VÍDEO: sobrevivente da queda de aeronave em Guabiruba fala sobre acidente
Alexandro Cunhago era uma das duas pessoas que estavam no avião monomotor; acidente foi no sábado
Alexandro Cunhago era uma das duas pessoas que estavam no avião monomotor; acidente foi no sábado
Na madrugada desta quarta-feira, 29, o passageiro e um sobrevivente da queda do avião monomotor no Centro de Guabiruba, Alexandro Cunhago, de 33 anos, falou sobre o acidente.
Aeronave caiu no fim da manhã de sábado, 25. Cunhago e o piloto, Fábio Juliano Reis, 35, sobreviveram ao acidente.
Em vídeo publicado nas redes sociais, ele relembra desde os momentos que antecederam a queda até quando o avião teria apresentado pane. De acordo com Cunhago, a experiência seria apenas um voo experimental, pois estava interessado em comprar um avião.
Ele conta que, na sexta-feira, 24, Fábio, que pilotava a aeronave, apresentou o modelo para ele. “Eu fiquei bastante interessado e a gente combinou o voo para o dia seguinte”, relata.
No sábado, Cunhago conta que os dois realizaram o procedimento de pré-voo com a aeronave pro volta das 10h. Por volta das 10h20, decolaram do aeródromo.
“Sobrevoamos o Centro de Brusque, fomos em direção a Guabiruba. O tempo estava perfeito, praticamente não havia nuvens, estava liso para voar, não havia turbulência”, relata. “Até que de repente, eu percebi que o Fábio foi dar potência no motor e o motor não respondeu”, diz.
Segundo ele, o piloto repetiu o procedimento mais vezes, sem sucesso. Então, pressionou o nariz para baixo e foi ali que Cunhago percebeu que tinha algo errado. “Esse é um procedimento de pane. Eu perguntei para o Fábio e ele confirmou: é pane“, continua.
Cunhago explica que, por ter feito curso de piloto, conseguiu manter a calma no momento. Enquanto Fábio realizava os procedimento, ele procurava um local para o pouso. “Era uma área bastante complicada, uma área residencial com vários morros. Não havia muitas possibilidades ali”, continua.
De acordo com Cunhado, como Fábio não conseguiu reacionar a aeronave, precisou fazer um pouso de emergência. Ele relata que este foi o momento mais tenso. “Foi um momento que a gente sabia que o avião ia cair, que ia quebrar, que íamos nos machucar gravemente. Durante a aproximação, vimos os postes, os carros”, relata.
Cunhago detalha que o avião bateu com a asa esquerda na fiação do poste e virou. A partir daí, relata não lembrar do que aconteceu, apenas se lembra de ter saído do avião sozinho e ligar para a esposa. Momento foi registrado em vídeo.
Cunhago relata sobre a sensação de responsabilidade e a preocupação em lidar com um momento tenso como este, com riscos durante a queda para as pessoas que estavam no solo. “Graças a Deus que nada disso aconteceu. Lógico, eu e o Fábio nos machucamos, mas todos em solo ficaram ilesos”, conta.
Cunhago relata ter visitado Fábio, que teria quebrado algumas costelas. “Mas vai sobreviver, passa bem. Eu também estou super tranquilo, minha recuperação será rápida”, continua.
“Nós renascemos, acho que esta é a melhor palavra para definir. A maior satisfação é poder chegar em casa, abraçar minha filha, abraçar minha esposa e ser recebido pro tanto carinho pelos familiares, isso não tem preço”, complementa. Cunhago foi recebido com homenagens da família.
Ele destaca que também conversou com Letícia Schaefer, que caminhava próximo ao local da queda e teve reação registrada em vídeo. Ela contou que está bem e recuperada do susto.
“A gente pensa muito parecido, que nada acontece em vão e tudo tem um propósito. Podemos não entender isso agora, a gente não têm as respostas agora, mas em breve isso deve ficar muito claro para todo mundo”, completa.