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Com olhar curioso, os jovens observam a mata e prestam atenção na explicação da professora e bióloga Gisele Buch, que leciona sobre a fauna e a flora. Essa dinâmica ocorre semanalmente na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Chácara Edith, em Brusque, durante as visitas de campo dos estudantes da rede municipal de educação dentro do projeto “Trilhas da Chácara Edith”.
O Trilhas é um dos grandes projetos tocados pela Secretaria de Educação em parceria com a RPPN e a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), pois recebe todos os segundos e sextos anos das escolas municipais. Gisele é a servidora da prefeitura designada para atender essa massa de estudantes.
Com os alunos do segundo ano, o foco da visita a campo é a fauna. Já no caso do sexto, a explicação é mais voltada à flora. Essas idas a campo são programadas para acontecer na mesma época que o conteúdo é tratado em sala de aula.
A bióloga explica que a ideia do Trilhas é proporcionar uma experiência de campo completa em um ambiente preservado. “Eles vêm em horário de aula, assim como na universidade. Eles têm que vir adequadamente uniformizados, temos botas sete léguas, eles recebem instrução e vão a campo com uma prancheta”.
Para a bióloga, o projeto é uma forma importante de promover a educação ambiental. Ela observa que a iniciativa ocorre durante o ano inteiro.
Ainda hoje, a educação ambiental é trabalhada de forma espaçada, em datas específicas, no Brasil. Contudo, para Gisele, tratá-la apenas de forma pontual não faz sentido porque o assunto é inerente a todos os momentos da vida.
Início
O Trilhas foi o primeiro projeto educação ambiental criado por meio da parceria da prefeitura com a RPPN, em 2013. Ele é fruto de um trabalho anterior feito por Wilson Moreli, um dos proprietários da reserva, junto a Anette Hoffmann e Lígia Moreli.
Moreli ia às escolas falar sobre preservação do meio ambiente e depois também realizava uma trilha com as crianças. Tudo era feito pela vontade e dedicação dele, até que veio o interesse da prefeitura em realizar o projeto.
Centro de estudos
Hoje, as palestras e aulas teóricas do Trilhas e outras ações educativas ocorrem em uma casa de madeira. O espaço é acanhado, até porque porque a demanda cresce cada vez mais.
Por isso, em 2016 a família proprietária deu início à obra de um centro de estudos ambientais. A construção vai ter laboratório, sala de exposições, auditório e quartos masculino e feminino, para receber os pesquisadores.
Moreli conta que o projeto era um desejo antigo do sogro, que era o dono na época, mas nunca tinha ido adiante. “Faz três anos que iniciamos este projeto. Foi feito por um arquiteto de Ribeirão Preto (SP). Com nossas ideias, transformamos o projeto que praticamente foi levantado às custas do próprio bolso”.
