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Por Eliz Haacke
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Aos 46 anos, Sandra de Fatima Nunes Thomaz se preparava para entrar na menopausa. A moradora do bairro Souza Cruz já não tinha mais uma menstruação regular e achava ser algo normal da idade. Acompanhado disso, ela sentia um mal estar e queimação na barriga. Passado o terceiro mês sem a menstruação, ela decidiu procurar um médico para saber se realmente havia entrado na menopausa, além de averiguar o cansaço.
Chegando na unidade ela passou pela triagem com a enfermeira. Ao ser questionada sobre a menstruação, Sandra respondeu que estava entrando na menopausa e que às vezes menstruava e às vezes não. A profissional sugeriu realizar o teste de gravidez, mas Sandra achou desnecessário. A enfermeira conseguiu convencer a mulher que, por desencargo de consciência, decidiu fazer o exame e recebeu a surpresa: estava grávida.
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A notícia pegou a diarista de surpresa que se deixou levar pela emoção. As lágrimas correndo pelo rosto foram acompanhadas pela mistura de sentimentos. A enfermeira, incrédula ao ver que a mulher com mais de 40 anos estava grávida, também caiu no choro.
Sandra relata que após receber a notícia um filme passou pela cabeça. “Maturidade para criar um filho a gente tem, eu tinha suficiente, pois já havia criado uma. Mas começar tudo de novo não estava nos meus planos, mas pensei ‘vamos lá’. Em nenhum momento achei ruim, só entrei em desespero pois não sabia o que aconteceria”. Nessa época, Isabeli, a filha mais velha de Sandra já estava com 14 anos.
A diarista precisou passar pelo acompanhamento mensal com o médico devido à idade. “A gestação era considerada de risco, não que eu tivesse alguma coisa, mas com a minha idade era para ter o acompanhamento mensal”.
Em nenhum momento o médico de Sandra sugeriu que ela parasse de trabalhar, mas eles solicitaram para ela evitar carregar peso, além de subir e descer escadas. Por atuar como diarista, Sandra enxergou um empecilho e decidiu dar entrada na papelada para parar de trabalhar temporariamente, evitando assim possíveis problemas na gestação.
A mãe também precisou lidar com os comentários negativos que recebeu ao longo da gestação. Muitas pessoas aterrorizavam a diarista ao afirmarem que o bebê poderia nascer com algum problema por ser uma gravidez em idade mais avançada. Felizmente, Sandra foi tranquilizada pelos médicos que explicaram que independentemente da idade da mãe, qualquer bebê pode nascer com algum problema.
“Eu tirei isso da minha cabeça e graças a Deus foi uma gestação tranquila, não tive enjoo, somente aquela queimação no início, mas que depois passou”, recorda.
Sandra tinha a intenção de fazer o parto normal e ao completar as 41 semanas de gestação, ela decidiu se internar no hospital. Por não ter entrado em trabalho de parto, a equipe médica tentou induzir o parto.
A mulher passou um dia e meio no hospital passando por diversas aplicações de medicações e ainda não havia iniciado o parto. O médico então decidiu fazer a cesárea. Ali na hora ela e o marido concordaram em fazer a laqueadura, para evitar uma nova gravidez. A pequena Djenifer Victoria nasceu em setembro de 2018.
A diferença entre as gestações foi grande. Isabelle, a primeira filha de Sandra, nasceu quando ela estava com 33 anos. A mãe recorda que a gestação foi tranquila e após o nascimento da filha, ela tinha mais energia e disposição para brincar. Já na segunda gestação, Sandra sentia muito cansaço no decorrer do dia, algo que não ocorreu na primeira gravidez. Quando a segunda filha nasceu, Sandra já estava com 47 anos.
A diarista ainda levou um tempo para conseguir voltar a trabalhar, pois não conseguia vaga na creche. Ela retornou aos poucos, com trabalhos de meio período e deixando a pequena na avó. Hoje, com 51 anos, Sandra já conseguiu retornar a rotina normal e afirma que nada seria possível sem o apoio e auxílio do marido e da filha mais velha.
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