VÍDEO – Justiça por Milena: um mês após morte da menina, familiares e amigos fazem manifestação em Brusque
Ato aconteceu na noite desta terça-feira
Com balões brancos, cartazes e um momento de oração, familiares e amigos realizaram manifestação pedindo por justiça para Milena Ketlin Ristow na noite desta terça-feira, 17. O ato ocorreu na rua David Hort, no Cedro Alto, no mesmo local onde a menina de 9 anos morreu após ser atropelada na noite do sábado, 17 de julho, em Brusque.
No local, estava a mãe de Milena, a costureira Alvaci de Abreu, de 39 anos. Abalada, ela relata que acredita que a justiça será feita pela filha.
“Ela não morreu em vão, ela não foi arrancada de mim em vão, algum propósito deve ter”, diz. “Eu só tenho que agradecer a todos que estavam aqui, porque ela era amada por todos. Sinto muita falta dela”, completa.
Junto da mãe, estava o tio de Milena, o tecelão Lucas Ristow, 27. Ele conta que a menina era considerada uma filha. “Ela era um anjinho, não tenho nem explicação. Arrancou um pedaço de mim”, diz aos prantos. “A minha filha também é muito parecida com a Milena. Ela pede por ela o tempo todo. Eram um grude uma da outra”, complementa.
Lucas conta que, logo após o acidente, ele foi até o local e colocou uma pequena cruz em memória da menina. “Todo dia vinha aqui. A gente sabe que acidentes acontecem, mas pela bebida e drogas nem tem o que falar”, completa.
Confira momento do ato:
Dentre as crianças que estavam no ato, estava o Davi, de 10 anos, considerado o melhor amigo de Milena. A mãe dele, a autônoma Cinara Gambarotto, 37, conta que os dois conviviam juntos desde os dois anos de idade. “É tanta dor que não tem como explicar. Não existe nada que a gente faça para amenizar. É muita saudade”, diz em lágrimas.
Cinara relata que Milena sempre estava junto da família, até mesmo em viagens com o Davi, que se dava muito bem com ela. “A Milena era muito engraçada e divertida, diferente das outras crianças. Era responsável. Fazia vídeos no meu quintal. Cada lugar que a gente olha temos uma lembrança”, continua.
Sobre o sentimento de luto do filho, ela diz que em alguns momentos ele parece bem, já em outros ele sente um desespero que não passa.
“Quando ele achou o celular dos vídeos que ela fazia, ficou por horas chorando e eu não conseguia tranquilizar ele. Davi era sempre muito ativo, agora tem momentos de tristeza e que não quer mais sair pra brincar”, finaliza.
Comunidade pede por melhorias
A dor imensurável pela perda da menina atingiu toda a comunidade, que foi unida até o trecho da via para prestar homenagens. Contudo, a justiça pedida pelos moradores também é direcionada pelas condições da rua, considerada por muitos perigosa.
Uma delas é a moradora da via, a empresária Maria Salete Beilfuss Pacheco, 63. Ela detalha que inúmeros acidentes graves já aconteceram no local, principalmente no trecho onde Milena morreu.
“As pessoas não fazem ideia do perigo que é isso aqui à noite. Nós que temos netos temos muito medo. No sábado e domingo é pior porque o pessoal bebe”, relata.
Maria ainda afirma que já foi pedido por melhorias na rua. As principais reclamações são a falta de sinalização, como placas e até lombadas.
Motorista segue preso
O motorista acusado de atropelar e matar Milena segue preso preventivamente. André Mott Fagundes é réu e responde pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio com dolo eventual. De acordo com polícia, o acusado apresentava sinais de embriaguez quando foi abordado após a colisão.
A tentativa de homicídio é referente à mãe da menina Milena, que também foi atropelada pelo motorista, mas saiu com vida. De acordo com o delegado Matusalem Júnior de Moraes Machado, o acusado será julgado pelo tribunal de júri.
“Ele segue preso e a situação dele é que já se tornou réu. Já teve início o processo criminal, o juiz recebeu a denúncia do Ministério Público e ele já responde pelos crimes de homicídio consumado contra a Milena e tentativa de homicídio contra a mãe dela”, afirma.
Relembre o caso
Milena morreu após atropelada por volta das 18h30 de sábado, 17 de julho. A menina estava com a mãe quando ambas foram atingidas pelo carro, um Fiat Uno.
A mãe, de 39 anos, sofreu ferimentos leves e não precisou ser encaminhada para atendimento. Já Milena foi atingida em cheio e, com impacto da batida, foi arremessada a uma distância de aproximadamente 20 metros.
A vítima já estava sem sinais de vida quando os bombeiros chegaram para socorre-la. O motorista causador do acidente deixou o local logo após a colisão, mas foi localizado posteriormente.
“Sufocante e apavorada”
Uma hora antes do ato, a mãe de Milena participou do programa O Município Ao Vivo. Confira entrevista abaixo:
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