Vereadores discutem infraestrutura das ruas de Brusque e divergem sobre instalação de ciclofaixas
Sessão da Câmara foi marcada por críticas ao governo do prefeito André Vechi
A infraestrutura das ruas de Brusque foi o principal tema discutido na sessão da Câmara nesta terça-feira, 27, incluindo pedidos por instalação de ciclofaixas na cidade. A sessão também foi marcada por críticas ao governo municipal. O vereador Nik Imhof (MDB) alega ser vítima de perseguição após questionar a prefeitura.
A vereadora Marlina Oliveira (PT) foi a primeira a tratar da infraestrutura das vias. Ela classifica a falta de novas ciclofaixas em Brusque como “descontinuidade” de projetos da prefeitura ao longo dos anos. A parlamentar menciona investimentos do governo do ex-prefeito Paulo Eccel (PT) na mobilidade urbana.
Quem também falou sobre o assunto foi o vereador Rodrigo Voltolini (DC). O parlamentar defende a instalação de calçadas com mobilidade que possam ser utilizadas por pedestres, ciclistas e pessoas com deficiência.
“Adoro quando falam do Rio Branco. É o bairro que eu moro e defendo”, diz, após Marlina citar o bairro. “Eu queria fazer um apelo aos vereadores: como é que vamos fazer para montar uma ciclofaixa se nem calçada nós temos?”, protesta.
Por outro lado, o vereador Jean Pirola (PP) contrapôs as falas de Marlina. O parlamentar reconhece que o governo Paulo Eccel instalou ciclofaixas, mas alegou que, durante a gestão, “não foi construído nem um palmo de Beira Rio”.
“A principal obra do governo do PT em Brusque foi a ‘avenida Paulo Eccel’, que corta a praça Baräo de Schneeburg”, manifesta Pirola, em tom irônico. “A principal obra que temos em Brusque se chama Beira Rio”, completa.
O parlamentar afirma que também concorda com a instalação de ciclofaixas, mas pontua que a estrutura só pode existir em locais em que há espaço. “Eu concordo com as ciclofaixas, mas nos locais em que é possível construir. Não posso colocar um trem-bala do Águas Claras ao Primeiro de Maio, pois não têm espaço”.
O vereador Natal Lira (DC) seguiu o mesmo entendimento de Pirola. “Não temos mais espaços para novas ciclovias”, diz. Apesar da manifestação contrária, Natal comenta que é favorável à instalação das faixas para bicicletas, e ressalta que o problema é relacionado ao espaço.
“É incabível fazer uma ciclovia em uma estrada de 5 metros. A nossa cidade é cortada por rios e riachos. No bairro Primeira de Maio não cabia uma ciclovia, nem na rua do Tiro de Guerra”, opina o parlamentar.
“É um cala-boca de vereador”
O vereador Nik Imhof (MDB) acusou o prefeito de Brusque, André Vechi (PL), de perseguir parlamentares. Ele disse que, na sessão passada, fez uma reclamação referente à infraestrutura de uma rua e, em seguida, teve seu assessor parlamentar, que era cedido pelo Executivo, retirado após a revogação da cessão de uso, assinada pelo prefeito.
“É um cala-boca de vereador por parte do prefeito. Todos sabem que o ex-secretário de Obras Ricardo José de Souza me assessorava, cedido pela prefeitura para trabalhar aqui [na Câmara]. Só porque eu faço uma reivindicação, o prefeito revoga a cessão de uso? Agora tem que ficar calado? Não posso mais me manifestar?”.
Durante a fala, Nik disse que Ricardo realmente trabalhava na Câmara e insinuou que outros servidores do Legislativo eram “malandros”. Após a manifestação, o parlamentar foi advertido pelo presidente da Casa, vereador Cassiano Tavares, o Cacá (Podemos), que solicitou que Nik se retratasse pela fala.
O líder do governo na Câmara, vereador Valdir Hinselmann (PL), “porta-voz” do Executivo, respondeu que a revogação da cessão do assessor Ricardo, que é servidor efetivo da Secretaria de Obras, ocorreu em razão de necessidade por parte da prefeitura.
Por fim, Nik também criticou a situação da Beira Rio. A falta de conserto das calçadas da margem direita da avenida foi o alvo da reclamação do parlamentar. Em aparte, Marlina concordou com Nik, subiu o tom contra o prefeito e chamou Vechi de “menino” ao mencionar a suposta perseguição contra os vereadores. No final da sessão, Nik pediu desculpas pela fala em tom crítico aos servidores da Câmara.
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