Advogado de defesa aponta Rodrigo Voltolini como suspeito de compor conluio contra Jocimar dos Santos
Richard Olivette defende tese de armação e atualiza passos do processo; Rodrigo Voltolini se manifesta
Richard Olivette defende tese de armação e atualiza passos do processo; Rodrigo Voltolini se manifesta
Na coletiva dada pelo vereador Jocimar do Santos (DC) nesta terça-feira, 19, o advogado de defesa Richard Olivette atualizou os passos do processo. Segundo ele, há a suspeita de que o vice-presidente do partido, Rodrigo Voltolini, faça parte do conluio contra o vereador, que resultou na prisão em flagrante de Jocimar por suspeita de integrar esquema de rachadinha em 30 de novembro.
A defesa sustentou a tese de que Jocimar foi vítima de uma armação de Eder Leite (DC). De acordo com Jocimar, há indícios de que pelo três ou quatro pessoas estejam envolvidas, possivelmente todas do partido. “Mas eu prefiro não falar no momento, mas que já tem fortes indícios de pessoas já envolvidas nessa tramoia toda aí”, afirma.
Sobre a possibilidade de conluio, Richard conta haver suspeitas com base em conversas com testemunhas, tanto de defesa quanto de acusação. “Há aí um conluio da esposa do suplente Eder [Silvana Maria Fulgazza], que trabalha com o primeiro suplente, Rodrigo Voltolini. O comportamento deste suplente é bastante suspeito e comprometedor, talvez, num envolvimento deste conluio. Mesmo porque o suplente Eder não teria a capacidade de agir sozinho. Já pedimos que a Polícia Civil investigue essas pessoas”, conta.
Ao ser questionado sobre suspeitar de Rodrigo de ser o articulador, Richard ressalta que testemunhas falaram que ele teve um comportamento “bastante duvidoso e comprometedor” com a saída do vereador Jocimar. “Alegaram que ele já queria assumir o cargo, já se colocando como vereador, além de outras questões que as próprias testemunhas pediram para não falarmos para a imprensa”, afirma.
Além disso, Richard Olivette aponta que já apresentou a tese de defesa. “Entramos com o pedido de revogação das medidas cautelares, alegando que o flagrante foi premeditado e armado pelo suplente Eder Leite e demais comparsas, que supostamente queriam retirar o vereador Jocimar dos Santos do cenário político da cidade de Brusque”, afirma.
Já no processo de cassação, o advogado diz que a linha de defesa na Câmara segue parecida com a da Justiça. “O vereador é inocente, estamos convictos disso, com as provas hoje apresentadas”, destaca.
“Não temos acesso ao celular, que está com a Polícia Civil, que faz a perícia e investigação. Mas, conforme alegações do próprio vereador, não existem provas que possa condená-lo ou até mesmo colocá-lo em situação de acusação. No entanto, o Ministério Público não apresentou, até agora, o inquérito, nenhuma acusação nos autos. O processo continua do mesmo estado em que começou no dia 30 de novembro. Temos apenas as provas produzidas pelo suplente Eder, sem nenhuma outra foi apresentada até o momento. Isso significa um flagrante totalmente preparado, do início ao fim”, finaliza.
Após a coletiva, o jornal O Município procurou o vice-presidente do DC, Rodrigo Voltolini, para o contraponto. Ele, que atuava até nesta terça, 19, como diretor-geral do Zoobotânico de Brusque, assume o posto de vereador suplente no lugar de Eder Leite, na Câmara, nesta quarta, 20.
“Com muita tristeza que recebo essa informação. O Jocimar foi uma pessoa que participei da campanha eleitoral como deputado, dei o meu sangue e o ajudei muito para isso. Com os fatos que aconteceram até então e essa última situação agora, ele perde um grande amigo. A defesa representa a pessoa dele”, inicia.
Rodrigo afirma que não teve nenhuma participação nas decisões de Eder Leite. Ele também ressalta que foi Jocimar que indicou a esposa de Eder para compor o quadro do Zoobotânico.
“Tenho muita tranquilidade em manifestar que eu não tenho nada a ver com isso”, diz. “O meu contato com o Eder, que deve ser provado ao longo do processo, foi naquela terça-feira que eles brigaram na Câmara, aonde ele queria que votassem a favor do aumento salarial. Aí o Eder veio ao Zoobotânico, o cumprimentei e segui para outra conversa”, relata.
“Eu não sabia de nada, fiquei sabendo na quinta-feira, quando a esposa dele me ligou, logo depois da prisão. Mas eu não tenho participação ou envolvimento, e nem teria o porquê. Se eu soubesse dos fatos, seria contra. Eu não tenho motivos para ajudar alguém a articular provas contra outra pessoa, até porque Jocimar era meu amigo”, continua.
Rodrigo diz ser injusto apontá-lo como envolvido apenas por ele ser o primeiro suplente. “Ele deveria ficar contente, porque aqui tem uma pessoa íntegra, responsável, ética e idônea, que jamais faria o que ele [Jocimar] está sendo acusado”, completa.
Rodrigo também falou sobre a reunião citada por Richard, na qual ele teria demonstrado uma atitude suspeita. O encontro foi gravado.
“Não falei, de manheira nenhuma, como vereador. Só falei que me colocaria à disposição, até um braço extremamente direito do Jocimar argumentou que eu estaria seguindo o trâmite. Argumentei sermos contra a rachadinha, que teríamos que ser cautelosos e aguardar a defesa do Jocimar, que nada seria feito. Eu falava, apenas, como vice-presidente do partido, que se tivesse que assumir como vereador, assim eu faria, que eu iria seguir nos trâmites da lei”, detalha.
Além disso, Rodrigo questiona a decisão de Jocimar em escolher Eder como vereador suplente, já que ele conta com um cargo indicado pelo partido, ocupado pela esposa no Zoobotânico.
“Ele tem direito a um cargo. Por conta de alguma questão, ele não pôde assumir. Em uma questão jurídica, a esposa dele assumiu. A mulher dele está trabalhando, então ele ganhou dois salários. Ninguém pode assumir dois cargos ao mesmo tempo”, diz.
Por fim, ao falar sobre uma possível reconciliação, Rodrigo adianta que deve processar Jocimar caso não for comprovada a denúncia. “Para Deus nada é impossível, o perdão sempre existe. Tem que saber que, num momento que para ele é uma tristeza e para mim é um momento de assumir, até que ele comprove a inocência dele, ele deveria me respaldar de uma denúncia como essa. Ele poderia ter me poupado dessa calúnia e difamação”, finaliza.
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