Venda de 0km cai em média 25% em Brusque

Insegurança econômica faz com que os brusquenses adiem a compra de veículos novos

Venda de 0km cai em média 25% em Brusque

Insegurança econômica faz com que os brusquenses adiem a compra de veículos novos

O setor automotivo registrou queda de 17% nas vendas de veículos no primeiro trimestre de 2015: foram 674,4 mil unidades este ano contra 812,7 mil em 2014, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Para o presidente da associação, Luiz Moan, o principal culpado é a crise de confiança do consumidor na economia brasileira. “O primeiro trimestre foi extremamente ruim para o setor, e os responsáveis nós já conhecemos: a alta da gasolina, o aumento de impostos, o adiamento das compras dos importadores e, principalmente, a diminuição da confiança, tanto do investidor quanto do consumidor “, afirma.

Em Brusque, a situação não é diferente. A maioria das concessionárias registrou uma queda na venda de veículos 0km nos primeiros meses de 2015. “O mercado neste início de ano ficou muito parado, o mês de março foi o pior, porém, em abril sentimos uma reação, e agora neste mês de maio estamos sentindo que pode melhorar”, diz o gerente da Hyundai, Flavio Mathias Piva.

De acordo com ele, em comparação com o ano passado, as vendas de veículos novos caíram em média 20%. Com a retração do mercado, a concessionária optou por voltar a comercializar veículos seminovos. “Não trabalhávamos mais com usados, e há seis meses nós voltamos porque sentimos essa mudança de hábito. Hoje, as pessoas estão preferindo levar um veículo com dois, três anos de uso, com quilometragem baixa, em substituição ao 0km. Dependendo da marca do veículo há uma diferença de até 20% entre o valor de um seminovo e um 0km”, destaca.

O gerente também ressalta as alternativas que a concessionária tem encontrado para driblar a retração do mercado. “Para isso pensamos em várias promoções, taxa zero, plano de financiamento próprio da concessionária, que facilita muito, também temos cinco anos de garantia. Percebemos que o problema não está apenas nos automóveis, mas no mercado em geral”.

Na Renault Automega a situação é semelhante. O gerente da concessionária, Luiz Ricardo Cavilha, afirma que a loja registrou uma queda significativa na venda de veículos novos. “As nossas vendas caíram uma média de 30% em comparação com o ano passado. O cliente está retraído, mais pé no chão”, diz.

De acordo com ele, uma série de fatores contribuem para a queda do setor. “É um conjunto de motivos o vilão desta queda: o preço dos veículos novos aumentou, o mercado está inseguro, há a insatisfação com o governo”.

A tendência, segundo ele, é que o mercado se recupere a partir do segundo semestre, no entanto, sem garantias. “A previsão é recuperar, mas não sabemos se isso acontecerá, temos sempre que pensar positivo”.

A consultora de vendas diretas da Uvel, Lilihan Adriana Schons, afirma que a concessionária registrou neste ano uma queda de 20% a 25% nas vendas de veículos novos. “O cenário nacional está mudado, logo, todas as concessionárias terão de se adequar a essa mudança”.

Ela ressalta ainda que a venda de seminovos e de serviços de oficina têm substituído a troca pelo 0km. “Essa mudança de comportamento se deve, sem dúvida, a crise nacional. Acredito que temos que nos reinventar todos os dias, um excelente atendimento ao cliente é o diferencial no mercado como este, onde se tem inúmeras opções de compra”.
Seminovo é opção

Se a venda de veículos 0km caiu, a procura pelos seminovos é o que tem garantido o lucro das revendas. Em comparação com os quatro primeiros meses de 2014, a venda de carros seminovos – até três anos de uso – aumentou 41,6%, e a de usados jovens – de quatro a oito anos de uso – subiu quase 1%.

O levantamento feito pela Federação Nacional das Associações dos Revendedores dos Veículos Automotores (Fanauto), mostra que com a alta dos impostos, o consumidor está procurando opções mais vantajosas. “O consumidor vem optando pela escolha de seminovos que oferecem praticamente os mesmos benefícios de um carro novo, mas com custos menores e até garantias originais, em alguns casos. Essa procura cada vez mais por seminovos deve se expandir neste ano, já que a oferta de crédito e financiamento para a aquisição de veículos seminovos também deverá aumentar. Estamos otimistas com isso”, diz o presidente da associação, Ilídio dos Santos.

O gerente da Hyundai destaca ainda a lucratividade do veículo seminovo. “A lucratividade do zero hoje está pequena, e está seguro pegar um seminovo, todos com qualidade muito boa e preço acessível”.

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