Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

A dimensão missionária da igreja

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

A dimensão missionária da igreja

Pe. Adilson José Colombi

Estamos vivendo o mês de outubro. Para a Igreja Católica, é um mês temático. É o mês que se reza e se reflete mais a respeito da missão, isto é, do anúncio e o testemunho da Boa Nova do Reino de Deus para que seja mais conhecida e vivida. A missão é, então, o coração da Igreja. A Igreja recebeu essa missão do seu Fundador, Jesus Cristo. Não é possível entendê-la, sem referi-la a Cristo. Da mesma maneira, não é possível ser um bom discípulo (a) missionário (a) sem o cumprimento do compromisso missionário, assumido no Batismo e na Crisma.

Jesus, o missionário do Pai. O evangelista Lucas resume a missão de Jesus desta forma: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois Ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Nova aos pobres: enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano de graça da parte do Senhor.” (Lc 4, 18-19)

Jesus vive essa missão, radicalmente, e, pela palavra e testemunho, faz os discípulos compreender que essa é também a missão deles, individual e como comunidade. A missão de Jesus é anunciar a grande novidade, o reinado de Deus, o Reino de Deus. Jesus é, ao mesmo tempo, a Boa Notícia e o portador da melhor boa notícia para a humanidade toda e, particularmente para os necessitados, social e espiritualmente.

O Reino de Deus não é uma realidade futura, embora sua plena realização se dará na eternidade, na Casa do Pai. Mas, Jesus faz questão de frisar que o Reino de Deus já está no meio de vós. Portanto, está presente em todos os que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus. O Reino de Deus é dom gratuito e está presente onde está o Filho de Deus: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16).

A igreja, a missionária do Cristo. Jesus voltou para a Casa do Pai, após completar sua obra salvífica no meio de nós. Deixou, porém, a Igreja como a continuadora de sua missão. A Igreja é, portanto, o sinal e instrumento da proclamação e edificação do Reino de Deus, no tempo e no espaço. A Igreja tem a mesma missão de Jesus de trabalhar para a transformação das estruturas e das ralações socioculturais, em benefício de toda a Humanidade. Foi o próprio Jesus que disse: “Assim como Tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei ao mundo” (Jo 17,18) – para ser também dom do Pai no mundo, para realização da sua obra salvífica com Cristo, por Cristo.

O Concílio Vaticano II, no seu documento Ad Gentes, declara enfaticamente que a missão revela o verdadeiro sentido de ser cristão (ã) e de ser da Igreja (Cfr. Nº 2). Portanto, a missão é o coração da Igreja. É a realização de sua missão que dá à Igreja vitalidade, presença e força transformadora, na Sociedade e na Cultura. Por isso, não pode estancar ou estagnar, se omitir de realizar sua missão. Pois, seria sua própria morte. Sem cumprimento da missão que lhe é própria, a Igreja perde sua identidade, sua razão de ser. Ela se empobrece e empobrece toda a Humanidade.

Quando falamos Igreja, muitos ainda pensam numa entidade abstrata. Não é bem assim. A Igreja é gente e feita de gente. Claro, de gente que conhece Jesus e sua Proposta de Vida (a Boa Nova do Reino) e o segue, numa comunidade de homens e mulheres que o têm como Pastor e Mestre. Pessoas que tentam, com suas limitações humanas viver os valores propostos por sua Boa Nova do Reino, nos vários ambientes que vivem e frequentam. Por isso, todos os seguidores e seguidoras são missionários. Mas, isso veremos no próximo artigo da semana que vem.

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