Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

A vida econômica e social na Colônia

Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

A vida econômica e social na Colônia

Rosemari Glatz

Nos primórdios da colonização em Santa Catarina, a sede da colônia, ou vila, era o mundo dos camponeses estabelecidos na região. Era o local onde estavam as vendas, as capelas católica e luterana, o cemitério, as escolas, a sociedade dos atiradores, a administração da colônia e o ancoradouro. Era para ela que convergiam os caminhos coloniais mais importantes; era onde os imigrantes recém chegados ficavam aguardando a posse dos seus lotes e davam informações da Alemanha. Era chamada de Stadtplatz (de Stadt = cidade, e Platz = lugar): a vida social, econômica e religiosa dos colonos estava estreitamente vinculada a ela – especialmente a vida econômica.


Stadtplatz
A vila era ao mesmo tempo aldeia e cidade. Era a sede da administração da colônia e, por isso mesmo, ponto de passagem obrigatória para todos os imigrantes que pretendessem se estabelecer na área. Quaisquer assuntos relacionados à posse das terras, atribuição de lotes, pagamento de dívidas contraídas pelos colonos com o governo, resolução de conflitos relativos a limites de propriedade, concessão de serviços acessórios vinculados à abertura de picadas e estradas, tudo era resolvido pelo Diretor e seus auxiliares. A Vila apresentava certas características e serviços públicos que faziam dela uma cidade em miniatura – uma “Stadtplatz”. E, por isso mesmo, era um ponto de atração para os colonos com suas atividades reduzidas à proporção de um pequeno lote colonial.


Schulhaus
Por falta de professores e investimento público, nos primeiros anos da colonização, o ensino nas pequenas povoações espalhadas na área colonial era de inteira iniciativa dos próprios colonos. Os alemães que sabiam ler e escrever melhor davam aulas e ensinavam para os filhos dos demais colonos. As chamadas “Schulhaus” (escola em casa) cumpriam esse papel nas comunidades, onde o colono dava aulas, por iniciativa própria, porque ali não existia padre nem pastor e nem professor e os colonos tinham que se “arrumar sozinhos”. Com o tempo, as “Schulhaus” foram sendo construídas pequenas escolas no interior da colônia, mas os colonos é que continuaram a lecionar em alemão, pois professora não havia.


Schule und Kirche
Na sede da colônia, os colonos contribuíam para a construção do prédio da escola e das capelas. Schule und Kirche (igreja e escola) estiveram estreitamente unidas no sistema colonial, uma vez que o governo deixou a educação por conta e risco da iniciativa particular.

Na escola da ‘Stadtplatz”, havia professores pagos pelo Governo, mas em número insuficiente para atender toda a população em idade escolar. Assim, na medida em que se regulamentou a presença das igrejas católica e luterana, com vigário e pastor residentes, apareceram as escolas vinculas às igrejas e pagas por particulares. Uma boa parte da vida social dos colonos se desenvolveu em torno da igreja e na vila. Casamentos, batizados, aulas preparatórias de religião, tudo se realizava na vila.


Schützenverein
Uma importante instituição do tempo de colônia para manter as tradições trazidas pelos imigrantes eram as festas. Havia a festa anual de cada igreja e a grande festa do município (Schützenverein). Ia toda a família, porque era a festa dos alemães. Mesmo a parentela só se reunia nestas ocasiões, o que denota a importância desses eventos. Schule und Kirche, portanto, sempre foi um binômio relevante no que diz respeito à manutenção das tradições alemãs por parte dos colonos (Fonte: Giralda Seyferth, 1974).

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