Volta às aulas: pesquisa aponta preços de materiais escolares em lojas de Brusque
São comparados os valores de 27 itens em quatro estabelecimentos
São comparados os valores de 27 itens em quatro estabelecimentos
Todo início de ano, pais e responsáveis por estudantes têm um compromisso certo: comprar os materiais escolares. Agora, para aqueles que desejam realmente economizar, a saída é pesquisar. Neste sentido, o jornal O Município fez uma busca de preço com base na lista elaborada pelo Procon de Blumenau.
A tabela tem 27 itens, os mais baratos do local, e engloba desde o lápis preto até os cadernos de 16 matérias. Foram vistos e comparados os valores de quatro estabelecimentos distintos na cidade: Dokassa, Aqui é 10!, Milium e Central do Papel.
A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 24 de janeiro. A lista de menor preço é de R$ 105,5 e a de maior preço é de R$ 180,3. Porém, é importante ressaltar que nem todos os estabelecimentos contam com todos os produtos listados, diminuindo o valor total da lista.
A administradora da Dokassa, Mari Suzana Cassaniga, menciona que muitos pais e responsáveis estão comprando materiais da lista na mesma loja. “Nós, como loja, vimos que cada vez mais os pais querem encontrar tudo no mesmo lugar e acabam destinando um dia para fazer toda essa situação, que é organizar as coisas para a volta às aulas”, aponta.
A situação também é relatada pela gerente da Loja Aqui é 10!, Claudia Eisermann. Ela destaca que, por esse motivo, é importante fazer uma pesquisa antecipadamente para avaliar o melhor custo-benefício. “Isso evita o deslocamento entre vários endereços e, principalmente, não deixa as compras para última hora”, continua.
O proprietário da Central do Papel Ltda, Otávio Dalcastagne Junior, explica que a compra de todos os materiais escolares numa mesma loja acontece por uma questão de organização, padronização e otimização do tempo.
“São vendidas listas diariamente, entretanto, a maioria vem na semana anterior ao início das aulas. Nem sempre seguem a lista, mas procuram orientações das vendedoras se podem substituir um material por outro similar”, pondera.
Na Dokassa, os pais também tendem a seguir a lista. “Salvo algumas exceções de lápis, canetas e borrachas, que os pais costumam levar a mais para estocar e também porque são muitas as opções”, complementa.
Na Aqui é 10!, o movimento de volta às aulas tem sido grande desde dezembro, seja na busca por materiais que fazem parte da lista ou não. “Por termos um setor exclusivo, percebemos que eles se tornaram uma ótima opção de presente, para crianças menores e para adolescentes. Não esquecendo de quem trabalha em escritório, todos amam canetas, cadernos e agendas. A partir de então, vimos que superaríamos as vendas, por ter iniciado tão cedo”, diz Claudia.
“Já para os itens comumente pedidos nas listas, como cadernos, folhas coloridas, lápis, entre outros, os pais têm se antecipado para ter mais opções de preço e variedades”, complementa.
Na Central do Papel, Otávio aponta que o movimento está aquecido desde a segunda quinzena de dezembro. Inclusive, com clientes comprando a lista de material escolar. “A expectativa de vendas esse ano é chegar próximo ao excelente faturamento do ano passado, onde estávamos saindo de um período de aulas remotas, em virtude da pandemia”, continua.
Já a Dokassa está aberta desde 4 de janeiro, após as férias coletivas. Mari afirma que, desde então, em todos os dias a loja fica cheia e registra muitas vendas. “A perspectiva é de que, neste ano, muito mais pessoas se deem a oportunidade de vivenciar a nossa dinâmica animada de volta às aulas”, completa.
Antes de fazer as compras, Otavio ressalta a importância de analisar produtos e valores. Ele aponta que a aquisição de um material escolar completo e de qualidade auxilia o aprendizado do aluno e deve servir para todo o ano.
“Além disso, tem o fator econômico, onde podemos aproveitar o momento para ensinar algo sobre educação financeira aos filhos”, diz.
Por outro lado, Mari reflete que a prévia análise de preços deixa o momento mais leve, tanto para adultos quanto para crianças. “Acredito que é uma fase muito importante da vida, principalmente das crianças, e isso faz com que essa memória seja uma memória de qualidade. Por outro ponto de vista, é uma forma de incentivar a educação como um caminho de desenvolvimento e, também, de evolução”, comenta.
Para fazer uma boa compra, as lojas trazem dicas importantes. Mari, da Dokassa, salienta a avaliação do custo-benefício.
“Nunca que as marcas mais acessíveis entregarão a mesma qualidade do que uma marca mais conceituada. É preciso analisar o custo benefício, sempre, pois acreditamos que seja importante ressaltar que quanto mais ‘coloridos’ pudermos ser, mais iremos deixar a criatividade das crianças fluir”, ressalta.
