Zoobotânico de Brusque recebe animais com deficiência pela primeira vez
Cinco corujas e um bugio, vítimas de maus tratos, chegaram ao parque em maio
Cinco corujas e um bugio, vítimas de maus tratos, chegaram ao parque em maio
O parque Zoobotânico de Brusque recebeu em maio, pela primeira vez, animais com algum tipo de deficiência. Cinco corujas-buraqueira e um bugio-ruivo – vítimas de maus tratos – são os novos moradores do local.
Junto com eles, vieram outros animais sem problemas de saúde, como papagaios-do-peito-roxo, gralhas azul, maitacas bronzeadas, periquitãos-maracanã e jacuaçu. Ao todo, são 22 novos bichos no parque.
As corujas ainda não estão disponíveis para a exposição, pois seus recintos estão em reformas e devem ser finalizados até o fim de junho. Nenhuma das aves voa e a maioria tem as asas amputadas.
Já o bugio, que é filhote, possui um problema na coluna, gerado por ter crescido em uma gaiola que não comportou o seu tamanho. A sua mobilidade não é como dos outros animais.
Todos os novos moradores chegaram no dia 8 de maio ao Zoobotânico e vieram do Centro de Triagem de Animais Silvestres de Santa Catarina (Cetas), de Florianópolis, que é associado à Polícia Ambiental e à Fundação do Meio Ambiente (Fatma).
Há dois meses, com alguns recintos vagos, profissionais do parque de Brusque foram ao Cetas para conhecer os animais que estavam à disposição e escolher os que trariam. Após isso, a Fatma fiscalizou os espaços e deu aval para trazê-los.
Animais rejeitados
A bióloga e coordenadora de Educação Ambiental do zoobotânico, Carla Molleri, afirma que foi uma escolha trazer os animais deficientes, que na maioria das vezes são rejeitados em outros locais. Ela diz que placas informativas estão sendo confeccionadas para mostrar ao público que estes bichos têm algum tipo de deficiência.
“A maioria dos zoológicos não querem expor um animal aleijado e acredito que a importância de tê-los no plantel seja o apelo que eles podem provocar no público visitante, atentando para a importância dos zoológicos como ambiente de conservação de espécies e preservação ambiental”, diz Carla.
Ela acredita que a escolha irá ajudar a gerar consciência ambiental no público. “Poderemos exemplificar o que o porte ilegal de animais silvestres pode acarretar na saúde do animal, impedindo-o de retornar a natureza”, explica.
A previsão é que nos próximos meses, com outros recintos liberados, novos animais sejam trazidos ao município. Atualmente são 160, sendo que destes 150 são selvagens. Há outros que não são, como patos e marrecos.
Bugiu filhote
Um outro bugiu filhote, cego de um olho, também está no Zoobotânico. Ele foi trazido pela Fundema há dois meses. Conforme a bióloga, a mãe do bugio foi assassinada, e neste tiro que lhe atingiu, respingou um estilhaço no olho do filhote, lhe deixando cego.
Visitação
O Zoobotânico está aberto de terça-feira a domingo, das 8 às 17h30. O valor do ingresso é de R$ 5 e crianças até 5 anos e idosos acima de 60 anos não pagam.
Novos animais do parque
3 bugios-ruivo (Alouatta guariba clamitans)
5 Papagaio-do-peito-roxo (Amazona vinacea)
2 Gralha Azul (Cyanocorax caeruleus)
3 Maitaca bronzeada (Pionus maximiliani)
3 Periquitão-maracanã (Psittacara leucophthalmus)
5 Corujas-Buraqueira (Athene cunicularia)
1 Jacuaçu (Penelope obscura)