Ela foi modelo e, em seguida, um dos rostos do cinema dos anos 80 e começo dos 90. É fácil lembrar dela como a Jane de Greystoke: A Lenda de Tarzan, o Rei da Selva, sua estreia nas telas, em 1984. Ou como a médica inacessível em O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas, de 1985. Melhor ainda, no premiadíssimo Sexo, Mentiras e Videotape (1989). E, claro… em O Feitiço do Tempo (1993) e Quatro Casamentos e Um Funeral (1994).

Era, quase sempre, a mulher belíssima e distante. Depois, como é bem comum acontecer com as mulheres no cinema, não a vimos mais. Aos homens, é mais permitido envelhecer sob os holofotes, certo?

Mas Andie MacDowell é maior do que o tempo. Pelo menos é isso que podemos pensar, ao ver sua volta às passarelas, aos 60 anos, em um desfile da L’Oréal que reuniu várias marcas, durante a semana de moda de Paris.

Inteligentemente, a megaempresa de cosméticos escolhe suas embaixadoras usando a beleza da diversidade como critério básico. Jane Fonda, então perto dos 80 anos, já foi uma delas. Helen Mirren, Isabelle Adjani, Julianne Moore e Eva Longoria estão no time atual, junto com Camila Cabello e Elle Fanning, entre vários outros – sim, outros, porque a lista inclui um rosto masculino, Nikolaj Coster-Waldau, mais conhecido como Jaime Lannister. em Game of Thrones.

Afinal, se é para celebrar a beleza, que seja a beleza de todas as cores, de todos os gêneros, de todas as idades. Que se celebre a beleza que vai além dos padrões, que se revele até na “não beleza” e que se rebele contra as regras – até porque, não custa lembrar, padrões mudam conforme o tempo. E que assim seja!

Claudia Bia – jornalista e fã número um de Sex, Lies and Videotape…