Claudia, da Aqui é 10!, complementa que a melhor opção é fazer a escolha do material escolar em conjunto. “Os pais aliando preços que cabem no bolso com o desejo do filho em ter materiais diferenciados, que combinem com seu estilo, com a sua personalidade, e que despertem a felicidade em retornar às aulas”, conta.
Já Otavio, da Central do Papel, aponta outras dicas importantes para quem precisa comprar os materiais escolares, confira:
– Não deixar para última hora a compra do material escolar. O que é bom e barato será sempre vendido primeiro;
– Fazer orçamento da lista em duas papelarias, verificando prazos de pagamento e descontos à vista;
– Reaproveitar materiais em bom estado e revender livros para novos alunos da série que foi concluída;
– Como as listas são extensas, solicitar a ajuda de um vendedor para não comprar material incorreto.
Uma ação realizada pelo Procon de Santa Catarina mostra como fazer uma boa pesquisa é importante e essencial para garantir os melhores preços.
O diretor do órgão, Leonardo Branco, ressaltou a necessidade dos consumidores estarem vigilantes e destacou a importância de uma pesquisa de preços para garantir escolhas mais acessíveis e sem surpresas no final do processo.
Além disso, o Procon recomenda que os pais fiquem atentos aos pedidos das escolas, pois algumas instituições podem solicitar materiais que não deveriam ser fornecidos por eles, como álcool, giz e pincel para lousa, lenços descartáveis, copos plásticos ou medicamentos.
A escola só pode exigir os materiais utilizados nas atividades diárias do aluno e em quantidade razoável. Além disso, não pode haver especificação da marca ou do local para compra.
Antes de ir às compras, o Procon sugere que o consumidor verifique quais produtos da lista de material já possui em casa e, ainda, se estão em condições de uso, evitando assim compras desnecessárias. Outra forma de economizar é promover a troca de livros didáticos entre alunos.
Alguns estabelecimentos concedem bons descontos para compras em grandes quantidades, sendo interessante efetuar compras coletivas em parceria com outros pais. Nas compras pela internet, o consumidor deve estar atento ao site acessado, verificando se é confiável e se apresenta segurança. Além disso, é preciso verificar o custo do frete, que pode encarecer a compra.
Para que a compra dos materiais escolares não atrapalhe a saúde financeira, algumas estratégias práticas e eficientes foram listadas pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil):
Pesquise muito: A pesquisa minuciosa e comparação de preços são indicadas para encontrar as melhores ofertas, tanto para um item específico de uma marca em diferentes lojas quanto para produtos de marcas distintas. Recorrer à internet para comparar as melhores condições é uma opção válida, com sites especializados que fazem comparações de preços entre diferentes estabelecimentos.
Negocie: Aumentar o poder de negociação pode ser alcançado por duas estratégias eficazes. A primeira delas é efetuar o pagamento à vista, pois, mesmo em casos de lojas que oferecem parcelamento sem juros, os valores muitas vezes são embutidos no preço do produto. Dessa forma, ao optar pelo pagamento à vista, é possível obter descontos significativos.
Unir-se: Liderar iniciativas conjuntas de compra pode ser uma solução eficiente para economizar. Ao reunir mães e pais do mesmo colégio, é possível realizar compras em grupo, estimulando um consumo colaborativo. Essa iniciativa pode ser útil ao fazer compra em atacado, impactando no valor final. Além de economizar nas compras, essa prática possibilita a troca de livros e materiais, contribuindo para a sustentabilidade e fortalecendo os laços entre as famílias.
Lista de prioridades: Apesar de a emoção falar alto — afinal, toda mãe quer comprar tudo que o filho precisa —, é importante encarar a compra de material escolar como qualquer outra compra. Por isso, vale calcular quanto pode gastar no mês com esses itens e, depois, fazer uma lista de prioridades. Ou seja, os livros e exigências do colégio são mais importantes do que renovar a mochila das crianças todo ano, certo? Para ajudar no processo, veja o que está em bom estado e pode ser reutilizado do ano anterior.
Sem influências: É importante ter cautela em relação à influência dos filhos durante o processo de compra dos materiais escolares. Evitar a presença das crianças quando for adquirir o material escolar é recomendado, mas caso isso não seja possível, é aconselhável conversar com elas antecipadamente. Explicar a necessidade de contenção de gastos e a importância de focar nas economias durante as compras pode ajudar a evitar impulsos motivados pela influência emocional das crianças.
“Estrangeiro na própria Itália”: dialeto bergamasco de Botuverá é um dos mais distantes do italiano: