Zoobotânico de Brusque solicita ao Ibama licença para negociar vinda de novos animais

Zoo deseja ter cerca de 100 espécies a mais no recinto; Leões estão entre os animais

Zoobotânico de Brusque solicita ao Ibama licença para negociar vinda de novos animais

Zoo deseja ter cerca de 100 espécies a mais no recinto; Leões estão entre os animais

O parque Zoobotânico enviou solicitação ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para poder ter cerca de 100 espécies a mais no recinto. Com a autorização da fiscalização, o Zoo de Brusque terá a possibilidade de negociar com outras instituições a aquisição de animais diferentes para incrementar as atrações para os visitantes.

Mais da metade dos recintos do Zoo já foi reformada. / Foto: Marcos Borges
Mais da metade dos recintos do Zoo já foi reformada. / Foto: Marcos Borges

O documento está sob análise do Ibama, que hoje é o órgão que autoriza os zoológicos a terem certos animais. O biólogo e responsável técnico pelo Zoo, Rodrigo de Souza, explica que falar em espécies é diferente de animais. Existem vários tipos de papagaios e outros bichos. Cada um conta como uma espécie.

Souza também ressalta que o fato de pedir a autorização não significa necessariamente que o Zoobotânico irá adquirir esta quantidade de espécies. Trata-se de uma questão burocrática, para a atualização das licenças de manejo do parque. No futuro, se uma oportunidade surgir, a instituição poderá pegar novos animais.

Dentre as 100 espécies requeridas ao Ibama estão leões. No ano passado, o parque já havia adiantado que tem intenção de ter leões. A negociação já foi até mesmo fechada. Só não andou porque o Zoo ainda não tem um recinto adequado para os felinos. No fim de 2015, o chimpanzé Kassin foi transferido para o Zoológico de Pomerode para que a sua antiga jaula dê lugar às novas aquisições.

A iniciativa de trazer os leões e outras espécies para o Zoo visa aumentar as atrações e, consequentemente, a arrecadação com a bilheteria. Hoje, o parque arrecada apenas de 15% a 20% do total de sua receita através de ingressos. ” Quem sabe a gente traga estes leões. Acredito que é uma atração a mais para o parque. Vamos ficar focados nisto, na hora que tiver esta situação resolvida”, diz o superintendente Marciano Giraldi. A vinda dos leões depende de trâmites burocráticos.


Regularização da licença

Todos os zoológicos precisam ter licenças de manejo de animais que são emitidas pelo Ibama. Este documento é renovado periodicamente. Atualmente, o parque o Zoobotânico de Brusque funciona com uma autorização provisória e precisa passar por algumas adequações na sua infraestrutura para conseguir o aval definitivo.

“O parque nunca esteve sem licença”, assegura Giraldi. O que acontece é que o Zoo passou por uma espécie de auditoria por parte do Ibama. O órgão apontou uma série de melhorias que precisam ser feitas no parque para que a licença seja outorgada. Neste documento está incluída a autorização para mais 100 espécies.

Basicamente, o Zoo de Brusque precisa construir novas jaulas para os animais e melhorar outros espaços para ter a licença. O parque já passa por várias reformas.

Dos 42 recintos, mais da metade já foi reformada, segundo Giraldi. Mas para continuar os trabalhos é preciso de um documento que o Ibama ainda não enviou.

Segundo o superintendente da instituição, há cerca de duas semanas os representantes do parque estiveram no Ibama para entregar os últimos documentos.

“Estamos aguardando um relatório. Eles estiveram aqui e fizeram uma visita. Deste relatório vai sair o restante das informações que precisamos para terminar a reforma e conseguir a licença definitiva”, explica.

Sem a resposta do Ibama, o parque está de mãos atadas. Isto porque a instituição promove as reformas seguindo várias normativas do Ibama que recentemente mudaram. Com isso, o Zoo espera que o órgão federal dê o OK sobre o trabalho feito até agora, para então dar continuidade.

“Não adianta fazer uma reforma num recinto se ele mandarem uma situação diferente no relatório. Um exemplo simples, vamos fazer um recinto de 10 metros quadrados. Ah, mas o gavião precisa de 40 metros quadrados. Então, não adianta mexer para ter que refazer. Aguardamos o relatório para que possamos encerrar de vez esta questão”, diz Giraldi.

De acordo com o biólogo e responsável técnico do parque, o relatório deve chegar em 30 dias. Então, a equipe saberá quais passos trilhar até a licença definitiva. “Nós seguimos normativas específicas a níveis estadual e federal muito incisivas. Às vezes as coisas demoram porque seguimos muitos critérios que muitas vezes outras instituições não precisam seguir”, diz.


Transferência de jurisdição

Uma outra situação está diretamente relacionada à demora do Ibama em emitir um parecer para o parque brusquense. Nos últimos três anos, o governo tem transferido alguma atribuições do Ibama – federal – para as fundações estaduais do meio ambiente, em Santa Catarina, a Fatma.

“Uma situação influencia a outra. Não adianta eu chegar para o Ibama e dizer que quero pegar um jacaré. Não vai deixar. Ele diz que só vai passar isto para a Fatma. Quando estiverem na Fatma vocês podem pegar”, diz o biólogo Rodrigo de Souza.

Diante disto, o Zoo está aguardando tanto a resposta do documento quanto a transferência da jurisdição para poder ter novos animais e receber a sua licença permanente.

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