VÍDEO: Empresa de Brusque ajuda a trazer família de funcionário haitiano e chegada viraliza na internet

Jacque chegou há dois anos e meio na cidade, sem falar uma palavra em português, e tinha o sonho de trazer sua esposa e filho

VÍDEO: Empresa de Brusque ajuda a trazer família de funcionário haitiano e chegada viraliza na internet

Jacque chegou há dois anos e meio na cidade, sem falar uma palavra em português, e tinha o sonho de trazer sua esposa e filho

O vídeo com a chegada ao Brasil da família de um haitiano – funcionário de uma empresa brusquense – viralizou esta semana na internet. Após receber mais de 800 mil visualizações no aplicativo TikTok, as imagens foram parar em páginas nacionalmente conhecidas, como a Razões para Acreditar. A iniciativa foi possível graças a ajuda dos empresários.

Há dois anos e meio, Jacquelin Dorcely bateu às portas da lavanderia brusquense Tom da Cor. Era mais uma tentativa do haitiano de buscar uma colocação no mercado de trabalho no Brasil. Sua pouca intimidade com a língua portuguesa, contudo, era um complicador. Mas, ao ouvir a história de Jacque – como é conhecido pelos colegas – a família proprietária da empresa decidiu dar uma chance.

Antes de chegar a Brusque, Jacque tentou a vida em outros cantos pelo país. Durante nove meses ele não conseguiu um emprego, e sobreviveu como pôde. Jacque chegou a vender água em semáforos das ruas de Manaus (AM). Comprava água no supermercado, pagando R$ 10 por um fardo com 12 garrafas e vendia a R$ 2.

Ao contar essa história por meio de gestos para a família Blanco, proprietária da lavanderia que completou 17 anos recentemente, Jacque os comoveu. Filho do casal proprietário e também administrador da empresa, Varlei Blanco Junior, o Juninho Coken, explica que a determinação de Jacque foi fundamental para conseguir o emprego. “Ele só conseguia falar ‘tem emplego?'”. Eu pensei, por que não? Pelo menos ouvir o cara…”

A empresa, de fato, precisava de funcionários e decidiu apostar em Jacque. O começo não foi fácil. “Ele não sabia operar os equipamentos e, por não falar o português, a comunicação era bem difícil. Mas eu sabia que era questão de tempo até se adaptar”, explica Juninho.

Esse tempo passou e Jacque se tornou um funcionário exemplar. Como explica Juninho, o haitiano sempre manteve seu ambiente de trabalho organizado. Além disso, mesmo perto de completar três anos de empresa, ele agradece aos patrões toda vez que recebe o salário. “Mesmo no primeiro salário que recebeu, que era pouco porque ganhou apenas os dias de trabalho, ficou imensamente grato”.

Luta pela família

Jacque, seu filho e Juninho Coken, da empresa Tom da Cor

Desde o primeiro dia de trabalho, Jacque deixou claro seu desejo em trazer sua esposa e seu filho para Brusque. “A minha mãe (Ana Maria Blanco) sempre falava que, quando as coisas melhorassem, a gente ajudaria a trazer a família dele”.

O tempo passou, até que, recentemente, o haitiano falou que havia conseguido juntar uma boa quantia em dinheiro. Diante disso, Juninho e a família realizaram a iniciativa de completar o que faltava e trazer a esposa e o filho para a cidade. “Pedimos aos funcionários para também colaborar, mas apenas se quisessem. Todo mundo ajudou, seja com R$ 10, R$ 20 ou até valores maiores. Depois a empresa completou”.

Jacque chorou muito ao saber que a empresa havia conseguido o valor para trazer sua família. “Ele perguntou se alguém poderia acompanhá-lo, e fiz questão de levá-lo até lá. Foi muito emocionante e gratificante, por isso eu gravei o vídeo”.

 

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