Volta às aulas: Mochilas escolares devem ter até 10% do peso da criança ou adolescente

Especialistas dão dicas de como evitar lesões e problemas posturais devido ao excesso de peso da mochila

Volta às aulas: Mochilas escolares devem ter até 10% do peso da criança ou adolescente

Especialistas dão dicas de como evitar lesões e problemas posturais devido ao excesso de peso da mochila

A mochila escolar é um item que faz parte da rotina de crianças e adolescentes. Por isso, com a proximidade do início do ano letivo, é importante que os pais fiquem atentos para evitar peso em excesso e ajuste incorreto, já que isso pode causar lesões e dores.

A fisioterapeuta Karla Colzani afirma que o Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into), órgão ligado ao Ministério da Saúde, recomenda que o peso das mochilas não ultrapasse 10% do peso da criança ou adolescente. “Por exemplo, se o peso da criança for 30 quilos, o peso da mochila não pode ultrapassar 3 quilos”, diz.

De acordo com ela, o uso de mochilas de forma inadequada e com peso excessivo pode provocar dores nas costas, desvios na coluna vertebral e ainda contribuir para a postura incorreta da criança. “Caso o peso seja excessivo, a criança irá projetar o tronco para frente, forçando o abdômen. Se carregadas apenas de um dos lados do corpo, vai provocar contração muscular causando dor, se a situação prolongar poderá levar a desvios posturais”.

O ortopedista Daniel Klein alerta que utilizar a mochila de forma incorreta também pode acarretar problemas mais sérios. “Em casos mais raros e descritos em literatura médica, o excesso de peso pode provocar lesões nas cartilagens responsáveis pelo crescimento da criança e do adolescente causando complicações mais sérias”.

Dicas

Os especialistas recomendam que o primeiro passo para amenizar o problema ocorre no momento da compra da mochila. A fisioterapeuta orienta que é importante que a mochila seja leve e que tenha duas tiras, para poder distribuir o peso igualmente. “As tiras devem estar bem apertadas para que a mochila fique próxima ao corpo, as alças, de preferência, devem ser acolchoadas e largas para não causar pressão nos ombros”.

O ortopedista recomenda que os pais levem as crianças na hora de comprar a mochila para testar o tamanho. “Ela não pode ficar nem muito grande, nem pequena. O tamanho ideal é cerca de cinco centímetros acima da cintura da criança. Dê preferência às mochilas com tiras ajustáveis e bem acolchoadas, para que não machuquem os ombros”, orienta.

As mochilas de rodinha são uma alternativa para tirar o peso do corpo, no entanto, há também a forma correta de utilizar. “A maioria leva a mochila de rodinha na lateral do corpo, gerando flexão lateral da coluna, o que também causa desvio postural ao longo do tempo, o ideal é que seja empurrada a frente do corpo”, diz Karla.

Para o ortopedista, é importante que os pais fiscalizem as mochilas para evitar que eles carreguem objetos desnecessários. “Da mesma forma, é preciso cautela com a superproteção, ou seja, aquela mania de colocar tudo na mochila, com medo de que a criança precise de algo que a escola não tenha”.

O ideal para que as crianças e adolescentes tenham um bom ano letivo, sem sofrimento, é que exista o bom senso entre a escola e a família. “A sala de aula deve estar equipada com armários para que o material mais pesado, como os livros, por exemplo, possam permanecer no ambiente de ensino. O fracionamento do peso na mochila é uma das dicas para um ano letivo sem dores nas costas”, finaliza Klein.

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