que se o vereador tiver capacidade de administrar a pasta, pode assumir o cargo no Executivo. “Pra isso existe suplente”, finaliza.
A DEFINIR. O vereador Nik Imhof não tem um posicionamento definido, mas opina que “cada vereador tem que se entender com seu eleitor”. Ele acredita que é preciso ser flexível. “Não é uma opinião final, tem que analisar a proposta”, finaliza.
A FAVOR. O vereador Ricardo Gianesini, o Rick Zinata, se manifesta a favor do projeto. “Penso que o poder Executivo e o Legislativo tem que ser independentes. O suplente fica amarrado a esse vereador e não tem liberdade”, opina.
A DEFINIR. O vereador Rogério dos Santos diz que ainda não tem conhecido do projeto, portanto não tem opinião formada.
Notícia atualizada às 17h39 de 18/1: depois da publicação da reportagem, o vereador Beto Piconha se manifestou contra o projeto.